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Silvia Regina de Oliveira

  • Sílvia Regina de Oliveira de Carvalho
Atuação
Arbitragem
Dirigente

Foi árbitra do quadro da FIFA (2001-2017), primeira mulher a apitar jogos dos Campeonatos Paulista Série A1 (1ª divisão) e Brasileiro da Série A. Mesmo após se aposentar da arbitragem continuou sendo pioneira, tornando-se a primeira mulher a comandar a Escola de Arbitragem Flávio Iazzetti da Federação Paulista de Futebol.

Clubes e Federações

Quando Onde Atuação
1985-2007 Federação Paulista de Futebol Arbitragem
1999-2007 Confederação Brasileira de Futebol Arbitragem
2001-2007 FIFA Arbitragem
2008-? Federação Paulista de Futebol Dirigente

Textos

Nascida em Mauá (SP), filha de um torcedor fanático do C.A. Juventus da Mooca a quem acompanhava durante os jogos na Rua Javari. E com apenas 16 anos decidiu conhecer melhor as regras do futebol matriculando-se em no curso de arbitragem da Federação Paulista de Futebol. E depois foram mais dois cursos, um 1982 e outro em 1985, na FPF, aliás, onde não teve como não se destacar: Silvia foi a única mulher em uma classe de 29 árbitros homens e obteve a melhor média de notas na época. Mas quando ela terminou o curso, não pode ingressar imediatamente no quadro de arbitragem, porque o Conselho Nacional de Desportos (CND) não autorizava ainda as mulheres a apitarem partidas oficiais. A profissão nem ao menos era reconhecida internacionalmente. No final ela conseguiu ser reconhecida como árbitra, mas a luta estava apenas no começo.

Por vezes Silvia deixou de ser escolhida para partidas, quando não era impedida de fazer cursos de atualização da profissão. Aos 27 anos, com oito anos de experiência em campo, a árbitra apresentava um currículo de 300 jogos totais, enquanto qualquer árbitro homem ostentava o mesmo número em apenas um ano de trabalho. Os valores pagos por cada jogo também mudam, não em função do sexo, mas pela qualificação da partida. Silvia começou apitando jogos de futebol de várzea, dente de leite, empresas, sindicatos, regionais e mais tarde jogos oficiais de futebol feminino. Passaram-se duas décadas para que a árbitra assumisse jogos oficiais masculinos da 1ª divisão do Campeonato Paulista e do Brasileiro.

Por esses e outros impedimentos não é difícil encontrar a frase “sou professora por profissão e juíza por hobby” nas dezenas de entrevistas dadas por Silvia Regina reunidas no seu acervo pessoal. A pioneira fez graduação em Educação Física e especialização como técnica de futebol. Por anos deu aulas desse esporte para crianças, e na maioria das vezes, meninos pela prefeitura de Santo André.

Mas sua carreira foi marcada mesmo por conquistas. Em 2001, apitou o jogo de abertura do Paulistão entre Mogi Mirim E.C. X São Paulo F.C., e na sequência chegou ao quadro de árbitros da FIFA. Em 30 de junho de 2003, tornou-se a primeira mulher a apitar um jogo de Campeonato Brasileiro Série A, comandando um quarteto feminino de arbitragem. A partida foi Guarani F.C. 0X1 São Paulo F.C., no Estádio Brinco de Ouro da Princesa, em Campinas (SP). e foi a primeira mulher a arbitrar na Copa Sul-Americana. Além de ter atuado em competições mundiais da FIFA e nos Jogos Olímpicos de Atenas 2004.

Foram mais de 1.000 jogos na carreira, encerrada em 6 de dezembro de 2007, após atingir a idade limite da categoria. Na ocasião recebeu o Grão Colar da Ordem Nacional do Mérito Desportivo. Em 2009 foi convidada para ser diretora da Escola de Árbitros Flávio Iazzetti, da FPF. Novamente a primeira mulher a ocupar um lugar inédito no futebol. É instrutora da CBF, CONMEBOL,  FIFA, participando e organizando cursos para capacitação de arbitragem no Brasil, América do Sul, Europa e África.

Em 2015 compartilhou sua história e seu acervo pessoal com  Museu do Futebol e ela foi uma das homenageadas na exposição temporária "Visibilidade para o Futebol Feminino".

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