João Saldanha
- João Alves Jobim Saldanha
- João Sem Medo
Jornalista, sempre procurou a linguagem mais popular seja nas suas colunas nos jornais Última Hora, Jornal dos Sports, O Globo e Jornal do Brasil, seja nas transmissões de futebol ou programas dos quis participava nas rádios Guanabara, Tupi e Globo, TVs Globo, Tupi e Manchete. Foi técnico de futebol, comandando o Botafogo F.R., campeão carioca de 1957 e a Seleção Brasileira em 1969, classificando-a para Copa do Mundo de 1970. Faleceu com um edema pulmonar durante a Copa do Mundo de 1990, na Itália, aos 73 anos.
Clubes e Federações
| Quando | Onde | Atuação |
|---|---|---|
| 1941 | Botafogo | Zagueiro(a) |
| 1957-1960 | Botafogo | Treinador(a) |
| 1969-1970 | Seleção Brasileira | Treinador(a) |
Textos
De tradicional família gaúcha, saiu ainda bebê do Rio Grande Sul, por questões políticas envolvendo seu pai. Passou parte da infância no Uruguai e em Curitiba, e depois estabeleceu-se no Rio de Janeiro, onde o pai recebera a concessão de uma cartório. Teve uma curta passagem como jogador do Botafogo, time do coração, e formou-se na Faculdade Nacional de Direito, da Universidade do Brasil (atual Universidade Federal do Rio de Janeiro). Depois fez várias viagens pelo mundo, retornando ao Rio de tempos em tempos.
Em 1957 foi convidado pelo Botafogo a ser técnico e mesmo sem experiência anterior, foi campeão carioca. Em 1959, através do cunhado Rui Viotti, foi contratado pela Rádio Nacional (Rio de Janeiro) como comentarista e em pouco tempo tornou-se muito popular e líder de audiência, com seu grande conhecimento do futebol e por adotar uma linguagem popular, de fácil interação com o ouvinte.
Em 1969 foi convidado pelo presidente da Confederação Brasileira de Desportos (CBD), João Havelange, para ser o técnico da Seleção Brasileira na eliminatórias para a Copa do Mundo. Saldanha convocou os 22 jogadores, definiu os 11 titulares e os chamou de "Feras". Classificou-se com 6 vitórias em 6 jogos.
Em março de 1970 João Saldanha foi demitido pela CBD, um episódio muito polêmico que envolveu pressão da ditadura, porque ele era simpatizante e ex-militante do Partido Comunista Brasileiro (PCB), além de opositor ao governo militar. O técnico também estava desgastado após várias polêmicas com jogadores, dirigentes e jornalistas.
Mas seu prestígio como jornalista continuou muito grande, tendo trabalhado nas rádios Guanabara, Tupi e Globo, TVs Globo, Tupi e Manchete, jornais Última Hora, Jornal dos Sports, O Globo e Jornal do Brasil, além de ter participado da equipe original da "Resenha Facit" um dos primeiros programas de debate esportivo (mesa-redonda) da TV brasileira.
Autor de "Os subterrâneos do futebol" (Tempo Brasileiro, 1963; 2ª edição José Olympio, 1980; 3ª edição Revan - sob o título "Histórias do futebol", 1994; 4ª edição Lacre, 2017); "O futebol: tudo que o jovem deve saber sobre" (Bloch, 1971); "Meus amigos" (Mitavaí, 1987); "O futebol e outras histórias" (MPM; Record, 1988; reedição 1990); "O trauma da bola: a Copa de 82" (Cosac & Naify, 2002); "Vida que segue: João Saldanha e as Copas de 66 e 70" (Nova Fronteira, 2006); "As 100 melhores crônicas comentadas" (Livrosdefutebol.com, 2007). Leia o texto João Saldanha entre livros.
Morreu vítima de um edema pulmonar, durante a cobertura da Copa do Mundo da Itália, em 1990.
