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Bambu

  • Rogério Maldonado

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 Rogério Maldonado, mais conhecido por Bambu é corinthiano e desde 2000 está comprometido com todas as atividades e o retorno à arquibancada da Torcida Organizada Estopim da Fiel, de Diadema. No final de 1993, abalada pela morte de Romualdo Francisco dos Santos, um de seus fundadores, a torcida deixou de exibir sua faixa nos estádios e se concentrou apenas na escola de samba, o Grêmio Escola de Samba Estopim da Fiel Torcida. Segundo Rogério Maldonado, ele e um grupo de amigos resolveram reorganizar a torcida em 2000 e dessa maneira facilitar o acesso ao estádio de torcedores daquela região, além de resgatar a história da torcida fundada em 1976.

Morador de Diadema desde criança, Bambu se recordou da sua primeira e mais marcante lembrança relacionada o clube alvinegro, ainda em 1982, contra o São Paulo Futebol Clube. Enquanto toda a família se encontrava reunida em um domingo na casa da avó para assistir ao jogo, uma tia cortou a mão durante a comemoração de um gol. Para estancar o sangue, a tia de Bambu colocou pó de café no ferimento e insistiu em continuar a assistir ao jogo.

Na final do Campeonato Paulista de 1988, lembrou-se de como queria uma camisa do Corinthians, e em razão da dificuldade financeira e ausência de lojas esportivas, a mãe de Bambu propôs a uma vizinha comprar a camisa listrada e usada que ela tinha. Observando as modificações do fardamento antigo, o menino foi até uma loja de material escolar e comprou uma tinta guache e pintou as marcas Topper e Kalunga na camisa.

Tempo depois, o pai, separado e palmeirense, marcou a memória de Rogério quando o levou no estádio do Pacaembu pela primeira vez para assistir a Corinthians e Vasco, ao lado do Tobogã. Desde então começou a estudar o time recortando matérias de jornais e revistas. Mais velho, já na semifinal de 1990 contra o time do Bahia - com gol do jogador Neto - lembrou-se de ir ao estádio acompanhado pelo professor de matemática. Recordou-se de passar muito tempo fascinado com as bandeiras e faixas levadas pelas torcidas uniformizadas. A partir daquele momento decidiu que gostaria de fazer parte da organização da festa nas arquibancadas.

Em 1993 passou a fazer parte da torcida organizada Coringão Chopp (inaugurada em 1989) - ainda escondido da mãe -, porque a torcida ficava localizada no bairro da Piraporinha, próximo de Diadema. Pouco tempo mais tarde, foi convencido pelos amigos a mudar para a torcida Gaviões da Fiel e durante esse período conheceu importantes lideranças como Dentinho, Metaleiro e Pancho. Apesar da dificuldade de acesso à quadra, com 17 anos Bambu passou a acompanhar religiosamente a todos os jogos do Corinthians, se tornando em pouco tempo, líder da região de Diadema na organização de caravanas.

Alguns percalços fizeram com que Bambu se afastasse da Gaviões e em parceria com o já presidente da escola de samba da Estopim, revitalizaram a tradicional torcida da região onde cresceu. Em 2000, a Estopim já dispunha um cadastro de antigo de 11904 associados. Zeraram e começaram novamente o cadastro de associados, reunindo 12 mil sócios em 2015.

De acordo com Bambu, o apoio da torcida ao time pode influenciar no resultado da partida, ou seja, é fundamental que ela esteja presente em todos os jogos. Quando os pesquisadores do CRFB conheceram Rogério, em 2011, ele atuava no seu segundo mandato como presidente da torcida. Em dezembro de 2014, o museu retornou à sede da Estopim e gravou o depoimento oral dessa liderança. Nos últimos anos, Bambu, além de liderar a torcida de Diadema, também esteve envolvido com a criação das maquiagens artisticas da escola de samba Gaviões da Fiel durante o carnaval.   

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