Centro de Referência do Futebol Brasileiro

Dentre as várias edições do Campeonato Brasileiro, esta talvez seja a que mais tenha gerado discussões ao longo dos anos. E continua a gerar divergência de opiniões. Neste ano, a CBF anunciou que não teria mais condições para bancar as despesas de viagens dos clubes, provocando diferentes reações entre os clubes: uns defendiam a redução do número de participantes, outros aceitavam a divisão das despesas e outros, ainda, não abriam mão do financiamento da CBF. Frente à incapacidade da CBF em solucionar consensualmente a questão, os principais clubes do Brasil, na busca de uma solução ao mesmo tempo rápida e rentável, resolveram se unir de maneira independente e formaram uma liga própria, chamada de Clube dos 13, com o intuito de realizar seu próprio campeonato, menor e mais lucrativo. Neste novo modelo criado, jogariam os treze clubes que eram, à época, os treze primeiros do Ranking da CBF (Internacional, Grêmio, Cruzeiro, Atlético Mineiro, São Paulo, Santos, Corinthians, Palmeiras, Bahia, Vasco da Gama, Botafogo, Flamengo e Fluminense) e mais algumas outras equipes convidadas. A ideia inicial era a de que o campeonato tivesse um grande êxito comercial, assim, não houve critérios técnicos para a escolha dos competidores. Dessa forma, a importância dos clubes estava condicionada à capacidade rentável que possuíam. Como consequência, Guarani e America, respectivamente, vice-campeão e semifinalista no ano anterior, não foram convidados. Mesmo sendo uma espécie de dissidência da CBF, o Clube dos 13 contava com apoio discreto da CBF que aceitou chancelar a competição idealizada pela união de clubes. Resumidamente, o maior impasse se dava quanto ao número de participantes: 16 ou 32. Ficou acertado que 16 equipes fariam o campeonato: além das treze ligadas ao Clube dos 13, fariam parte mais três equipes convidadas: Goiás, Coritiba e Santa Cruz. Acontece que o formato definido gerou descontentamento entre vários clubes. Especialmente América, Guarani e Portuguesa, que se sentiam injustiçados pela exclusão - incoerente que era com seus desempenhos no ano anterior. Pressionada, a CBF acabou por organizar uma competição com dezesseis clubes que ficaram de fora do modelo proposto pelo Clube dos 13 e passou se referir às duas como Módulos de uma mesma competição. Após quase dois meses de discussões e algumas idas e vindas, ficou acordado entre as duas entidades, uma competição com trinta e dois clubes, divididos em dois módulos: O Verde, com as dezesseis equipes selecionadas pelo Clube dos 13, e o Amarelo, com outros dezesseis clubes, escolhidos pela CBF. Assim, finalizada as disputas dentro dos módulos, os dois melhores times de cada módulo iriam disputar um quadrangular final para definir o campeão nacional da Copa Brasil daquele ano. Uma vez formado o quadrangular final, Flamengo e Internacional, campeão e vice, do Módulo Verde se recusaram a manter o acordo e abdicaram de participar do quadrangular final, não se apresentando às partidas finais, sendo eliminados por WO perante Sport e Guarani, os primeiros colocados do Módulo Amarelo. Dessa forma, o campeão e vice do módulo Amarelo, Sport e Guarani, disputaram as finais, saindo o Sport vitorioso. A polêmica maior está na reivindicação por parte de flamenguistas do título nacional de 1987 por terem vencido o Módulo Verde. Nas variadas instâncias jurídicas em que a disputa já foi travada, o Sport sempre teve parecer favorável até 2016.