Copa Kaiser 2012 - final Série A
Pela primeira vez na história da Copa Kaiser, o estádio Paulo Machado de Carvalho, o Pacaembu, foi palco para a final da competição. E pela primeira vez depois de sempre “bater na trave”, o tradicional Ajax do bairro da Vila Rica, zona leste, conquistou um título de uma das mais importantes competições do futebol amador do país. O adversário chegava a sua segunda final consecutiva. Depois de ser derrotado para o Classe A da Barra Funda em 2011, o time Turma do Baffô do Jardim Clímax teve de suportar mais um vice campeonato um ano depois. Mas o grande jogo e espetáculo da 15ª edição da Série A da competição começou muito antes de a bola rolar. Saindo da zona sul da cidade, 26 ônibus trouxeram a torcida do bairro do Jardim Clímax que pintou as ruas de azul e branco ao som da bateria da Torcida Independente e, em um domingo de muito sol, começou a tomar conta da Praça Charles Miller, na zona oeste. Já a zona leste foi representada pelo amarelo e preto do Ajax, que também marcou presença em peso com centenas de torcedores dos temidos e famosos Lobos da Vila Rica. Ao contrário do que acontece no futebol profissional, em que cada torcida tem acesso ao estádio por uma ponta diferente para evitar confronto entre facções, as duas torcidas entraram pelo mesmo local, o portão principal do Pacaembu. Apesar do clima amistoso da partida, a Polícia Militar foi implacável na segurança e, ao contrário de 2011, a entrada dos torcedores foi bem organizada. Na edição anterior, no estádio do Nacional, a chamada Arena Kaiser, houve tumulto na entrada do estádio, onde havia apenas um portão aberto. Em 2012, os policiais fizeram revisão em todos os torcedores, mas mantiveram as mesmas regras do ano anterior como: não poder entrar no estádio com camisas de outros times que não fossem os de várzea (um torcedor com uniforme do Corinthians teve de trocar de camisa com um colega para entrar), não podia também usar os pedaços de pau que arqueariam as bandeiras (todos foram retirados) e não foi permitida a entrada de garrafas ou bebida alcoólica. Antes da partida, a presença do então técnico da Seleção Brasileira, Mano Menezes, agitou os vestiários das duas equipes. Ele compareceu em cada um dos vestiários para dar uma palavra de incentivo para os jogadores, que ficaram eufóricos com a presença do treinador. Pelo esquema dos dois times, foi possível notar que o Turma do Baffô preparou melhor o esquema defensivo e logo começou a pressionar o Ajax. Por esse motivo ou não, a torcida do time de azul fazia muito mais barulho que a torcida do Ajax, conhecida por ser uma das mais apaixonadas da várzea. O jogador Portugal abriu o placar para a zona sul ao receber passe de Carioca na entrada da área. O jogador do Baffô chutou cruzado no canto direito para abrir o placar. O goleiro do Ajax, Alisson, não alcançou e teve de ver sua torcida calar aos 28 minutos do primeiro tempo. Era festa na torcida Independente no Pacaembu. O sol estava muito forte próximo às 13h30. A euforia do Turma do Baffo não durou cinco minutos quando o árbitro Leandro Vuaden assinalou uma falta dentro da área a favor do Ajax. O jogador Ramires deu um passe para Thiaguinho que recebeu um carrinho do zagueiro adversário. Pênalti! Uochiton, camisa 10, chutou do lado esquerdo, sem chances de defesa do goleiro Bilica. Vale lembrar que Uochiton fora artilheiro da edição 2011 da competição. Aos 33 minutos do primeiro tempo estava, além de muito sol, tudo empatado no Pacaembu. No segundo tempo, o Ajax aproveitou uma cobrança de escanteio para marcar mais um. Uochiton mais uma vez participou da jogada ao fazer a cobrança. A bola encontrou a cabeça do bem posicionado zagueiro Jeremias, que converteu o lance, balançou as redes, virou a partida para o Ajax e foi comemorar com a torcida. Resultado: Ajax 2 a 1 Turma do Baffô. Ao fim da partida, foi anunciado o recorde de público em jogos de futebol amador do Rank Brasil, com 20.260 torcedores no Pacaembu, que tem capacidade para 34 mil.
