Renato José Garcia de Almeida
Textos
Renato Garcia nasceu em Ribeirão Preto e aprendeu, desde muito cedo, a ser torcedor do Botafogo. Seu pai o levava, junto de seu irmão, a quase todos os jogos da equipe, no estádio que ficava bem próximo de sua casa. Para ele, os times mais importantes da história do clube foram o que disputaram o Campeonato Brasileiro em 1976 e o que foi campeão do primeiro turno do Campeonato Paulista (Taça Cidade de São Paulo) de 1977.
O maior ídolo de Renato, como não poderia deixar de ser, sempre foi Sócrates. O Doutor, aliás, presenteou-o com uma camisa sua, numa época em que era muito difícil conseguir camisas de time de futebol. Convidado pelo pai de Renato, que fora seu professor de escola, Sócrates visitou o menino, disputou com ele uma partida de futebol de botão, explicou como executava seu famoso toque de calcanhar, e deu-lhe sua camisa nº 8 que é, até hoje, seu objeto mais valioso – presente tanto no enterro do ídolo, quanto na exposição itinerante do Museu do Futebol, que ocorreu em Ribeirão Preto.
Foi a partir de 1977, quando adquiriu autonomia em relação à família, que Renato Garcia passou a acompanhar todos os jogos do seu time, em todas as cidades do estado de São Paulo. Ia sozinho, chegando a pegar mais de quatro horas de estrada. Em 2016, Renato compunha a diretoria e o quadro de conselheiros do clube, mas já não conseguia participar com tanta intensidade quanto gostaria de seus compromissos com o Botafogo por conta de sua vida familiar e profissional – muito embora não perca um só jogo da equipe.
Renato emprestou a camisa de Sócrates para o projeto de itinerância do Museu do Futebol na cidade de Ribeirão Preto em agosto de 2016. Nessa oportunidade, teve a sua história gravada pelos pesquisadores do museu.