Futebol total
Este livro é bem um reencontro do público com a sua loura namorada, a inesquecível equipe holandesa que, de blusa cor-de-laranja, e pela mão de Joan Cruyff, não conquistou o mundial, mas conquistou o mundo. Criador dos melhores instantes de arte mundial, Cruyff nunca deixou de ser criatura também, identificado com as angústias e aflições de cada companheiro de equipe. Tinha autoridade moral para usar a braçadeira de capitão. Sua bola, sempre lúcida e cada vez mais redonda, acabava o jogo invariavelmente molhada de suor. [...] A harmonia e a pressa quase sufocante daquele time holandês em cuja franqueza de gestos eu vi renascer o futebol fantasia. E, no entanto, fica-se sabendo, pelo testemunho credenciado de Cruyff, que aquele festival de futebol de Hanôver, contra o Uruguai, foi realizado por uma equipe até então inexistente.