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Djalma Santos

  • Dejalma dos Santos
Atuação
Lateral
Zagueiro(a)
Treinador(a)
Nascimento
27/02/1929
São Paulo, São Paulo, Brasil
Morte
23/07/2013
Uberaba, Minas Gerais, Brasil

Um dos maiores laterais em todos os tempos, bicampeão do mundo com a Seleção Brasileira em 1958 e 1962, disputou ainda os Mundiais de 1954 e 1966. Ídolo da Portuguesa de Desportos e do Palmeiras. Faleceu aos 84 anos por causa de uma parada cardiorrespiratória em decorrência de uma pneumonia e foi enterrado no Cemitério São João Baptista, em Uberaba (MG).

Clubes e Federações

Quando Onde Atuação
1948-1958 Portuguesa Lateral
1954 Seleção Brasileira Copa do Mundo 1954 Zagueiro(a)
1958 Seleção Brasileira Copa do Mundo 1958 Lateral
1959-1968 Palmeiras Lateral
1960 São Paulo Lateral
1962 Seleção Brasileira Copa do Mundo 1962 Lateral
1966 Seleção Brasileira Copa do Mundo 1966 Lateral
1969-1971 Athletico Paranaense Treinador(a)
1969-1971 Athletico Paranaense Lateral
1972 Portuguesa Lateral
1972 Vitória Treinador(a)
1972 Paulista de Jundiaí Treinador(a)
1976 Sampaio Corrêa Treinador(a)
1990 Uberaba Treinador(a)

Textos

Dejalma dos Santos nasceu em 27 de fevereiro de 1929, em São Paulo, Brasil. O pai, soldado, lutou na Revolução Constitucionalista de 1932, na qual São Paulo foi uma das partes envolvidas. A mãe teve dificuldades para sustentar sozinha a família e Dejalma quase perdeu a vida na infância, por desnutrição. Mas sobreviveu, levando dela apenas uma bronquite crônica. Seu pai voltou vivo da Revolução, mas constituiu outra família. Sua mãe logo faleceu e como resultado o garoto foi criado pela irmã, Anésia.

Após trabalhar numa fábrica de calçados (na qual sofreu um acidente que o impediu para sempre de fechar o punho direito), o jovem tentou a sorte no futebol. Depois de passar por testes no Corinthians e Ypiranga, Dejalma encontrou seu lugar na Portuguesa, onde começou a jogar futebol profissionalmente, em 1948, dando início a uma carreira que só terminaria 22 anos depois – e na qual ele seria conhecido como “Djalma Santos”, sem o “e” no prenome.

Escalado constantemente na lateral direita, logo Djalma se fez notar pela ótima capacidade na marcação e pelo porte físico respeitável, além de um arremesso lateral de força admirável. Sua primeira partida pela Portuguesa foi em 9 de agosto de 1948, contra o Corinthians. E ele só deixou o clube rubro-verde dez anos depois, com 452 partidas pela equipe, sendo o atleta que mais vezes jogou pela Portuguesa. Além disso, Djalma foi um dos principais personagens da equipe que ganhou um dos maiores títulos da história da “Lusa”: o Torneio Rio-São Paulo de 1952. Lá, o jogador conheceu um de seus maiores amigos dentro do futebol: Júlio Botelho, o Julinho.

No mesmo ano de 1952 que ficou na memória da Portuguesa, Djalma Santos ganhou sua primeira chance pela Seleção Brasileira, sendo titular na conquista do Campeonato Pan‑Americano. Dois anos depois, também foi titular absoluto da Seleção na Copa do Mundo de 1954 – tendo marcado gol na partida em que a equipe foi eliminada, nas quartas de final, contra a Hungria. A decepção foi diminuída com o título do Torneio Rio-São Paulo, em 1955.

Em 1958, Djalma alcançou o primeiro grande momento de sua carreira. Na Copa do Mundo, ficou por cinco jogos na reserva de De Sordi, na Seleção Brasileira. Em razão de uma lesão sofrida por De Sordi na semifinal, contra a França, foi escalado justamente na final, onde teria de marcar Lennart “Nacka” Skoglund, um dos principais jogadores da seleção da Suécia. Foi tão bem na tarefa que a imprensa internacional o escolheu como o melhor lateral direito daquela Copa, mesmo que só tivesse atuado naquela partida – além, é claro, de ter conquistado o primeiro título mundial com a Seleção Brasileira.

No início de 1959, Djalma Santos deixou a Portuguesa, transferindo-se para o Palmeiras. E, no novo clube, o lateral também marcou época: como titular absoluto, consagrou‑se campeão paulista, superando o Santos. Em 1960, mais um título, o da Taça Brasil/Campeonato Brasileiro, que deu direito à disputa da Copa Libertadores da América, no ano seguinte, a qual o Palmeiras quase conquistou: foi vice-campeão, perdendo a decisão para o Peñarol, do Uruguai.

Na Seleção Brasileira, novamente foi titular absoluto na equipe que conquistou o bicampeonato mundial, tendo atuado em todas as partidas da campanha na Copa do Mundo de 1962. Djalma Santos ainda consagrou-se como o primeiro jogador brasileiro a atuar numa “seleção do mundo” escolhida pela FIFA, em amistoso para celebrar o centenário do futebol profissional, em 1963 – ano em que ganhou mais um Campeonato Paulista, pelo Palmeiras.

Mesmo sem ter atuado pela Seleção em 1964, o jogador permanecia titular no Palmeiras, que conquistaria o Torneio Rio-São Paulo no ano seguinte. Em 1966, a despeito dos 37 anos que já tinha, foi convocado para mais uma Copa do Mundo, sua quarta com a camisa da Seleção Brasileira. Jogou duas partidas e não sofreu muitas críticas com a eliminação na primeira fase daquele Mundial. De quebra, ganhou mais um Campeonato Paulista com o Palmeiras – e, em 1967, o clube “unificou” os títulos nacionais, vencendo tanto a Taça Brasil quanto o Torneio Roberto Gomes Pedrosa (Taça de Prata)/Campeonato Brasileiro.

O ano de 1968 foi um ano de encerramento de ciclos para Djalma Santos. Após mais um vice-campeonato na Copa Libertadores da América (a derrota foi para o Estudiantes, na Argentina), o jogador deixou o Palmeiras, depois de outra passagem de dez anos por um clube, no qual também é reconhecido como o melhor lateral direito de sua história. Em 9 de junho daquele ano, num amistoso contra o Uruguai, Djalma fez sua última partida pela Seleção Brasileira. Àquela altura, era o jogador com mais partidas oficiais pela equipe nacional: 98 jogos, em 16 anos.

            Em 1969, já aos 40 anos de idade, Djalma Santos foi para o Atlético Paranaense, onde ficou apenas por mais um ano. Tempo suficiente para ganhar mais um título (o Campeonato Paranaense de 1970) e ser considerado o maior lateral direito também na história do Atlético. Após o título estadual, Djalma encerrou a carreira, passando a morar em Uberaba, Minas Gerais, Brasil, com sua esposa. Desde a década de 1980 radicado na cidade, Djalma lá ficou por três décadas.

Porém, na madrugada do dia 1º de julho de 2013, uma forte crise de bronquite levou Djalma a ser internado na Unidade de Terapia Intensiva do Hospital Dr. Hélio Angotti, em Uberaba. A crise logo piorou, configurando um quadro de insuficiência respiratória, e embora Djalma tenha melhorado por alguns dias e até deixado a UTI, logo o problema se agravou, com comprometimento da função renal e infecção pulmonar. E no dia 23 de julho, após 22 dias de internação, Djalma morreu (de acordo com nota divulgada pelo hospital, às 19h30), vítima de uma parada cardiorrespiratória, causada por pneumonia aguda e instabilidade hemodinâmica.

Bibliografia

- BETING, Mauro. Os dez mais do Palmeiras. Rio de Janeiro, Maquinária, 2009.

- DUARTE, Marcelo. MENDES, Mário. Enciclopédia dos craques. São Paulo, Panda Books, 2010.

- http://www.rsssf.com/miscellaneous/djalma-intl.html

http://globoesporte.globo.com/mg/triangulo-mineiro/noticia/2013/07/djalma-santos-bicampeao-mundial-morre-em-uberaba-aos-84-anos.html

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