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Rádio Mulher

Tipo
Rádio
Fundação
1970

Ainda que tenha operado por apenas seis anos – desde sua fundação em 1970 até o seu encerramento em 1976 -, a Rádio Mulher entrou para a história com sua inovação e pioneirismo. Comprada em 1969 com o nome de Santo Amaro AM pelo empresário Roberto Montoro, a estação sofreu uma repaginada no ano seguinte, tornando-se a referência que conhecemos hoje. Desde a motorista até a técnica de som, a equipe da 930AM era majoritariamente feminina. A programação, elaborada por e para mulheres, abriu espaço para o futebol em 1971. Assim, na noite de 15 de junho, ocorreu a primeira narração esportiva feita por uma mulher: Zuleide Ranieri narrou o amistoso S.E. Palmeiras 2X0 A. Portuguesa de Desportos, no Palestra Itália. Na sequência a equipe de esportes acompanhou a Copa Roca, sua primeira transmissão internacional e a estreia do Campeonato Nacional de Clubes - atual Brasileirão Série A. Outros nomes importantes na história da rádio foram Germana Garilli, repórter de campo, Claudete Troiano, repórter e narradora, Jurema Yara e Leilah Silveira, ambas comentaristas, e Léa Campos. A ex-árbitra era responsável pela análise da arbitragem nos jogos. Quando questionada sobre a importância da Rádio Mulher, Claudete afirma que “tratava-se de uma rádio muito à frente de seu tempo”. Apesar da descrença por parte de jornalistas homens quanto a capacidade das mulheres de discutir futebol, elas se mostraram competentes e apaixonadas, revolucionando o papel da mulher no esporte. A Rádio Mulher foi ganhando audiência, especialmente por parte do público masculino. Com isso em mente e buscando maior adesão, Roberto Montoro, nas palavras de Zuleide, “casou” a rádio, convidando homens para compor a equipe. Aos poucos, a participação masculina foi crescendo, dando à rádio uma nova cara. A partir de 1974, muitas garotas já não trabalhavam mais na 930 AM, que veio a fechar em 1976 por falta de patrocínio. Apesar do fim da estação, o legado de "uma mulher a mais no estádio, um palavrão a menos" seguiu. "Sei que abrimos portas", afirma Claudete, e, hoje, ao ver mulheres comentando, narrando e vivendo do futebol, sabe-se o quanto isso se deve à Rádio Mulher.

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