Copa do Mundo de 1938
Para a Copa do Mundo de 1938, três países apresentaram-se como candidatos a sediar o torneio: Argentina (defendendo o rodízio entre os continentes), Alemanha (interessada em repetir o sucesso político italiano) e a França do presidente da FIFA Jules Rimet, que, sem surpresa alguma, foi a escolhida em votação no Congresso da FIFA em Berlim, dia 13de agosto de 1936. Mais uma vez foram feitos grandes investimentos na infraestrutura do país, como a ampliação do Estádio Colombes e a construção do estádio de Bordeaux, o Parque Lescure. O governo francês e Rimet queriam uma Copa livre de incidentes políticos, somente futebol, uma contraposição à Copa de 1934 (palco para a propaganda fascista) e aos Jogos Olímpicos de 1936 (patrocinados pelo regime nazista).Infelizmente, isso foi impossível. Começou com o boicote da Argentina (que perdeu a disputa para sediar a Copa) e do Uruguai (ainda por conta do boicote das seleções europeias feito na Copa de 1930). A isso, se somaram vários países das Américas que também desistiram e, no final, Brasil e Cuba classificaram-se sem precisar passar por eliminatórias. A Espanha, submersa na Guerra Civil, também ficou de fora. O Japão, em guerra com a China, desistiu de disputar as eliminatórias, o que classificou automaticamente seu adversário, as Índias Holandesas (Indonésia), que se tornou o primeiro asiático numa Copa do Mundo. Por último, a Áustria, que conseguiu se classificar, mas, a 80 dias da abertura da Copa, foi anexada pela Alemanha. Quem se beneficiou foi a Suécia, adversária dos austríacos já no mundial, e que ganhou por W.O., passando para as quartas-de-final sem precisar ir a campo. Os demais classificados foram: Bélgica, Holanda, Hungria, Noruega, Polônia, Romênia, Suíça e Tchecoslováquia. Além da anfitriã França e da Itália, ultima campeã do mundo. Quando, finalmente, a bola rolou, os destaques ficaram para o emocionante Brasil 6X5 Polônia, com os poloneses empatando o jogo aos 44 minutos do 2º tempo, fazendo com que a vitória brasileira só viesse na prorrogação, 2X1; e nos jogos-desempates, onde tivemos duas zebras: a Suíça eliminando a favorita Alemanha, enquanto a estreante Cuba eliminou a Romênia de seu terceiro mundial. Nas quartas-de-final, ambas foram eliminadas (por Hungria e Suécia, respectivamente), enquanto a campeã Itália eliminou a França, e Brasil e Tchecoslováquia empataram por 1X1, em um dos jogos mais violentos de todos os temos, chamado de "A Batalha de Bordeaux", que teve três expulsões, 14 contundidos, e dois tiveram fraturas (Frantisek Planicka e Oldrich Nejedly). No jogo-desempate, vitória brasileira por 2X1. Apesar da simpatia da torcida francesa pelos brasileiros, a Itália eliminou a sensação sul-americana e decidiu a Copa contra a Hungria. Com um time renovado (só quatro campeões de 1934), mais forte e com um genial Silvio Piola ao lado de Giuseppe Meazza, a Squadra Azzurra conquistou o bicampeonato mundial, ganhando por 4X2, e colocou Vittorio Pozzo como o único técnico a conquistar duas vezes a Copa do Mundo. O público vaiou muito os bicampeões, principalmente depois do capitão Meazza fazer a saudação fascista, após receber o troféu do presidente francês Albert Lebrun. Os torcedores talvez fossem menos hostis se soubessem o teor do telegrama mandado por Mussolini aos jogadores italianos: "Vincere o morire" (Vencer ou Morrer). Simples assim. A bola utilizada na Copa de 1938 na França, não tinha um nome oficial. Ela foi produzida por uma fábrica francesa chamada Allen.