Muita gente torce o nariz quando se fala em futebol feminino. “Ah, não traz resultado”. “Nunca ganhou uma Copa”. “Não tem história”. O que pouca gente sabe é que o futebol feminino foi proibido no Brasil por quase 40 anos, entre 1941 e 1979, por um decreto-lei nacional que interrompeu o desenvolvimento da modalidade e provocou um apagamento da história dos times de mulheres que existiam em todo o Brasil desde 1920. Para contar essas narrativas esquecidas, o Museu do Futebol lançou a campanha Minha voz faz História, que visa arrecadar recursos para a produção de um audioguia sobre os 100 anos do futebol feminino no Brasil.
Trata-se de uma campanha de matchfunding em parceria com o BNDES+: a cada contribuição do público, o banco acrescenta o dobro do valor para a causa. Mas a campanha é tudo ou nada: o Museu tem até o dia 20 de dezembro para arrecadar R$ 80.600,00 (já contando a participação do BNDES). As contribuições devem ser feitas pelo site Benfeitoria (benfeitoria.com/museudofutebol).
Para agradecer aos benfeitores com recompensas, o Museu do Futebol fez parceria com a marca feminista Puta Peita, que elaborou a peça-símbolo da campanha: um lenço de guerrilha roxo (a cor do movimento feminista) e a frase Minha voz faz História. Mas há também a camiseta Jogue como uma garota, adesivos, uma mochila exclusiva da campanha e um calendário também exclusivo com 12 frases feministas.
Benfeitores com possibilidade de contribuir com valores mais altos podem receber um spoiler exclusivo, com um trecho do audioguia antes do seu lançamento; a possibilidade de participar da estreia do recurso, com uma visita exclusiva incluindo café da manhã no Museu do Futebol e até a doação de kits com camisetas, mochilas, lenços e adesivos da campanha para um time feminino de qualquer lugar do Brasil, que pode ser escolhido com ajuda do Museu.
Mais do que as recompensas, no entanto, o maior retorno da campanha é a possibilidade de ajudar no empoderamento de meninas e mulheres no ambiente esportivo. Quando lançado, o audioguia será utilizado não apenas dentro do Museu do Futebol, mas disponibilizado na internet, para que as histórias de mulheres que jogam bola desde 1920 possam ser conhecidas e utilizadas em ações educativas em todo o País.