Camisa de Alline Calandrini

Camisa de manga longa, de cor amarela e detalhes em verde, confeccionada no tecido poliéster agregado à tecnologia dry fit, na qual nanopartículas auxiliam na rápida evaporação do suor. Possui 75cm de altura e 57cm de largura. No canto superior esquerdo, patrocínio da empresa de materiais esportivos Nike. No canto superior direito, o brasão da Confederação Brasileira de Futebol, a CBF. 

 O objeto da vez foi utilizado por Alline Calandrini ao defender a Seleção Brasileira na décima edição dos Jogos Sul-americanos, competição ocorrida em março do ano de 2014 em Santiago, no Chile. Emprestado ao Museu do Futebol pela ex-zagueira, a camisa ficará em exibição até fim de setembro de 2025 na exposição principal do Museu.  

Camisa esportiva nas cores verde e amarela, pendurada por cabos de aço em cabide de acrílico, instalada dentro de vitrine vertical. Nela, constam o nome da atleta e o número de sua camisa: Calandrini, 4.
Verso da camisa da Seleção Brasileira da ex-atleta Alline Callandrini. | Foto: Lívia Albernaz

Os jogos Sul-Americanos reuniram quatorze Comitês Olímpicos integrantes da Organização Desportiva Sul-Americana (Odesur) e contou com mais de 43 modalidades esportivas. O evento multiesportivo, no qual o Time Brasil figurou em primeiro lugar com mais de 250 medalhas foi, também, palco de jogos da Seleção Brasileira de futebol de mulheres. No geral, sete seleções participaram da disputa: Argentina, Bolívia, Brasil, Colômbia, Chile, Uruguai e Venezuela.  

Assim sendo, em virtude da complexidade da competição, um grupo qualificado e consistente foi formado. A convocação contou com nomes como o de Formiga, Andressa Alves, Alline Calandrini, Cristiane, Bruna Benites e Tamires.  

Na primeira fase, após empatar com as uruguaias por 0 a 0, a Seleção Brasileira venceu a Venezuela e a Colômbia. No entanto, tropeçou na semifinal contra a Argentina em um jogo renhido que terminou 5 a 3 para a albiceleste, que se sagrou campeã ao vencer as chilenas na final pelo placar de 2 a 1. A disputa pelo terceiro lugar colocou novamente as venezuelanas e as brasileiras frente a frente. Novamente, vitória do Brasil: 2 a 0 e medalha de bronze na bagagem. 

Essa medalha tem um gosto muito especial para Alline Calandrini. Além de ter representado a sua estreia como titular na Seleção Brasileira, a atual jornalista e apresentadora completava 26 anos no dia 08 março, em meio aos jogos da competição. Essas memórias são lembradas pela atleta entrelaçadas ao turbilhão de emoções e acontecimentos relacionados a essa grande competição. 

Nesse sentido, é emblemático lembrar que, embora estejamos falando de uma importante competição internacional, os jogos não foram televisionados e os registros das partidas não são fáceis de serem encontrados, algo muito recorrente quando olhamos para a história do futebol de mulheres no Brasil. Ao mesmo tempo, grande parte das provas também não contaram com cobertura televisiva dos canais brasileiros.  

De forma geral, os Jogos Sul-Americanos foram essenciais para o entrosamento daquele grupo de jogadoras, isso porque poucos meses após a competição, a Seleção Brasileira, formada majoritariamente pelas atletas que estiveram em Santiago, conquistou a Copa América, título que significaria o hexacampeonato da amarelinha no ano de 2014.  

Três pessoas posicionadas ao redor de uma mesa oval, revestida por TNT, situada em um ambiente fechado. Estendida sobre a mesa, há uma camisa esportiva nas cores verde e amarela. Três pessoas estão na imagem. À esquerda, uma mulher em pé e curvada sobre a mesa toma notas em um papel; abaixo, um homem sentado também faz registros; e, do lado oposto, outra mulher sentada, com os cotovelos apoiados sobre a mesa e as mãos abaixo do queixo, apresenta movimentos labiais.
Alline Calandrini, atual comentarista esportiva, conversa com a equipe do Museu do Futebol sobre sua trajetória nos campos. | Foto: Fiorela Bugatti
Pessoa com os braços levantados usando luvas descartáveis e segurando um alicate, trabalha na instalação de uma camisa esportiva nas cores verde e amarela, pendurada por cabos de aço em vitrine vertical.
Instalação na vitrine da camisa da Seleção Brasileira de Futebol Feminino. | Acervo pessoal Alline Calandrini | Foto: Lívia Albernaz

Alline Miranda Calandrini de Azevedo  

Nascida em Macapá, capital do estado do Amapá, Alline começou a jogar bola ainda quando criança; Junto à sua família materna, de origem ribeirinha, ela vivenciou partidas memoráveis no sítio da avó, mulher com ascendência indígena. Seus pais, Gastão Calandrini e Sueli Clandrini, foram grandes incentivadores da sua trajetória. 

Calan, como é carinhosamente conhecida, iniciou a sua carreira profissional como zagueira no clube Juventus (SP). Marcou história no Santos (SP) ao atuar no bombástico time das Sereias da Vila. Pela equipe do Centro Olímpico (SP), jogou três temporadas. Após retorno ao time da Vila Belmiro, foi contratada pelo Corinthians (SP), onde encerrou a carreira e passou a se dedicar ao jornalismo esportivo. Iniciou no Grupo Bandeirantes de Telecomunicação, onde realizou a cobertura do campeonato brasileiro feminino de 2019. No ano de 2023, assinou contrato com a TV Globo, emissora na qual atua como comentarista.  
 

Everton Apolinário
Pesquisador do Centro de Referência do Futebol Brasileiro

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