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Mário Américo

Atuação
Auxiliar Técnica(o)
Nascimento
28/07/1912
Monte Santo de Minas, Minas Gerais, Brasil
Morte
09/04/1990
São Paulo, São Paulo, Brasil

Clubes e Federações

Quando Onde Atuação
Portuguesa Auxiliar Técnica(o)
Vasco da Gama Auxiliar Técnica(o)
Madureira Auxiliar Técnica(o)
1950 Seleção Brasileira Copa do Mundo 1950 Auxiliar Técnica(o)
1954 Seleção Brasileira Copa do Mundo 1954 Auxiliar Técnica(o)
1958 Seleção Brasileira Copa do Mundo 1958 Auxiliar Técnica(o)
1962 Seleção Brasileira Copa do Mundo 1962 Auxiliar Técnica(o)
1966 Seleção Brasileira Copa do Mundo 1966 Auxiliar Técnica(o)
1970 Seleção Brasileira Copa do Mundo 1970 Auxiliar Técnica(o)
1974 Seleção Brasileira Copa do Mundo 1974 Auxiliar Técnica(o)

Textos

Talvez o mais famoso massagista do futebol mundial. Começou a treinar a boxe com Kid Jofre (pai do campeão mundial de boxe Éder Jofre) realizando 72 lutas, vencendo 49 Foi para o Rio de Janeiro contratado pelo Madureira, onde acabou largando o boxe depois de perceber que recebia mais como enfermeiro e massagista no clube do que como atleta.

Passou pelo Vasco da Gama, Portuguesa de Desportos e Seleção Brasileira, estando presente na delegação brasileira em todas as Copas do Mundo de 1950 a 1974, bem como em todas as principais conquistas do período.

Foi uma das mais marcantes figuras do futebol brasileiro. Ao entrar em campo, além de atender jogadores machucados, transmitia ordens do técnico à equipe. Às vezes, em jogos mais complicados, os jogadores eram orientados a simular contusões para que Mário Américo entrasse  no decorrer da partida.

Em 1976 publicou um livro de memórias, reeditado em 1986. Em 1981 foi eleito vereador em São Paulo.

Sobre Mário Américo

(trecho do relato de campo produzido pelos pesquisadores do Museu do Futebol sobre a Coleção Mário Américo organizada por Mário Américo Netto e Marcelo Valério)

" (...) Mário Américo nasceu em Monte Santo (MG), em 1913. De infância muito pobre, decidiu se mudar para o Rio de Janeiro para morar com um primo e trabalhar consertando guarda-chuvas. Ao lado do seu trabalho havia um clube onde ocorriam muitos bailes. Mário Américo queria aprender a tocar bateria, e conseguiu ter aulas com alguém do clube. Algum tempo depois se deparou com um treinamento de boxe, e começou a assisti-lo. Então pediu ao instrutor daquela prática para que lhe desse algumas aulas. Com isso passou a treinar, pagando as aulas com todo o dinheiro que ganhava no conserto de guarda-chuvas. Concomitante aos treinamentos, ele começou a competir, tendo ganhado um torneio carioca na categoria superpena (para atletas com até 59Kg). Um fato curioso diz respeito a uma luta no ginásio municipal de Madureira, onde perdeu a luta para Kid Jofre, pai de Eder Jofre, campeão mundial de boxe em 1960 e 1973.

De acordo com os entrevistados, uma certa pessoa aconselhou Mário Américo a deixar as lutas, pois era muito “brigão” e “poderia acabar morrendo cedo”. Ele então questiona: “Mas o que vou fazer? Não tenho estudo, não tenho nada?”. E alguém o responde: “Olha, tem um massagista do Madureira que está para se aposentar. Se você quiser, eu falo com ele e você começa a trabalhar lá”. A pessoa que lhe disse isso foi Almir do Amaral, médico do Madureira Atlético Clube[1] na época. Mário Américo permaneceu por sete anos em tal clube.

O time do Madureira começou a se destacar no cenário futebolístico carioca, tendo revelado bons jogadores. Três deles – Jair Rosa Pinto, Lelé (Manuel Peçanha) e Isaías Benedicto da Silva – foram contratados pelo Clube de Regatas Vasco da Gama, e exigiram que Mário Américo também fosse com eles. Feita a contração, o massagista permaneceu por mais 12 anos no clube cruzmaltino, sendo pentacampeão carioca e tendo ganhado partidas fora do país. Através do Vasco ele chegou à Seleção Brasileira, acompanhando-a na Copa do Mundo de 1950 e no Campeonato Pan-Americano de 1952.

Quando Mário Américo trabalhava no Vasco, ocorreu uma confusão durante o jogo contra o time da Portuguesa. O jogador Ely do Amparo, da equipe carioca, brigou e agrediu Pinga (José Lázaro Robles), da equipe rival. Nesse momento o presidente da Portuguesa, Mário Augusto Izaías, também entrou em campo para brigar e o massagista, sem saber de quem se tratava, deu um soco nele. Djalma Santos, que já era o melhor lateral da Seleção Brasileira, atuava na Portuguesa e também conhecia Mário Américo. Com isso ele lhe disse que havia batido no presidente do seu time.

Um ano após o incidente, Vasco e Portuguesa tornaram-se a enfrentar. Como não havia muitos hotéis na cidade do jogo, ambas as equipes hospedaram-se no mesmo local. O presidente da Portuguesa queria saber quem foi o homem que havia lhe dado um soco naquele jogo. Djalma Santos levou o presidente até o quarto de Mário Américo, que olhou para ele e disse: “lá na Portuguesa, nós estamos precisando de gente que seja homem de verdade. Você aceita ir trabalhar lá? Quanto você ganha no Vasco?”. Mário Américo respondeu que recebe uma tal quantia, e o presidente, em contrapartida, lhe propôs um salário muito maior para que mudasse para a cidade de São Paulo.

Mário Américo veio para São Paulo em 1953, e trabalhou na Portuguesa por 19 anos. Durante esse período ele também fazia parte do quadro de funcionários da Seleção Brasileira, e lá continuou. Um dos grandes feitos de sua vida foi ter conquistado três edições da Copa do Mundo (1958, 1962 e 1970). A sua carreira como massagista de clubes de futebol encerrou-se em 1974. A partir daí ele dedicou-se a outras atividades: em 1976, por exemplo, se candidatou a vereador na cidade de São Paulo, tendo sido eleito com aproximadamente 53 mil votos. Além disso também abriu uma clínica de massagens no bairro Imirim. Mário Américo faleceu em 1990, aos 77 anos de idade.(...)"

[1] Atual Madureira Esporte Clube.

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