Centro de Referência do Futebol Brasileiro

HISTÓRICO DOS TIMES

SPORT CLUB CORINTHIANS PAULISTA

No dia 1º de setembro de 1910, cinco operários reuniram-se em uma confeitaria na Rua José Paulino, no bairro paulistano do Bom Retiro, para criar um time de futebol. A intenção era disputar os jogos da Várzea do Carmo. À época, a Várzea do Carmo representava uma alternativa para as pessoas das classes populares que queriam jogar futebol – esporte, até então, restrito aos clubes das classes mais abastadas.

Joaquim Ambrósio, Antônio Pereira, Rafael Perrone, Anselmo Correa e João Silva, operários que eram jogadores de futebol de várzea, juntaram-se a Alexandre Magnani, Miguel Bataglia, César Nunes, Salvador Lopomo e Antônio Nunes, e fundaram o Sport Club Corinthians Paulista. Conta-se que este encontro foi à noite, à luz de um lampião.

O nome foi sugerido por Joaquim Ambrósio em alusão ao Corinthian Football Club, time amador inglês que excursionara pelo Brasil naquele ano. Um terreno na mesma Rua José Paulino foi escolhido como local de jogo. Como aquele lugar tinha sido um depósito de lenha, passou a ser chamado Lenheiro. Em seu primeiro jogo, o Corinthians foi derrotado pelo União da Lapa por 1 a 0. A primeira vitória veio no segundo jogo: 2 a 0 contra o Estrela Polar.

O primeiro uniforme era composto de calção preto e camisa bege, que por desbotar após sucessivas lavagens acabou sendo substituída pelo branco. Esta é a origem das cores oficiais do time e do apelido “Alvinegro”. Do primeiro distintivo, criado em 1910, até o atual, datado de 1940, houve quatro mudanças significativas. Os dois primeiros em muito se assemelhavam aos do time inglês que lhe serviu de inspiração. O terceiro apresentava a bandeira do Estado de São Paulo em um círculo, enquanto que o quarto apresentava uma âncora e um par de remos cruzados por detrás de uma boia, servindo de moldura para a bandeira. A origem do mascote, o mosqueteiro, veio do jornalista Thomaz Mazzoni que, após um amistoso entre Corinthians e o time argentino Club Sportivo Barracas, referiu-se ao time dos brasileiros como “Esquadrão Mosqueteiro”. Em 1953, Lauro D´Ávila compôs O campeão dos campeões,, hino oficializado posteriormente pela popularidade alcançada.

Em 1913, o Corinthians tornou-se o primeiro time originário da várzea a disputar o campeonato da Liga Paulista de Futebol, até então restrito aos clubes da elite paulistana. E o primeiro título do Campeonato Paulista veio em 1914, com uma série de sete vitórias e um empate. A sequência de três títulos do Campeonato Paulista entre 1922 e 1924 contribuiu para que o Corinthians se estabelecesse como um dos principais times do cenário do futebol paulista. Nos anos 30, outro episódio de destaque na história do clube foi a participação no segundo jogo de uma rodada dupla que inaugurou o Estádio Paulo Machado de Carvalho, conhecido como Pacaembu, em 28 de abril de 1940. O resultado do jogo foi uma vitória de 4 a 2 sobre o Clube Atlético Mineiro. Nos anos subsequentes, foi no Pacaembu que o Corinthians passou a jogar quando tinha o mando de campo.

É destaque tanto na literatura sobre futebol quanto no imaginário social de parte dos torcedores brasileiros a fase conhecida como “jejum corintiano”. Depois de ganhar o Campeonato Paulista de 1954, passaram-se 22 anos e oito meses sem títulos. O fim do jejum veio na final do Campeonato Paulista de 1977, contra a Associação Atlética Ponte Preta, com um gol de Basílio aos 37 minutos do segundo tempo. Outro acontecimento que costuma ganhar destaque na história do Corinthians é a ”democracia corintiana”. Com sua liderança creditada aos jogadores Sócrates, Casagrande, Vladimir e Zenon, esse movimento de jogadores reivindicava o compartilhamento de poderes no clube, em situações que iam desde a concentração antes dos jogos até o direito ao voto concedido aos jogadores, fosse para a escolha do técnico, fosse para a presidência do time. O movimento ganhou destaque certamente em função do contexto histórico no qual ele emergiu, o momento de abertura democrática do então governo militar brasileiro (1979-1985).

Em relação aos grandes jogadores do time, o atacante Neco, que jogou no Corinthians de 1913 a 1930, é apontado como o primeiro ídolo do clube. Em épocas seguintes, nomes como o meia-direita Luizinho (1948-1960 e 1964-1967), o goleiro Gilmar (1951-1961), o meia-esquerda Rivellino (1965-1974), o meia-direita Sócrates (1978-1984), o atacante Casagrande (1982-1986 e depois em 1994) e o meia-esquerda Neto (1989-1993 e 1996-1997) encontram‑se no panteão dos principais ídolos de todos os tempos. Outro jogador que causou grande comoção em sua passagem na história recente do time foi o atacante Ronaldo. Maior artilheiro de todas as Copas do Mundo, ele chegou ao Corinthians após passar 14 anos jogando em clubes da Europa. O maior artilheiro da história do time foi Claudio Cristhovam Pinho que, entre 1945 e 1957, fez 305 gols.

No estado de São Paulo, o time tido como o principal rival do Corinthians é a Sociedade Esportiva Palmeiras.

Dentre as conquistas do Corinthians que se destacam em sua história podem ser citados os títulos do Campeonato Brasileiro (1990, 1998, 1999 e 2005), os três da Copa do Brasil (1995, 2002 e 2009), a Taça Libertadores da América e o Campeonato Mundial de Clubes da Fifa, estes últimos vencidos em 2012.

A sede social do time fica no bairro do Parque São Jorge e o seu estádio, que sediará a abertura da Copa do Mundo de 2014, localiza-se no bairro de Itaquera.

REFERÊNCIAS:

CITADINI, Antonio Roque. Neco: o primeiro ídolo. São Paulo: Geração Editorial, 2001.

FLORENZANO, José Paulo. A democracia corinthiana: práticas de liberdade no futebol brasileiro. São Paulo: Educ, 2009.

GOULART, Antonio. Haja coração 100 anos de Timão. São Paulo: Gente, 2010.

MAZZONI T. História do futebol no Brasil. São Paulo: [s.n.], 2007.

MINI-ENCICLOPÉDIA DO FUTEBOL BRASILEIRO. Rio de Janeiro: Areté, 2004.

SITE OFICIAL DO CORINTHIANS. . Acessado em 18/01/2013.

UNZELTE, Celso. Almanaque do Corinthians. São Paulo: Placar-Abril, 2003.