Centro de Referência do Futebol Brasileiro

Arthur, está desde a infância envolvido com o esporte e, diante das oportunidades, escolheu trocar a carreira de atleta pela possibilidade de se tornar treinador. Diferentemente da maioria dos profissionais dessa área, optou pelo universo do futebol feminino para crescer e se profissionalizar. Como treinador, passou pelo Centro de Práticas Esportivas da USP (CEPEUSP), Mackenzie e Clube Nacional. Desde 2010 está à frente do projeto de futebol feminino do COTP. Ele organiza a equipe de profissionais de educação física nessa área, além de atuar, no período da entrevista, como técnico do time adulto. (...)

Arthur, como já apontado, é coordenador da modalidade de Futebol de Campo Feminino e técnico do time profissional do COTP. À pesquisadora do CRFB, na ocasião da visita, ele disse que se aproximou do futebol quando criança: jogou na categoria de base do São Paulo, mas aos dezessete anos decidiu encerrar a carreira de jogador para estudar e trabalhar com o futebol de outras maneiras. Contou que, há alguns anos, dificilmente se conciliava carreira esportiva e carreira acadêmica, já que muitos clubes impunham a escolha entre jogar ou estudar. Atualmente, contudo, acredita que existem melhores parcerias entre clubes e universidades, que facilitam ao atleta a oportunidade de estudar e treinar simultaneamente.

No universo do esporte e competições universitárias, em 2002, Arthur treinou times (de atléticas) de futebol de salão feminino. Gostou e, na busca por aperfeiçoamento, fez cursos para se especializar em futebol de campo. Em 2006 criou um projeto para o CEPEUSP, que integrava a comunidade do entorno universitário aos atletas. No segundo semestre desse mesmo ano, passou a treinar um time feminino de futebol de campo, que ganhou o vice-campeonato Paulista, competição amadora organizada pela Liga Nacional de Futebol[1] (LINAF). Na sequência, Arthur trabalhou com a equipe de futebol do Mackenzie e, mais tarde, no Clube Nacional. Foi então em 2010 que ele passou a coordenar a área de futebol feminino do COTP.

[1] A Liga Nacional de Futebol, fundada em 27 de março de 1999, com sede na Cidade de Americana (SP), atua junto as Ligas Municipais de Futebol, Secretarias de Esporte, Clubes de Prática Não Profissional e os Departamentos Amadores dos Clubes Profissionais, em suas diversas categorias, tanto no masculino como feminino. Realiza competições para atletas praticantes do futebol não profissional e, conforme o escopo do Artigo 2º, inciso VI, da Lei 9.615/98, é garantido a estes o direito de diferenciação, consubstanciado ao tratamento específico dado ao desporto profissional e não profissional, harmonizando-se, desta forma, com o inciso III do Artigo 217 da Constituição Federal de 1988. (www.linaf.com.br)

De acordo com Arthur, o futebol feminino na cidade de São Paulo é um dos mais competitivos, além de oferecer melhor nível técnico do que outros estados brasileiros.

Ele afirmou ainda que a continuidade dos grandes campeonatos promovidos pelas Ligas e a CBF contribuem para a formação e legitimação de disputas importantes. E mais, que a existência de um calendário de campeonatos, além de influenciar diretamente na formação das atletas, traz confiança para atrair investidores para esse futebol.