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Corinthians x Santos

Tipo
Campeonato
Ano
2011
Local
São Paulo, São Paulo, Brasil
Início
18/09/2011

A partida ocorreu no Estádio Municipal Paulo Machado de Carvalho, mais conhecido como Pacaembu. O mando do jogo pertencia ao time do Corinthians, por esse motivo a maioria do estádio estava tomada pela torcida corintiana. A ideia da pesquisa de campo foi dividir os pesquisadores em três duplas, uma acompanhando a torcida Jovem do Santos, outra a Gaviões da Fiel e outra dupla acompanhando o jogo nas arquibancadas amarela (primeiro tempo) e verde (segundo tempo). O caminho da estação de metrô Marechal Deodoro até o estádio foi transformado. O percurso foi tomado pela torcida do Corinthians. Muitos grupos eram de torcidas organizadas, pois trajavam as camisas referentes a elas. Eram encontrados ambulantes vendendo faixas, camisas, tudo quanto era objeto relacionado principalmente ao time da casa. Os bares e lanchonetes também estavam direcionados a atender esses torcedores. Ao chegar perto da Praça Charles Miller as torcidas e a polícia se encontravam presente em grande escala. Na posição que estavam na arquibancada, ficou clara a disposição das torcidas no ambiente do estádio, a hierarquia, a dinâmica das baterias, a arrumação das bandeiras, gritos de guerra, cantos e a divisão do estádio entre a torcida do time da casa e a dos visitantes, que ocupava uma pequena parcela da arquibancada e estava isolada por um cordão de policiais. No primeiro tempo a equipe do Centro de Referência do Futebol Brasileiro ficou perto da torcida Estopim, Camisa 12 e Gaviões e era evidente a diferença no espaço que elas ocupavam. A Gaviões era a representada com maior número de pessoas. Os cantos e gritos de guerra, guiados pelo toque da bateria, foram entoados durante o jogo inteiro. No começo a maioria deles era de teor ofensivo e direcionados à torcida e à equipe do Santos. Eram cantados por todas as organizadas e torcedores juntos. Mas durante o jogo as torcidas cantavam as músicas e gritos referentes às suas torcidas organizadas. A preparação para estender as imensas faixas, que cobrem as torcidas com seus símbolos e escudos, foi um trabalho que ocorreu durante a partida toda. As pessoas que eram responsáveis pelas faixas, os mais jovens da torcida, ficaram a partida inteira na função de cuidar das bandeiras, o que significava levar até o estádio, arrumá-las corretamente para serem abertas sobre a torcida, depois descer com elas e enrolá-las novamente para levá-las embora. Isso tudo, tomando cuidado para que não fossem rasgadas, algo que muitas vezes acontece e aconteceu nesse dia representando um desprestígio para a torcida. Quando isso ocorreu a torcida do Santos começou a cantar “éu, éu, éu bandeira de papel”. As torcidas estavam tranquilas, apesar do resultado parcial (o Santos empatou 1 a 1 a partida ainda no primeiro tempo). O momento era de festa. No intervalo as pesquisadoras direcionaram-se para a arquibancada verde e ficaram do lado da torcida organizada Pavilhão 9, esse momento foi especial pois a bateria da Camisa 12 saiu do seu lugar para se juntar a Pavilhão 9 e tocar. A Gaviões também começou a tocar cantos referentes à Camisa 12 e à Pavilhão, houve uma interação entre as torcidas durante o intervalo do jogo. Antes de iniciar o segundo tempo a bateria da Camisa 12 voltou para o local em que estava na arquibancada. A dupla de pesquisadoras do CRFB continuou ao lado da Pavilhão 9 até o final da partida. O jogo acabou em 3 x 1 para o Santos, antes mesmo do término da partida muitos corintianos foram embora e apesar da derrota a torcida continuou tranquila, a única manifestação de revolta coletiva perante o resultado foi direcionada ao técnico Tite, todos gritavam expressando o desejo pela sua saída do clube. Ao apito final, primeiro saíram os corintianos, na saída tudo continuava calmo mesmo após a derrota. As pessoas das organizadas caminhavam rapidamente para seus ônibus e os demais torcedores seguiam rumo seus respectivos destinos, a dispersão aconteceu rapidamente.

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