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Mulheres árbitras de futebol: um estudo sobre tecnologias de gênero e perspectivas da divisão sexual do trabalho

Tipo
Trabalho acadêmico
Produção
Alagoinhas, Bahia, Brasil
2016
Páginas
215
ISBN/ISSN
000
Suporte
Arquivo Digital

Dissertação de Mestrado de Ineildes Calheiros dos Santos apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Crítica Cultural (Pós Crítica) da Universidade do Estado da Bahia – UNEB, como requisito parcial para obtenção do título de Mestre em Crítica Cultural. Área de concentração: Letras - Linha de pesquisa 2: Letramento, Identidades e Formação de Educadores, sob orientação da Profª Drª Suely Aldir Messeder. Para acessar clique aqui.

Sumário

Minha trajetória: um pouco de mim e a escolha do objeto de pesquisa p. 15
Como cheguei ao objeto p. 19
Introdução p. 23

1 - Um olhar sobre as diferenças sexuais: feminismo, gênero, intersecções de raça, divisão sexual do trabalho e a metodologia p. 28
1.1 - Natureza/cultura: a quebra de paradigmas p. 29
1.1.1 - Abordagens sobre o feminismo: a divisão sexual em pauta p. 33
1.1.2 - Abordagens sobre intersecções de raça p. 39
1.2 - Divisão sexual do trabalho p. 42
1.3 - Enfocando normalizações, identidade e tecnologias de gênero p. 48
1.4 - Arbitragem profissional no futebol: um breve histórico p. 53
1.4.1 - A influência de Lea Campos e a proibição: mulheres na arbitragem, não! p. 56
1.5 - Considerações metodológicas p. 61
1.5.1 - Documentos analisados: quadro sinóptico p. 64
1.5.1.1 - Estratégia (1): análise dos documentos 1 e 2 p. 64
1.5.1.2 - Estratégia (1): análise dos documentos de número 3 a 7 p. 65
1.5.1.3 - Estratégia (1): os detalhes dos documentos p. 65
1.5.1.4 - Estratégia (1): sobre as propagandas da internet e as imagens p. 66
1.5.2 - A estratégia (2 ): histórias de vida p. 66
1.5.2.1 - Sobre as entrevistas realizadas p. 67
1.5.2.2 - Critérios para a seleção das entrevistas: roteiro p. 68
1.5.3 - Sobre as interlocutoras e o clima das entrevistas p. 69
1.5.4 - “Eu” e a ética na (da) pesquisa p. 71
1.5.5 - Minhas angústias p. 73
1.5.5.1 - O plano para a escolha das árbitras e como cheguei até elas p. 75

2 - Análise dos documentos de arbitragem e dados do campo p. 76
2.1 - Inserções e critérios para tornar-se árbitra/o: os testes e o episódio I p. 76
2.2 - Para além do físico/ biológico: outros pré-requisitos p. 87
2.3 - Dados do campo por região: análise de gênero e intragênero no trabalho de arbitragem p. 96
2.3.1 - Participação por região no interior da categoria “mulher” p. 98
2.3.2 - Arbitragem regionalizada: desagregando os números p. 101
2.3.3 - Proporção por sexo p. 103
2.3.4 - Participação por sexo nas diversas competições p. 107

3 - Narrativa das mulheres árbitras: uma análise da trajetória das mulheres intercruzando gênero, raça e classe p. 111
3.1 - A identificação: as árbitras se apresentam p. 111
3.1.1 - Desenrolando a faixa etária e a classe das árbitras p. 115
3.2 - O discurso das árbitras em sua trajetória profissional p. 117
3.3 - As avaliações físicas e as fronteiras de gênero: os dois pontos de vista p. 124
3.4 - As árbitras falam sobre participação nos jogos p. 134
3.5 - Nosso “bate bola” sobre os ganhos financeiros p. 140

4 - Fatores que influenciam na divisão do trabalho na arbitragem: o corpo, o padrão de beleza e a raça p. 146
4.1 - As árbitras falam sobre a modelagem dos seus corpos: a influência da educação física e as vivências infantis p. 146
4.2 - As árbitras e a representação de gênero: masculinidades e feminilidades p. 154
4.2.1 - O perfil das árbitras e o padrão de beleza: as musas do apito p. 157
4.2.2 - A influência da mídia p. 164
4.3 - A raça e os sexos na arbitragem e o racismo no futebol p. 169
4.4 - A história das exclusões das árbitras: essa dor na minha pele p. 177

Considerações finais p. 186

Referências p. 193
Apêndice 1 - Roteiro de perguntas para as entrevistas p. 208
Apêndice 2 - Termo de consentimento livre e esclarecido p. 212
Anexos p. 213

Textos

Essa dissertação discute a forma como as mulheres árbitras vivenciam a divisão sexual no trabalho de arbitragem em futebol profissional, verificando sua inserção e permanência no campo, sem perder de vista a questão interseccional de raça. Segundo estudos, nota-se um crescimento da presença da mulher no meio futebolístico nas últimas duas décadas, quer seja como jogadora, treinadora, árbitra ou bandeirinha. Especificamente na arbitragem, embora exista uma busca crescente, poucas conseguem avanço e estabilidade na função. Com isso, delimitamos como problema, saber: de que forma as mulheres árbitras de futebol vivenciam a divisão sexual no trabalho de arbitragem profissional? A partir desse contexto, elaboram-se duas grandes questões para o desenrolar da pesquisa: 1) Quais são os critérios de avaliação do perfil físico para alcançar as características e qualidades ideais para se tornar um juiz de futebol? 2) E como estas mulheres conseguiram borrar as fronteiras das relações de gênero/sexo e se tornaram árbitras no futebol? Tendo como objetivo analisar os documentos de arbitragem, identificando nos critérios a divisão sexual neste tipo de ocupação, bem como compreender as histórias de vida das árbitras, escolhemos como metodologia a pesquisa qualitativa descritiva, investigando documentos oficiais de arbitragem e as histórias de vida das árbitras. Nos resultados, constatam-se estratégias androcêntricas no campo, com as barreiras excludentes e limitantes para as mulheres na arbitragem, afetando a sua inclusão e permanência, sendo a maior delas o teste físico sem consideração às diferenças sexuais, utilizados como mecanismo de defesa para o controle sexual neste setor, resultando em prejuízo para as mulheres, embora as barreiras estejam colocadas para além do desempenho físico relacionadas com a política de gênero. Além disso, foi constatada hierarquia regional, resultando na submissão no interior da categoria mulher. Desse modo, a arbitragem, como mercado de trabalho, segue a lógica geral: os homens comandam o campo. O papel de submissão e o rendimento menor estão reservados para as mulheres.

ANSTRACT: This Master's Thesis discusses how women referees' experience sexual division in arbitration work of professional soccer, checking their entering and remaining on the field, without losing sight of the intersectional matters of race. According to studies, there is an increase in the presence of women amongst the soccer world in the past two decades, whether as players, coaches, referees or linesmen. Specifically in arbitration, although there is a growing demand, just a few can get progress and stability in the function. Therefore, delimiting as a problem, knowing how women referees experiences the sexual division in professional arbitration work. From this context, are elaborated two major issues for the research development: 1) What are the criteria for evaluating the physical profile needed to achieve the ideal characteristics and qualities to become a soccer referee? 2) And how these women managed to blur the boundaries of gender/sex relations and become soccer referees? Aiming to analyze the arbitration documents, identifying in the criteria the sexual division in this type of occupation, as well as understanding the life history of referees, chosen as a methodology the descriptive qualitative research, investigating official documents of arbitration and the life history of referees. In the results, androcentric strategies in the field were noticed, with the exclusionary and limiting barriers for women in arbitration affecting their inclusion and permanence, the biggest one being the physical test without considering sex differences, used as a defense mechanism for sexual controlling in this sector, resulting in disadvantage for women, although the barriers are beyond a physical performance related to the gender policy. Furthermore, it was observed a regional hierarchy submission within the woman category. Thus, the arbitration, as a job market, follows the general logic: men rule the field. The role in submission as well as the lowest income are reserved to women.

Exemplares

MF0000010746b / não circula
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