Ruy Ramos
- Ruy Gonçalves Ramos Sobrinho
Atacante brasileiro, naturalizado japonês, revelado pelo Black Power do Ipiranga, foi um dos primeiros brasileiros a jogar no Japão, isso em 1977, contratado pelo Yomiuri - atual Tokyo Verdy. Participou da implantação da J-League, a liga profissional em 1994. Antes estreou pela Seleção Japonesa em 1990, sendo destaque da equipe na conquista da Copa da Ásia de 1992, a primeira da história dos Samurais Azuis. Após pendurar as chuteiras chegou a ser técnico da seleção do Japão de futebol de areia. Mas optou por seguir como executivo do Verdy. Site oficial.
Clubes e Federações
Quando | Onde | Atuação |
---|---|---|
1975-1976 | Black Power do Ipiranga | Meio Campo |
1976-1977 | Saad | Meio Campo |
1977-1996 | Tokyo Verdy | Atacante |
1997-1998 | Tokyo Verdy | Atacante |
2006-2007 | Tokyo Verdy | Treinador(a) |
Textos
A vida de Ruy Ramos segue a clássica história do menino pobre que encontrou no futebol o caminho para a fama e fortuna. Só que no caso dele isso o sucesso aconteceu no Japão.
Nascido em Mendes, interior do Estado do Rio de Janeiro, ficou órfão do pai aos 10 anos, por isso mudou-se, com a mãe e os irmãos para São Paulo. Abandonou os estudos para fazer bicos e ajudar no orçamento doméstico. Aos fins de semana, o lazer era o futebol, no time do Black Power do Ipiranga. Valente e raçudo, logo chamou a atenção do E.C. Saad, time profissional de São Caetano do Sul, que o contratou em 1976. Se na várzea era titular absoluto, no Saad a concorrência era grande e o rapaz de 20 anos quase não tinha chance de jogar. Foi quando encontrou um amigo que tinha ido trabalhar no Japão, no grupo de mídia Yomiuri, que o convidou para jogar pelo time da empresa. isso em março de 1977.
Naqueles tempos o futebol japonês era totalmente amador, os jogadores também eram funcionários comuns, operários, vendedores, escriturários, que treinavam depois do expediente. O campeonato nacional era disputado por 10 times ligados ás grandes empresas: Fujita, Mitsubishi, Hitachi, Toyo, Yanmar, Furukawa, Nippon Steel, Nippon Kokan, Fujitsu e Toyota.
Quando Ruy desembarcou no país, seu novo time, o Yomiuri estava na 2ª Divisão. Aliás, por ser brasileiro foi sumariamente escalado como centroavante. O começo foi acima de qualquer espectativa com cinco gols em quatro jogos. Sem surpresa o time conseguiu subir para a 1ª Divisão. Mas a segunda temprada teve um sabor amargo. Após envolver-se numa briga dentro de campo tomou um ano de suspensão. Em 1979, voltou com tudo e terminou como artilheiro do campeonato, com 14 gols e ganhou o primeiro título, a Copa da Liga. Depois passou a colecionar títulos, campeão japonês (1983, 1984, 1987, 1991 e 1992), Copa do Imperador (1984, 1986, 1987), mais duas Copas da Liga (1985 e 1991) e a Copa dos Campeõs da Ásia (1988). Ídolo, naturzalizou-se em 1989 e estreou na Seleção Japonesa em 1990. Nessa época já tinha mudado de posição, recuando e tornando-se um meia-armador, ou seja, um clássico camisa 10. E foi nessa posição que ajudou os Samurais Azuis a subir de patamar, ganhando pela primeria vez a Copa Kirin em 1991 e a Copa da Ásia em 1992. Aliás, foi Ruy quem fez um lançamento perfeito, mandando a bola na medida para Takuya Takagi matar no peito e bater de canhota para fazer o gol do título. Só faltou mesmo alcançar uma Copa do Mundo. Sonho frustrado em 1993, na chamada "Agonia de Doha", quando no último minuto de jogo o Japão tomou o gol de empate do Catar e perdeu a vaga para a Copa dos Estados Unidos para a Coreia do Sul pela diferença de gols. Deu adeus à seleção em 1995, curiosamente diante da Seleção Brasileira.
Mas pelo Yomiuri, Ruy Ramos ainda tinha muito a oferecer. Aliás, pelo Verdy Kawazaki, nome que o clube adotou a partir de 1993, por causa da criação da J-League, a liga de futebol profissional do Japão, marcada por uma enxurrada de dinheiro e contratação de craques do mundo inteiro, dos quais Zico, do Kashima Antlers era a maior estrela. Mas na final, o Galinho não foi páreo para Ramos, que levou o seu Verdy à conquista da primeira edição da J-League. E repetiu o feito em 1994. Faturou ainda a Supercopa do Japão em 1994 e 1995. Em 1996 brigou com o técnico Emerson Leão e disputou aquela temporada pelo Kyoto Purple Sanga. Mas assim que o técnico saiu, Ramos voltou para pendurar as chuteiras em 1998. Chegou a voltar aos gramados em 2002 como jogador e técnico do Okinawa Kariyushi, mas a experienciou durou pouco tempo. Em 2006 o ídolo voltou ao agora Tokyo Verdy, como técnico, convocado para tirar o time da 2ª Divisão, o que foi feito em 2007. Depois disso ele virou técnico da Seleção Japonesa de futebol de areia entre 2009 e 2013. E entre 2014 e 2015 foi técnico do Gifu F.C.