Santo André
- Esporte Clube Santo André
Jogadores e dirigentes
Quando | Quem | Atuação |
---|---|---|
1979 | Valter Passarinho | Zagueiro(a) |
1981 | Dalmo | Treinador(a) |
1986-1987 | Luís Pereira | Zagueiro(a) |
1986-1987 | Wladimir | Lateral |
1987 | Paulinho de Almeida | Treinador(a) |
1988 | Eduardo | Meio Campo |
1988 | Luís Pereira | Zagueiro(a) |
1991-2006 | Jairo Livolis | Dirigente |
1993 | Raudinei | Atacante |
1995 | Rafael Cammarota | Goleiro(a) |
2000 | Adil | Atacante |
2001-2002 | Lica | Zagueiro(a) |
2006 | Hernanes | Meio Campo |
2007 | Fernando Diniz | Meio Campo |
2007-2009 | Marcelinho Carioca | Meio Campo |
2011 | Pintado | Treinador(a) |
Textos
A origem do Ramalhão, como o time é conhecido em alusão ao fundador da cidade Santo André (João Ramalho), remonta à chegada Wingand Rodrigues de Santos ao ABC paulista no fim dos anos 1950. Entusiasta do futebol, Wingand não se conformava com a inexistência de um clube andreense disputando futebol profissionalmente, uma vez que outras cidades com menos poderio político e econômico marcavam presença no cenário futebolístico brasileiro da época.
Não, por acaso, em 1967, quando Wingand assumiu a presidência da Liga Santo Andreense de Futebol (LSF), liderou uma campanha pela criação de um clube local, a ser nominado Santo André Futebol Clube. No mesmo ano de sua ascensão à presidência, Wingand conseguiu junto ao Conselho Deliberativo a aprovação, a partir da LSF, da criação do Santo André F.C.; por conta de ligação umbilical com a associação de futebol da cidade, já nasceu com o apoio de outras agremiações esportivas da cidade: além do empréstimo da praça de esportes do Corinthians Futebol Clube, havia também uma verba consignada no orçamento da cidade destinada à construção de um Estádio Municipal.
Já no ato de fundação em 18/09/1967, as dificuldades que surgiriam no processo deram seus primeiros sinais: por conta de uma chuva torrencial, o ato oficial de lançamento da equipe teve que ser feito à luz de velas. Em 1970, novo revés. O projeto de construção de sua sede poliesportiva não vingou, onerando alguns sócios que já haviam comprado seus títulos, levando-os a procurar compensações jurídicas. Em 1972, o golpe viria da Federação Paulista de Futebol que, em resposta ao desejo das equipes da Divisão Especial, bloqueou a Lei do Acesso que dava aos postulantes das Primeira e Segunda divisões a possibilidade de subir à elite do futebol paulista.
Frente a tantas dificuldades, em 1974, o então presidente recomendou o fechamento do clube por conta das altas dívidas que impediam, em sua opinião, a continuidade do projeto. Em reação ao cenário posto, a Liga local de futebol amador se organizou para a construção de um movimento institucional-eleitoral contrário ao encerramento das atividades profissionais no futebol; o nome com maior força à disputa presidencial era do velho Wingand, que anos antes ajudara a fundar o clube.
A eleição de Wingand se deu logo depois do ex-presidente, José Amazonas, ter quitado todas as dívidas existentes, tendo em vista o processo de reestruturação que estava por vir. Fazendo uma surpreendente campanha positiva na Primeira Divisão do Campeonato Paulista de 1974 (foi vice-campeão, perdendo o título para o Grêmio Catanduvense de Futebol), o ano ficou marcado também pelas massivas contribuições de moradores da cidade.
Em 1975, revoltado com a continuidade do bloqueio dos times da primeira e segunda divisão à Divisão Especial, Wingand se articulou com outras equipes do interior do Estado pela queda do bloqueio. Nesse sentido, publicou um comunicado a imprensa em que afirmava que “O Santo André não realizará mais nenhum jogo contra clubes contrários à Lei do Acesso, nem mesmo nas datas comemorativas”. Buscando a publicização da campanha, 27 clubes do interior do Estado de São Paulo reúnem-se no saguão do Teatro Municipal de Santo André contra o bloqueio do acesso. Depois de tantas e tantas disputas, a Lei do Acesso só voltaria à ativa no Campeonato Paulista de Futebol de 1976 (ainda que tenha havido convites a algumas equipes nesse ínterim).
Em meio às movimentações políticas por parte da diretoria, a situação financeira não melhorava. Assim, em 3 de março, o clube se viu obrigado a encerrar suas atividades profissionais. Como já era esperado, o fato não foi aceito por ex-dirigentes que passaram a buscar soluções junto à Prefeitura da cidade. Sem conseguir apoio por parte do poder público, uma nova figura entrava em cena: Alcyr de Souza Lopes.
Empresário do setor metalúrgico, Alcyr tinha como projeto pessoal a profissionalização da equipe de funcionários de sua empresa. Consciente dos projetos de Alcyr, esse grupo de ex-dirigentes ofereceu ao empresário todo o elenco profissional do Santo André F.C. em troca de Alcyr assumir todas as dívidas do clube. Tudo parecia caminhar para uma solução consensual, exceto por um detalhe, a ala de dirigentes ligadas a Wingand, não aceitava a nova nomeação proposta por Alcyr. A sugestão de Alcyr era “São Justo”, mesmo nome de sua empresa; os argumentos contrários ao nome reivindicavam que a manutenção do nome Santo André era fundamental à identificação do time com a cidade.
A fim de costurar um consenso entre o empresário e cartolas, ficou acordado que o novo nome seria Esporte Clube Santo André e, em contrapartida, Alcyr assumiria apenas as dívidas privadas, deixando o pagamento das dívidas tributárias e sociais ao clube. Dessa forma, o novo-velho time já nasceria com suas dívidas quitadas. No dia 11 de março, após longa reunião na casa de Wingand, nascia o Esporte Clube Santo André, já com Alcyr de Souza Lopes no cargo de presidente. Além da mudança no nome, as cores também foram alteradas na ocasião: o verde e amarelo deu lugar ao azul e branco.
Apesar da bonança financeira que as mudanças trouxeram, no campo esportivo, as coisas não caminhavam ao mesmo lugar. No dia 8 de maio de 1975, o clube foi excluído da Primeira Divisão porque a FPF entendia que o Santo André F.C. continuava a existir, sendo necessária sua exclusão oficial para a filiação do E.C. Santo André. Mesmo sem ter a Lei do Acesso de volta à ativa, havia o desejo pela manutenção do futebol profissional, daí a insistência pela inscrição na Primeira Divisão do Campeonato, que só foi conquistada no dia 20 de maio de 1975.
Contrariando todas as expectativas, a equipe montada conquistou a Primeira Divisão do Campeonato Paulista de 1975, ganhando um considerável prêmio pela conquista (forma de compensação da FPF à insatisfação dos clubes desta divisão com o fim da Lei do Acesso). A nova empreitada profissional começava com chave de ouro.
Entre as conquistas do clube, sua maior glória foi a conquista da Copa do Brasil de 2004 em cima do Flamengo de Júlio César, Athirson, Ibson e Felipe, em pleno Maracanã com quase 72 mil pessoas assistindo ao jogo. Depois de ter superado os tradicionais Palmeiras, Atlético-MG e Guarani, a equipe treinada por Péricles Chamusca, obteve um empate na primeira partida, no Estádio Palestra Itália, e uma vitória por 2 a 0 na partida final, com gols de Sandro Gaúcho e Élvis.
Alguns dos jogadores com passagens marcantes pelo clube foram Sandro Gaúcho, Romerito, Wladimir, Marcelinho Carioca, Richarlyson, Osmar, Hernanes, Fernando, e Ramalho.
BACHEGA, Alexandre [et alli.]. 1975, a Saga – A história do primeiro título do E.C. Santo André
http://www.dgabc.com.br/Noticia/2007360/morre-wigand-fundador-e-salvador-do-santo-andre
http://futpaulista.com.br/2015/09/santo-andre-completa-48-anos-de-glorias-historias-e-crises/