Cosmo Damião
- Cosmo Damião Freitas Cid
Presidente de honra e fundador da Torcida Jovem do Santos F.C. Também foi fundador e presidente em várias ocasiões da Associação de Torcidas Organizadas de São Paulo. Referência entre as torcidas organizadas, em 2011 foi entrevistado pelo Projeto "Territórios do Torcer", parceria entre o Museu do Futebol e o CPDOC-FGV. Faleceu aos 67 anos, após um AVC, em Santos (SP).
Textos
Apesar de ser filho de um espanhol corinthiano e de uma descendente de portugueses são-paulina, Cosmo Damião ainda criança se tornou santista. Concidentemente, Cosmo nasceu em 1955, mesmo ano em que o Santos saiu da fila de 20 anos sem ganhar o Campeonato Paulista e da chegada de Pelé à Vila Belmiro. Gostava de jogar bola, por isso passou a treinar no Esporte Clube União Silva Teles, clube amador do Brás e próximo da sua casa. Mas após assistir a um jogo entre Santos F.C. e Comercial F.C. começou a paixão como torcedor. Já adolescente, passou a acompanhar o clube não só no Estádio do Pacaembu, mas viajando para Santos em todas as oportunidades.
Também naquela época acompanhou o crescimento das torcidas organizadas de São Paulo, e não apenas conheceu como pegou amizade com diversos personagens famosos como Hélio Silva (TUSP), “Tia Eliza” (Gaviões da Fiel), Flávio Laselva (um dos fundadores da Gaviões da Fiel e seu padrinho de casamento), Filhinha (SPFC), Jaime de Carvalho (Flamengo) entre outros. Dessa maneira não demorou a reunir nomes como Adalberto “Alemão”, Jorge Cavalcante, “Tarzan”, Valdir e outros meninos que acompanhavam o time santista em todos os jogos, e juntos formalizaram em 26 de setembro de 1969, a fundação da Torcida Jovem do Santos. Ainda com pequenas faixas e poucas camisas, a torcida começou a crescer a partir de 1971.
Damião por muitos anos foi presidente da torcida e esteve envolvido como vice-presidente da Associação das Torcidas Organizadas do Estado de São Paulo (ATOESP) no final de 1974. As experiências militantes do lado de fora das arquibancadas fomentaram iniciativas para o espaço do torcedor, como a campanha para o fim da garrafa de vidro nos estádios e “um palavrão a menos, uma mulher a mais no estádio de futebol”. Recordou-se com saudosismo de um período de uma “guerra gostosa” quando os jogos aconteciam no Estádio do Pacaembu em horários diurnos aos finais de semana. As torcidas gastavam suas energias nos momentos iniciais da partida, com disputa de cânticos e explodiam com a entrada de suas equipes em campo.
Em 2011 os pesquisadores do Museu do Futebol conheceram Cosmo na sede da Torcida Jovem, na Zona Leste de São Paulo, como parte do projeto de história oral territórios do Torcer, em parceria com CPDOC-FGV. Nessa época continuava firme na torcida, frequentando jogos e acompanhando o Carnaval promovido pelo mesmo grupo. Era reconhecido por toda a cidade de Santos e boa parte da capital paulista, inclusive atuava como conselheiro das outras torcidas santistas que surgiram anos mais tarde, como a Sangue Jovem.
Faleceu aos 67 anos, em Santos, após sofrer um acidente vascular cerebral (AVC). Era presidente de honra da Torcida Jovem e conselheiro tutelar em Santos.