Cidade, o futebol e o trabalho: memórias do futebol de fábrica - São José dos Campos 1920-2010
Tese de Zuleika Stefânia Sabino Roque apresentada à Banca Examinadora da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, para obtenção do título de Doutora em História sob a orientação da Drª Profª Estefânia Knotz Canguçú Fraga. Para acessar clique aqui.
Sumário
Introdução p. 1
Capítulo 1 - O futebol como chave de leitura da cidade p. 11
1.1 - Definição de Jogo p. 11
1.2 - A relação entre futebol e fábrica em São José dos Campos p. 16
1.3 - A fundação da Liga Municipal e sua relação entre as fábricas p. 26
1.4 - A cisão no futebol amador: surgem os Jogos das Indústrias p. 37
1.5 - Olhares plurais acerca dos Jogos das Indústrias p. 51
Capítulo 2 - Quando o campo é a memória p. 73
2.1 - A goleada da cidade industrial p. 73
2.2 - Lembrar e esquecer: casos pontuais p. 87
2.2a - De Sanatório Judaico a Parque Temático da Aviação p. 89
2.2b - A Formiga que virou Águia p. 94
2.2c - A memória esportiva operária p. 102
Capítulo 3 - As muitas faces do “futebol de fábrica” p. 119
3.1 - Identidades fragmentadas p. 119
3.2 - Internalização das regras do jogo p. 131
3.3 - Copas do Mundo uma baliza cronológica (ídolos e cotidiano) p. 145
3.4 - Tensões em campo p. 150
3.5 - Leituras sobre o presente e o passado: vitórias e empates, sem derrotas p. 157
Considerações finais p. 170
Fontes utilizadas p. 181
Bibliografia p. 187
Referências bibliográficas p. 189
Anexos / Apêndices p. 197
Textos
O objetivo da pesquisa é apresentar uma nova chave para a leitura sobre a história da cidade de SJC, partindo-se do futebol como prática social, que sempre permeou o ambiente de trabalho fabril. Na tentativa de situar o tema dentro de um contexto geral, é possível trazer à tona as especificidades vividas na cidade de SJC, com a instituição da Política Nacional de Educação Física e Desportos e o Plano Nacional de Educação Física e Desportos- PNED. Sabe-se que o esporte foi usado tanto pelo Estado quanto pela empresa. Resta saber, como o trabalhador o significou em seu cotidiano. O futebol torna-se, portanto, ponto de partida para o entendimento das relações de trabalho na cidade e possibilidade de novas interpretações sobre a vida nas fábricas. Desse modo, ampliam-se as formulações teóricas, tendo-se como pano de fundo os projetos governamentais e institucionais vividos de fato pelos trabalhadores. As narrativas sobre o futebol são, por elas mesmas, agenciadoras de subjetividades e reveladoras de aspectos significativos da memória. As “vitórias” e os “empates” narrados por esses trabalhadores extrapolam o jogo do futebol e trata do jogo da vida, dos ressentimentos, das mágoas e das derrotas, dentro das quatro linhas, proporcionando outros olhares sobre a vida na cidade e no trabalho.