Popó
Não é exagero dizer que Apolinário Santana é um dos maiores jogadores da história do futebol brasileiro, não apenas baiano. Isso porque, para ser atleta, precisou ser um dos primeiros negros a desafiar a sociedade racista em Salvador. Nas décadas de 1910 e 1920, negros e pobres não eram bem-vindos no futebol. Ainda tinham de lutar pelo simples direito de praticar o esporte. Popó enfrentou proibições e perseguições. Não bastassem os regulamentos de ligas e clubes que impediam pessoas como ele de jogar, teve de resistir a toda sorte de discriminações vindas de dirigentes e cronistas. Em sua defesa, seu estilo de jogo gingado, como capoeirista que era, e sua popularidade, fruto das atuações que ganharam fama para além da Bahia. Embora ídolo, o Craque do Povo teve seu caráter colocado em xeque simplesmente por ser negro. Em tempos em que o futebol ainda era amador, Popó, que tinha grande porte físico e era polivalente, lutou por melhores remunerações. Foi tachado de “vendido” e impedido de atuar em seu próprio Estado em 1922, indo para Penedo-AL. Na excursão do Fluminense um ano depois, foi autor dos cinco gols da vitória do combinado baiano contra o time carioca, sendo notícia também na então capital do país. Em 1934, o jogador, que passou por diversos times em Salvador, idolatrado especialmente no Ypiranga e no Botafogo, participou do título brasileiro da Seleção Baiana. Aquele que chegou a ser chamado de Preto de Ouro teve um destino nada fortunoso: morreu pobre e mendigo, vítima do alcoolismo, aos 53 anos.
Clubes e Federações
Quando | Onde | Atuação |
---|---|---|
Bahia | Meio Campo | |
CRB | Meio Campo | |
Vitória | Meio Campo | |
Ypiranga de Salvador | Meio Campo | |
Botafogo da Bahia | Meio Campo | |
Clube Bahiano de Tênis | Meio Campo | |
Fluminense de Salvador | Meio Campo | |
Internacional da Bahia | Meio Campo |
Textos
Apolinário Santana, também conhecido como Popó, foi um importante jogador de futebol no início do século XX. Atuou em diversas posições, inclusive no gol e, devido sua popularidade, ganhou a alcunha de "o craque do povo". Jogou em onze clubes de Salvador, destacando-se no Botafogo Esporte Clube de Santo Amaro e no Esporte Clube Ypiranga. Faleceu em 17 de fevereiro de 1955.