As histórias que o Museu tem para contar

Que o futebol é o esporte mais popular do Brasil, nós já sabemos. Mas no Museu do Futebol não cansamos de descobrir personagens, lugares e as muitas formas de vivê-lo. Jogar, competir, brincar, torcer, manifestar, representar, se emocionar, ler, ver e ouvir são apenas algumas das práticas associadas ao futebol. Por isso, muito mais do que um esporte, o futebol é uma linguagem que promove diálogos entre praticantes de diferentes grupos, gêneros, classes sociais e gerações e é também um discurso por meio do qual esses praticantes fazem valer sua voz.

Hoje, as principais pautas socioculturais e políticas se expressam com e pelo futebol. As lutas por equidade de gênero e por respeito às múltiplas identidades sexuais ganham maior visibilidade quando associadas ao futebol. E o combate ao racismo ganha cada vez mais força nos gramados nacionais.

Temas como esses mobilizam o Museu do Futebol desde sua fundação, em 2008, quando buscou preservar não os objetos ligados ao futebol como camisas, bolas ou troféus, mas a ideia do futebol enquanto ingrediente fundamental da cultura brasileira. Para realizar esse trabalho, foram criados o Acervo, a Midiateca e a primeira Biblioteca Pública sobre futebol no mundo, formando, em outubro de 2013, o Centro de Referência do Futebol Brasileiro (CRFB).
Desde então, a política de acervo do CRFB vem sendo constituída em constante diálogo com as formas como o futebol é social e culturalmente vivido. As exposições “Visibilidade para o Futebol Feminino” (2015) e “Contra-Ataque: as Mulheres do Futebol” (2019) nasceram da sugestão do público visitante que frequentemente mencionava seu desejo de ver mais referências ao futebol feminino nas exposições do Museu.

Para atender ao pedido, o CRFB estabeleceu parcerias para investigar a história do futebol feminino e para reunir as memórias de jogadoras e de outras profissionais do esporte. A ação deu origem às exposições de 2015 e de 2019 que, dedicadas a contar história do futebol das mulheres, incluindo o período de proibição entre 1941 e 1983, afirmaram também seu direito de fazer parte dos campos e das arquibancadas sem qualquer tipo de cerceamento. A coleta e a preservação do material reunido para as duas exposições possibilitam que novas histórias do futebol feminino possam ser pesquisadas e contadas.

Ações semelhantes foram desenvolvidas sobre o futebol amador e de várzea, sobre o futebol profissional, sobre os universos das torcidas e sobre a diversidade encontrada em campos de todo o país. As pesquisas e a digitalização de objetos de memória geraram mais de 15.052 arquivos de imagens, de áudios de entrevistas e de outros registros de história oral.

Além deles, o acervo da Biblioteca e da Midiateca reuniram nesse período uma coleção de 15.593 itens entre livros, catálogos, monografias e periódicos, evidenciando que são muitas as formas de movimentar nossa cultura futebolística.

É essa, em resumo, a missão do Centro de Referência do Futebol Brasileiro: ampliar e difundir as múltiplas referências do Futebol por meio da salvaguarda, da pesquisa e da comunicação, tendo como objetivo valorizar o patrimônio cultural esportivo ao mesmo tempo em que oferece novas formas de observar e de compreender a sociedade brasileira.

Por tudo isso, o Museu do Futebol tem o prazer de reunir pela primeira vez em seu site o banco de dados e as histórias que dão vida a seu acervo.

Equipe do Centro de Referência do Futebol Brasileiro

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