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Memória das ditaduras (Brasil e Argentina) pelo olhar infantil no cinema contemporâneo

Tipo
Trabalho acadêmico
Produção
Niterói, Rio de Janeiro, Brasil
2016
Páginas
134
ISBN/ISSN
000
Suporte
Arquivo Digital

Dissertação de Diogo Eduardo Moysés Carvalho dos Santos apresentada ao Programa de Pós-Graduação em História da Universidade Federal Fluminense, como requisito parcial para a obtenção do título de Mestre em História, área de concentração História Contemporânea II, sob orientação do: Prof. Dr. Daniel Aarão Reis Filho. Para acessar clique aqui.

Sumário

Introdução p. 11
Considerações sobre as relações cinema e história p. 17

Capítulo 1 - As trajetórias sinuosas das relações cinema, história e memória nos pós-ditaduras de Brasil e Argentina p. 24
1.1 - As dinâmicas das disputas de memória nos pós-ditaduras p. 27
1.2 - O cinema como espaço de trabalho de memória p. 31

Capítulo 2 - O ano em que meus pais saíram de férias: o olhar infantil como lente para o cotidiano da ditadura brasileira p. 34
2.1 - Mauro: isolamento, abandono e resistência p. 36
2.1.1 - Mauro e a imobilidade de um goleiro de botão p. 37
2.1.2 - A transição de Mauro para um goleiro de verdade p. 43
2.1.2.1 - Primeiro jogo do Brasil: a vitória com sabor de derrota p. 50
2.1.2.1.1 - Sentidos do torcer pela seleção e representações da conciliação nacional p. 53
2.1.2.1.2 - Televisão p. 57
2.1.3 - Mauro, goleiro de verdade p. 59
2.1.3.1 - O goleiro mauro entra em campo p. 60
2.1.3.1.1 - O “clássico do Bom Retiro”: o campo de jogo como síntese de conflitos p.62
2.1.3.2 - Entre as ilusões e as desilusões e o peso da camisa número um: mauro, titular dentro e fora de campo p.65
2.1.4 - Fim da inocência: a ditadura se escancara p. 68
2.1.4.1 - O ano em que meus pais saíram de férias e as peculiaridades dos filmes de infância na representação cinematográfica da ditadura brasileira p. 70
2.1.5 - Final da Copa, final das férias p.74

Capítulo 3 - Infância clandestina: as batalhas pela memória e o olhar infantil na reivindicação do passado p. 79
3.1 - A ditadura no cinema argentino: a trajetória pendular da memória p. 83
3.1.1 - As operações de memória durante a transição democrática p. 84
3.1.2 - As trajetórias das políticas de memória p. 87
3.1.3 - Anos 1990 e 2000: novos grupos e novo regime de memória p. 89
3.1.4 - O cinema argentino e os trabalhos de memória p. 92
3.2 - Infância clandestina: reconstrução de identidades e a reivindicação da luta política da geração dos 70 p. 93
3.2.1 - Juan: a criança em oposição à passividade diante do mundo adulto p. 97
3.2.2 - Infância clandestina e a contextualização do imaginário revolucionário p. 100
3.2.2.1 - Horácio e beto: tempo de compromisso x presente de felicidade p. 101
3.2.2.2 - Discussão entre Cristina e Amália: la carne al asador p. 104
3.3 - Infância e moral revolucionária: a presença de crianças no contexto da luta clandestina p. 110

Considerações finais - O ponto de vista da infância sobre as ditaduras de brasil e argentina: apontamentos sobre as particularidades e relevâncias desta forma de representação fílmica p. 119

Referências bibliográficas p. 125
Filmografia p. 133

Textos

 

Esta dissertação tem como objetivo observar e analisar as representações fílmicas das ditaduras civis-militares de Brasil (1964-1985) e Argentina (1976-1983), expressadas pelos filmes de infância realizados nos dois países contemporaneamente, bem como o papel de tais produções como lugares de construção e vetores de memórias. A partir das observações dos múltiplos aspectos construídos pelos longas-metragens de ficção O ano em que meus pais saíram de férias (Brasil, 2006) e Infância clandestina (Argentina, 2011), busca-se identificar a participação dessas obras nas disputas pela memória do período, bem como, em um exercício dialético, refletir sobre o papel dos filmes como expressões dessas disputas, desempenhando uma função de construção/reconstrução das memórias das ditaduras. Além disso, procura-se observar determinadas especificidades desses “filmes de ditadura” construídos a partir de um olhar infantil em relação à cinematografia sobre o período histórico realizada em épocas anteriores. Compreende-se que os filmes de infância permitem o deslocamento do protagonismo da dimensão pública (a luta política propriamente dita; a representação da luta armada; a caracterização da repressão política etc.) para a dimensão privada (a vida cotidiana de uma criança, de um bairro etc.), privilegiando olhares sobre o cotidiano daquelas sociedades diante dos regimes de exceção.

ABSTRACT: This dissertation aims to observe and analyse filmic representations of civil-military dictatorships in Brazil (1964-1985) and Argentina (1976-1983) made by contemporary childhood films produced in both countries, as well as the role of these productions as mechanisms of memory production and memory tracks. Starting from the observations of multiple aspects built by the feature films The Year My Parents Went on Vacation – O ano em que meus pais saíram de férias (Brasil, 2006) – and Clandestine Childhood – Infancia clandestina (Argentina, 2011) –, we try to identify how these movies meddle in the quarrel for the memory of the period and, undergoing a dialectical exercise, its role as expressions of those disputes, performing a making/remaking function of the dictatorship memories. Furthermore, we propose to observe certain singularities of those “dictatorship movies”, which are based on a child view and to compare it to the cinematography of the historical period made previously. In childhood films the focus may be shifted from the public (the political struggle itself; the representation of the armed struggle; the characterization of the political restraint and soon) to the private dimension (the ordinary life of a child, in a neighborhood etc.), giving importance to the views of the daily life of those societies during the period of Illegitimate Regime.

Exemplares

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