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Carlito Rocha

  • Carlos Martins da Rocha
Atuação
Zagueiro(a)
Atacante
Dirigente
Nascimento
11/11/1894
Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, Brasil
Morte
12/03/1981
Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, Brasil

“Carlito Rocha era só Botafogo. Com Botafogo. Onde estivesse o Botafogo. Errado ou certo. Mas Botafogo. O Botafogo tornou-se seu escudo. A sua arma de combate. O seu eu” (Geraldo Romualdo da Silva).

Clubes e Federações

Quando Onde Atuação
1911-1914 Botafogo Zagueiro(a)
1914-1919 Botafogo Atacante
1948-1951 Botafogo Dirigente

Textos

Um dos maiores exemplos de amor e dedicação a um clube, no caso o Botafogo F.R. De família abastada, dedicou-se desde jovem às práticas esportivas, em especial ao pólo aquático, remo e futebol. Foi campeão carioca (invicto) de pólo aquático em 1917 pelo Club de Regatas Guanabara, bicampeão brasileiro de remo individual na prova de 2.000m. (1916-1917), entre outros feitos. Foi presidente da Federação Metropolitana de Remo, pela qual organizou a primeira regata noturna no mundo, em 1943, mobilizando mais 400 atletas.

No futebol, estreou como goleiro no segundo quadro do então Botafogo Football Club em 1911. Depois virou zagueiro e foi campeão carioca da categoria em 1915, o que lhe valeu a promoção para o time principal, mas como atacante. Quase morreu com uma pneumonia adquirida em Botafogo X América pelo Tomeio Municipal de 1918, mas recuperou-se, jogando mais duas temporadas até pendurar as chuteiras em 1920, quando foi homenageado com o título de Sócio Benemérito. Seguiu dentro de campo atuando como árbitro até a década de 1930. Foi membro e depois interventor do Conselho Diretor do Colégio de Árbitros.

Ainda teve tempo para ser protagonista da Seleção Brasileira na Copa de 1934.

Em 1933 houve uma cisão no futebol brasileiro, de um lado a CBD e os defensores do amadorismo, do outro aqueles que queriam a adoção do futebol profissional, a Associação Paulista de Esportes Atléticos (APEA) e a recém criada Liga Carioca de Futebol (LCF). Juntas fundaram a Federação Brasileira de Futebol (FBF). O único dos chamados grandes clubes a ficar com a CBD foi o Botafogo, de Carlito Rocha. No ano seguinte a cisão continuou. Tentou-se uma trégua por causa da Copa do Mundo, mas a FBF se recusou a negociar. Sem jogadores de qualidade a CBD convocou Carlito para uma missão, até certo ponto irônica: contratar jogadores profissionais para montar a seleção "amadora" da CBD para o Mundial. E lá se foi o botafoguense atrás de Sylvio Hoffmann, Waldemar de Brito, Armandinho, Luizinho (São Paulo), Luiz Luz (Grêmio), Patesko (que estava no Nacional do Uruguai), Tinoco e Leônidas da Silva (Vasco). De resto completou o selecionado com 9 jogadores do Botafogo e rumou à Europa. O desempenho foi muito ruim, eliminado logo de cara pela Espanha nas oitavas de final. Por outro lado, graças ao empenho de Carlito para formar aquele time, o Brasil pode se gabar em ser o único país do mundo a ter estado em todas as Copas desde 1930. Na sequência a delegação brasileira permaneceu na Europa para uma série de amistosos contra times e combinados, sendo assim a primeira vez que o selecionado nacional atuou em campos europeus. 

Apesar de amar incondicionalmente o Botafogo às vezes brigava com os demais botafoguenses e se afastava de General Severiano. Por pouco tempo e logo voltava. Sempre a pedido do clube. Mas foi tempo suficiente para que tivesse a oportunidade de exercer o cargo de técnico do Canto do Rio e da Seleção Fluminense na década de 1940, sem maiores consequências.

Em 1947 foi eleito presidente do Botafogo, e no ano seguinte foi campeão carioca, tirando o alvinegro da fila de 13 anos sem títulos. Foi neste ano também que surgiu Biriba, cão adotado por Carlito Rocha como mascote da sorte. A superstição era uma das características do dirigente que com o tempo também pasou a fazer parte da identidade do torcedor botafoguense.

Carlito seguiu como figura importante do clube da estrela solitária por toda sua vida. Sua última batalha foi contra a venda da sede de General Severiano para a Companhia Vale do Rio Doce, fato consumado em 1977. Desde então ele passou a visitar o terreno, e as ruínas do velho estádio, todos os domingos até sua morte em 12/03/1981. Seu velório foi na antiga sede do Botafogo, no palacete tombado pelo Patrimônio Histórico Nacional. A luta de Carlito não foi em vão e em 1994 o clube retornou a sua casa, em General Severiano.

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