Mário Filho
- Mário Rodrigues Filho
Um dos principais jornalistas esportivos do Brasil, criador do Jornal do Sports e de O Mundo Esportivo. O Estádio do Maracanã leva o seu nome.
Textos
Nascido em Recife (PE), ainda criança mudou-se com a família para o Rio e Janeiro, devido á perseguição política sofrida pelo pai, o jornalista Mário Rodrigues. Ainda adolescente começou a trabalhar no jornal A Manhã, de propriedade do pai. Mas foi em outro jornal de Mário Rodrigues, A Crítica, que Mário Filho começou a mudar o jornalismo esportivo, começando pela abolição do parnasianismo nos relatos dos jogos, adotando um estilo mais informal, muito mais próxima da linguagem cotidiana dos leitores. E dos torcedores.
Em março de 1930 Mário Rodrigues morreu e sete meses depois A Crítica foi destruída durante a Revolução daquele ano. Mário Filho foi socorrido por Roberto Marinho que o contratou, e assim entrou para O Globo, e logo em seguida ambos criam O Mundo Sportivo, primeiro jornal diário dedicado exclusivamente à cobertura esportiva, mas que foi responsável por criar o Desfile de Escolas de Samba, em 1932, ideia de Mário para alavancar as vendas no Carnaval, época em que o futebol estava de férias.
Em 1933 Mário Filho passa a apoiar a profissionalização do futebol e propõe uma competição reunindo os times paulista e cariocas que abandonaram o amadorismo, nascendo assim o Torneio Rio-São Paulo. Três anos depois por difrenças editoriais deixa o grupo Globo e vai para o Jornal dos Sports, comprando-o logo em seguida, inclusive com ajuda de Roberto Marinho. Para diferenciar seu jornal da concorrência, Mário Filho, passa a imprimir a primeira página na cor de rosa, que se torna marca registrada, junto com a organização de grandes eventos esportivos como Jogos da Primavera (1947), Jogos Infantis e a Copa Rio (ambos em 1951), Torneio de Pelada no Aterro do Flamengo (1966). Uma de suas grandes lutas foi pela construção do Estádio Maracanã. Não à toa, após sua morte em 1966, vítima de uma parada cardíaca, seu irmão, Nelson Rodrigues, iniciou uma campanha para que "Maraca" recebesse o nome do jornalista, o que aconteceu naquele mesmo ano.
Um dos maiores legados de Mário Filho é "O negro no futebol brasileiro", muito comparado em termos de importância histórica com "Casa grande e senzala", de Gilberto Freyre, que aliás, prefaciou a primeira edição do livro do jornalista em 1947. Mas Mário escreveu também "Copa Rio Branco" (1932); "Histórias do Flamengo" (1934); "Romance do foot-ball" (1949); "Copa do Mundo, 62" (1962); Viagem em torno de Pelé" (1964). Além dos romances "Bonecas" (1927); "Senhorita" (1928); "O rosto" (1965); "Sexo na Faixa de Gaza" (1965); "Tráfico na Gávea" (1966); "Infância de Portinari" (1966). Em 1994 foi publicado "O sapo de Arubinha", uma seleção de crônicas. E em 2010 Oscar Maron Filho produziu o documentário “Mario Filho, o criador das multidões”.
Em 2012 o blog Literatura na Arquibancada, do jornalista André Ribeiro, republicou um dos mais belos texto de Nelson Rodrigues sobre o irmão.