Copa Kaiser 2011 - final Série B
Os que passaram pela Avenida Marquês de São Vicente, em frente ao Nacional Atlético Clube, na manhã daquele domingo, quando os relógios sincronizados com o horário de Brasília indicavam que as 11 horas se aproximavam, dificilmente perceberam algo fora do convencional. Tratava-se da final entre Jardim Jaqueline e Tricolor. Mas talvez se pusessem pensar que algo acontecia em razão da presença dos vendedores ambulantes que estavam ali, e que também aparecem em outros vários eventos relacionados a jogos de futebol. Já os que sabiam que algo de extraordinário se daria ali em poucas horas podem ter pensado que estavam enganados, e que talvez esse extraordinário fosse ocorrer em outro pedaço. Mas não, era ali mesmo: a final da 3ª edição da série B da Copa Kaiser seria realizada na grama autêntica do Nacional, tal qual ocorre com a série A há 13 anos. O estádio onde o jogo seria realizado, Nicolau Alayon, é conhecido e chamado por diversas alcunhas: “Arena Kaiser”, “o grande estádio da Várzea”, “o Maracanã da Várzea” ou “o Pacaembu da Várzea”. Passado o meio-dia as cadeiras da torcida numerada estavam tomadas por uma torcida não identificada, eclética, onde era difícil definir de imediato quem torcia para quem. Pareciam mesmo grandes expectadores do espetáculo que se iniciaria em pouco tempo. Ao alto e ao fundo dessa arquibancada havia um espaço como se fosse um terraço, onde se concentrava o staff da empresa “Evidência Promotions”, a empresa responsável pela organização do evento. Com o time do Tricolor F. C. enfileirado, à frente do vestiário, e seus jogadores na expectativa de entrarem em campo, um grupo de crianças do E. C. Jaqueline que compunha a torcida do time se pôs a provocar os jogadores do time rival. O Tricolor foi o primeiro a entrar em campo, enquanto que a espera por chuteiras para alguns jogadores atrasou a entrada do Jaqueline. Também estavam no campo dois integrantes do “Várzea na TV”, um repórter e um cinegrafista, que faziam a cobertura do que acontecia no campo. Veio o intervalo entre os tempos e o jogo permanecia empatado em zero. No segundo tempo, o Tricolor abriu o placar do jogo. E muita coisa aconteceu desse momento em diante. Um princípio de confusão entre os jogadores, que se estendeu para parte da torcida, culminou na expulsão de um jogador do Tricolor. Imediatamente a “turma do deixa disso” entrou em campo, provavelmente preocupada com que o alvoroço pudesse culminar em punições oficiais aos times, como é previsto no regulamento da competição. Com tanta coisa acontecendo no entorno do jogo, qualquer piscar de olhos poderia culminar em perda de atenção ao jogo, e aos gols (três) que se seguiram: um do Jaqueline, de empate, e os outros dois do Tricolor, culminando em uma comemoração exaltada dos que estavam no banco do Tricolor. O final do jogo foi marcado por uma rápida cerimônia de premiação dos terceiro, segundo e primeiro colocados, com medalhas para cada atleta e troféus para as equipes. Rápida também foi a dispersão das duas torcidas.