Nando
Atacante, revelado pelo Fluminense, mas profissionalizado pelo Santos F.C., de Vitória (ES), é irmão dos atacantes Zico, Edu Coimbra e Antunes. Foi o primeiro jogador de futebol no Brasil reconhecido como perseguido político pela ditadura militar (1964-1985).
Clubes e Federações
Quando | Onde | Atuação |
---|---|---|
1964 | Fluminense | Atacante |
1967 | America | Atacante |
1967 | Olaria | Atacante |
1968 | Ceará | Atacante |
Textos
Atacante, começou nas categorias de base do Fluminense F.C. Seus irmãos também foram jogadores de futebol: Antunes (também Fluminense), Edu (América) e Zico (Flamengo), além de Tunico (campeão brasileiro univesitário com a equipe da Universidade Gama Filho). Enquanto jogava pelo Tricolor das Laranjeiras, cursou, junto com sua irmã Zezé, a Faculdade Nacional de Filosofia e ambos foram aprovados no concurso para professor do Plano Nacional de Alfabetização (PNA), do Ministério da Educação. Com o Golpe de 1964 e o início da ditadura militar o PNA foi encerrado.
Nando não se preocupou com fato, pois estava mais interessado na carreira de jogador de futebol, mas depois descobriu que todos os integrantes do PNA tinham sido considerados "subversivos" e colocados sob vigilância do Destacamento de Operações de Informação - Centro de Operações de Defesa Interna (DOI-CODI), o que prejudicou sua carreira. No Santos F.C. de Vitória (ES), pelo qual se profissionalizou e no Madureira A.C. (RJ), mesmo tendo se destacado foi afastado do time e depois dispensado sem maiores explicações em ambos os clubes. Em 1968 foi para Portugal, jogar pelo C.F. Os Belenenses, mas antes de assinar o contrato recebeu a visita de dois agentes da polícia secreta portuguesa, a PIDE (Polícia Internacional e de Defesa do Estado),que o submeteram a um longo interrogatório, no qual ficou muito clara a ligação entre as ditaduras brasileira e portuguesa, pela quantidade de informações sobre o jogador brasileiro. Ele acabou voltando ao Brasil.
Em 1970 foi preso pelo DOPS (Departamento de Ordem Política e Social), junto com amigos e parentes, por causa da prima, Cecília Coimbra e o marido dela José Novaes, membros do MR8 (Movimento Revolucionário 8 de Outubro). Depois de uma noite de interrogatório foi libertado. Ainda tentou retomar a carreira, no Gil Vicente F.C., de Portugal, mas em 1972 pendurou as chuteiras e dedicou-se ao ramo de vendas.
Após o fim da ditadura, Nando foi anistiado e reintegrado ao Ministério da Educação em 1992. Em 2003 foi criada a Comissão de Anistia do Ministério da Justiça, que em 2010 reconheceu o ex-jogador como vítima da perseguição política da ditadura militar.