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Zito

  • José Ely Miranda
Atuação
Meio Campo
Nascimento
08/08/1932
Roseira, São Paulo, Brasil
Morte
14/06/2015
Santos, São Paulo, Brasil

Clubes e Federações

Quando Onde Atuação
1948-1952 Taubaté Meio Campo
1952-1967 Santos Meio Campo
1958 Seleção Brasileira Copa do Mundo 1958 Meio Campo
1962 Seleção Brasileira Copa do Mundo 1962 Meio Campo
1966 Seleção Brasileira Copa do Mundo 1966 Meio Campo

Textos

José Ely de Miranda nasceu em Roseira, interior do estado de São Paulo, Brasil, em 8 de agosto de 1932. Lá mesmo começou a jogar futebol, de modo recreativo. Ao mesmo tempo, ajudava no trabalho do pai, que era dono de um armazém. Mas pode-se dizer que a vida de Zito (apelido surgido a partir de Zezito) começou a se direcionar para o futebol a partir do interesse do EC Taubaté da cidade homônima, em São Paulo, após uma boa atuação de Zito em um amistoso, pelo São Paulo, clube amador de Roseira, contra o time do Café Vitória. O dono desta equipe era também presidente do Taubaté e contratou Zito imediatamente.

            Naturalmente escalado como volante dentro de campo, Zito chegou ao Taubaté em 1948. No entanto, não ficou muito na equipe interiorana. Em 1952 um delegado de Taubaté, Doutor Maneco, fanático por futebol e frequentador da sede social do clube, recomendou que o Santos FC acompanhasse Zito. Um funcionário do clube, então, foi a Taubaté, aprovou o provável reforço e trouxe o jogador para Santos, após conversar com a mãe dele, que temia a mudança do filho para outra cidade.

            Todavia, segundo Zito, a adaptação ao novo local de trabalho foi rápida, sem problemas. Pouco depois da sua chegada o Santos adquiriu outros atletas, como o zagueiro Hélvio e o atacante Pepe. O técnico Lula (Luis Alonso Peres) deu oportunidade àqueles jovens jogadores e logo veio a compensação: em 1955, após 20 anos de jejum, o Santos voltou a conquistar um Campeonato Paulista. O título levou Zito a se consolidar como titular absoluto e capitão do Santos.

            Em 1956 o estilo altamente competitivo do jogador, cobrando alto desempenho de todos os companheiros de time, rendeu sua primeira convocação para a Seleção Brasileira. De quebra, veio mais um título paulista, com mais um jogador novato que teria grande importância, Coutinho. O ano seguinte contou com a chegada de Pelé.

Finalmente, chegou a apoteose, em 1958. Convocado para a Copa do Mundo, apesar de iniciá-la como reserva, Zito substituiu Dino Sani antes da partida contra a União Soviética, ainda na primeira fase. E garantiu sua vaga no time titular pelo resto da Copa, sendo um dos protagonistas na conquista do primeiro título mundial brasileiro. No retorno ao Brasil, além da festa pela vitória na Copa, o Santos conquistou mais um Campeonato Paulista.

No ano seguinte, fora a conquista do Torneio Rio-São Paulo, Zito teve alguns dissabores: as derrotas no Campeonato Sul-Americano, em que o Brasil foi vice-campeão; no Campeonato Paulista, com o Santos ficando também na segunda posição, derrotado pela SE Palmeiras; e na Taça Brasil/Campeonato Brasileiro, em cuja decisão o Bahia superou a equipe santista. Mas, no ano seguinte, o Santos retomou o domínio, ganhando mais uma vez o campeonato estadual.

            E 1961 marcou o início da melhor fase que o Santos viveu em sua história, a partir das conquistas do Campeonato Paulista e da Taça Brasil. No ano seguinte, além da repetição das duas conquistas, houve os títulos da Copa Libertadores da América e do Mundial Interclubes. Em todas essas conquistas, Zito se consagrou como titular absoluto no meio‑campo do Santos, um time ainda mais forte, com jogadores mais experientes como Gilmar e Mauro.

            Se não fosse bastante, em 1962 Zito ainda foi titular da Seleção Brasileira em mais uma Copa do Mundo. Superando algumas dificuldades, como a lesão na virilha que tirou Pelé do torneio, o Brasil afinal chegou à decisão, contra a Tchecoslováquia, com Zito marcando um gol muito importante na partida. Após passar a bola para Zagallo, o meio-campista foi correndo para o ataque. Zagallo deixou a bola com Amarildo, que cruzou para a área. Lá estava Zito para fazer o segundo gol brasileiro, virando o jogo para 2 a 1 e deixando a Seleção Brasileira na rota para o bicampeonato mundial.

            O decorrer da década de 1960 consolidou a posição do Santos como um dos melhores times do mundo, na época. Em 1963, embora o Palmeiras tenha conquistado o título estadual, o clube repetiu as conquistas da Taça Brasil, da Copa Libertadores da América e do Mundial Interclubes, além de voltar a ganhar o Rio-São Paulo. E, entre 1964 e 1966, completaria o pentacampeonato da Taça Brasil, além de ganhar mais dois títulos paulistas (1964 e 1965) e dois Torneios Rio-São Paulo (1964 e 1966).

            Em 1966 Zito ainda foi convocado para a Copa do Mundo, mas sofreu várias lesões e não participou de nenhuma partida na campanha da Seleção Brasileira. Após o Mundial, não foi mais chamado para defender o Brasil, depois de fazer 52 jogos e marcar três gols pela equipe nacional.

Finalmente, em 1967, Zito decidiu abandonar a carreira. Há duas versões para o momento em que isso ocorreu. A primeira teria sido um episódio pitoresco: durante um treino, ao disputar uma bola com Clodoaldo, o jovem jogador caiu em cima de seu joelho. Zito sentiu dores e falou ao reserva: “Toma a camisa, é sua”, deixando o treino e a carreira. Na segunda, de acordo com Clodoaldo, antes de um jogo contra a Portuguesa pelo Campeonato Paulista daquele ano, Zito chegou ao técnico do Santos, Antoninho (Antônio Fernandes), e disse: “A partir de hoje, a 5 é do moleque”. O que se sabe é que 1967 marcou o final de Zito como jogador, uma carreira de 15 anos, 57 gols e 727 jogos depois de chegar ao Santos.

            Nos dez anos seguintes Zito cuidou de uma fábrica de sua propriedade. Retomou então sua ligação com o Santos, deixando a fábrica aos cuidados do filho. Chegou a ser diretor de futebol, em dois anos nos quais o Santos foi campeão paulista (1978 e 1984). Após essa passagem, Zito ainda foi coordenador das categorias de base do clube. Hoje em dia, embora não tenha mais função oficial dentro do Santos, ainda é muito identificado com o clube.

            Bibliografia

ARANTES, Thiago. Os dez mais do Santos. Rio de Janeiro: Maquinária, 2012.

Depoimento de Zito ao Projeto Futebol, memória e patrimônio, mantido pelo Museu do Futebol em parceria com a Fundação Getúlio Vargas.

Zito começou sua carreira no time de sua cidade, Roseira. Foi revelado pelo Esporte Clube Taubaté, jogou pelo Santos e integrou a seleção brasileira campeã das copas de 1958 e 1962.
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