Oduvaldo Cozzi
- O Papa da Locução
Um dos principais locutores brasileiros em todos os tempos, esteve presente em sete Copas do Mundo (1954-1974), seu estilo era marcado pela dicção perfeita e pela erudição e criatividade em criar frases de efeito. Site oficial.
Textos
Abandonou a Faculdade de Direito do Largo de São Francisco, em 1934, para ser locutor da Rádio Cosmos (São Paulo). Logo depois estava na Rádio Ipanema, do Rio de Janeiro, no comando do programa "Clube do Livro". Em 1936 foi para a Rádio Transmissora, pela qual narrou as provas automobilísticas "Circuito da Gávea" e "Grande Prêmio São Paulo". A boa repercussão chamou a atenção da poderosa Rádio Nacional, que o contratou, ainda em 1936. Três anos depois, mudou-se para Porto Alegre, para assumir a direção da Rádio Gaúcha. Em apenas um ano revolucionou as transmissões esportivas no Rio Grande do Sul. Em 1940 retornou à Rádio Cosmos, de São Paulo, a tempo de integrar a rede de emissoras de rádio que cobriram a inauguração do Estádio do Pacaembu em 27/04/1940, quando o Palestra venceu o Coritiba por 6X2 e o Coritnthians bateu o Atlético Mineiro por 4X2. No ano de 1946, chegou à Rádio Panamericana (São Paulo) para ser um dos apresentadores do programa diário "A Voz do Esporte", ao lado de Hélio Ansaldo, Silvio de Magalhães Padilha e Thomaz Mazzoni. Estreou na primeira de suas sete Copas do Mundo em casa, na de 1950, mas pela carioca Rádio Mayrink Veiga. Na Rádio Tupi ganhou o apelido de "o papa da locução". Na Rádio Guanabara foi uma das vozes, junto com Doalcei Camargo, do bicampeonato mundial. Inclusive sua narração do 1º gol de Garrincha na semifinal da Copa do Chile, pode ser ouvida no Museu do Futebol. Trabalhou nas TVs Excelsior e Tupi, nesta , inclusive, substituiu o popular J. Silvestre como apresentador programa "O Céu É o Limite", recordista de audiência na década de 1960. Era um frasista sem igual, muito criativos, batizou vários craques do Brasil como: Zizinho, o "Mestre Ziza"; Nilton Santos, "A Enciclopédia do Futebol"; Rubens, do Flamengo, o "Doutor Rúbis". E um craque da música, Orlando Silva consagardo como "O Cantor das Multidões". Culto, era fluente em cinco idiomas. Autor do livro "A V Copa do Mundo", sobre a Copa do Mundo de 1954, destacando também o desempenho da Seleção Brasileira pelos gramados suíços.
A aposentadoria veio de maneira precoce, aos 58 anos, por causa de uma trombose cerebral, logo após acompanhar Brasil 0X1 Polônia pela decisão do 3º lugar da Copa da Alemanha. Faleceu quatro anos depois, em Porto Alegre.
