Arthur "O Tigre" Friedenreich
Nascido em São Paulo, em 1892, filho de um comerciante descendente de alemães e uma professora negra, Arthur condensa em sua história um pouco da construção cultural do futebol brasileiro e os problemas que o envolvem.
Arthur estava na seleção desde o primeiro jogo, em 1914, e com ela foi campeão da Copa Roca e de duas edições do Campeonato Sul-Americano. No levantamento mais consistente, foram 595 gols em 605 jogos, a incrível média de 0,98 gols por jogo. Por suas jogadas ferozes, foi apelidado pelos adversários de “O Tigre”.
Racismo em campo
Mesmo com seu desempenho formidável, em 1921, Arthur ficou de fora da disputa do torneio mais importante do ano, o Campeonato Sul-Americano. Após uma recomendação do presidente da época, Epitácio Pessoa, apenas atletas brancos deveriam representar o Brasil no exterior. Com esta seleção, o Brasil perdeu o torneio.
A camisa do tigre
Para homenagear a memória de Arthur Friedenreich foi produzida uma camisa exclusiva em sua homenagem. E uma réplica da peça está exposta na instalação.
O filme manifesto
Para que mais pessoas conheçam e amplifiquem a história do Tigre, foi gravado um vídeo manifesto na voz de Djonga, um dos mais importantes cantores de rap no Brasil.
A taça do tigre
Arthur nunca pôde disputar a taça do Campeonato Sul-Americano de 1921 graças ao racismo institucional, mas um novo troféu foi construído: A Taça Tigre, assinada pelo artista Leandro Massai.
“A arte é composta de dois signos principais: a figura de Arthur e composições que envolvem a estética do tigre. Contextualizando minha linguagem enquanto artista preto: sou reconhecido por usar muitas cores e, principalmente, pela não utilização das cores reais para representar tons de pele. Isso me ajuda a questionar questões raciais que encontramos em nossa sociedade, em que o observador não precisa ver o tom de pele de meus personagens para entender que se trata de uma pessoa negra.”
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LEANDRO MASSAI,
artista plástico
A instalação
O racismo no esporte ainda é uma realidade. Por isso, em parceria com o YouTube Shorts, o Museu do Futebol oferece a instalação Arthur ‘o Tigre’ Friedenreich.
A instalação promove a celebração da excelência negra no esporte, no passado e no presente, além de refletir sobre as injustiças raciais e mecanismos criativos para combatê-las dentro e fora de campo.
Museu do Futebol
Datas: de 26 de novembro até dia 18 de dezembro
Local: Praça Charles Miller, s/n – Pacaembu – São Paulo
Agenda:
De terça a domingo, das 9h às 18h (entrada permitida até as 17h)
Toda primeira terça-feira do mês, até às 21h (entrada até 20h)