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Gérson

  • A Canhotinha de Ouro
  • Gérson de Oliveira Nunes
Atuação
Meio Campo

Clubes e Federações

Quando Onde Atuação
1957 Canto do Rio Meio Campo
1958-1962 Flamengo Meio Campo
1960 Seleção Brasileira Olímpica 1960 Meio Campo
1963-1969 Botafogo Meio Campo
1966 Seleção Brasileira Copa do Mundo 1966 Meio Campo
1969-1972 São Paulo Meio Campo
1970 Seleção Brasileira Copa do Mundo 1970 Meio Campo
1972-1974 Fluminense Meio Campo

Textos

Gérson de Oliveira Nunes nasceu e foi criado na cidade de Niterói, Rio de Janeiro, Brasil, no dia 11 de janeiro de 1941. Lá mesmo começou a jogar futebol, no Canto do Rio, ainda aos cinco anos de idade, iniciando no futebol de salão e, logo depois, indo para o time de campo do mesmo clube. No time da cidade natal, Gérson se desenvolveu até que, em 1958, num amistoso contra o Flamengo, foi observado pelo paraguaio Modesto Bria, que o levou para a equipe juvenil do clube carioca.

Também em 1958, Gérson começou a ser colocado na equipe profissional do Flamengo, mas ainda se alternava com o time juvenil, já que era cogitado para ser convocado para a Seleção Brasileira que disputaria o torneio de futebol dos Jogos Pan-americanos de 1959, em Chicago, nos EUA, e tal torneio só podia ser disputado por atletas amadores. Gérson foi, enfim, convocado para o Pan-americano, tendo sido efetivado nos profissionais do Flamengo em 1959.

No ano seguinte, Gérson novamente esteve na Seleção Brasileira amadora, disputando o torneio de futebol dos Jogos Olímpicos de 1960, em Roma. Em 1961, titular do Flamengo, foi convocado para a Seleção profissional, tendo sido pré-relacionado para a Copa de 1962. Por uma contusão, Gérson foi cortado. Ainda em 1962 viveu sua primeira grande polêmica: na partida decisiva do Campeonato Carioca contra o Botafogo foi escalado, a contragosto, no meio-campo, pelo técnico Flávio Costa. Após a derrota por 3 a 0, Gérson entrou em conflito com o presidente do Flamengo, Fadel Fadel, e deixou o clube.

Ainda no caminho de volta, Gérson encontrou-se com Quarentinha, ex-jogador do Botafogo, que sugeriu sua ida para aquele clube. O jogador negou-se, mas, um dia depois, Renato Estelita, diretor botafoguense, telefonou para ele e disse que havia comprado seu passe. Gérson transferiu-se para o clube de General Severiano, do qual se tornou titular absoluto, conquistando duas Taças Guanabara e dois Campeonatos Cariocas, todos em 1967 e 1968, e a Taça Brasil/Campeonato Brasileiro de 1968. Paralelamente, consolidou-se como um dos grandes meio-campistas da história do futebol brasileiro, pelos lançamentos precisos e pela postura de liderança dentro e fora de campo, enquanto que, pelos constantes questionamentos, ganhou o apelido de “Papagaio”.

Porém, na Seleção Brasileira, Gérson ainda não conseguira o êxito que tinha no Botafogo. Convocado para a Copa de 1966, jogou apenas a segunda partida da Seleção Brasileira no Mundial, contra a Hungria. Com um histórico que incluía erros como um pênalti perdido contra a Argentina, na Taça das Nações, em 1964, o jogador era visto com desconfiança em suas atuações pela Seleção. Sob esse contexto, em 1969, Gérson transferiu-se para o São Paulo.

Em 1970 viveu um dos melhores anos de sua carreira. No São Paulo foi um dos personagens principais da equipe que quebrou um jejum de 13 anos, conquistando o Campeonato Paulista. Pela Seleção Brasileira, a situação foi ainda melhor: Gérson foi titular absoluto na equipe que conquistou a Copa de 1970, sendo considerado um dos melhores meio‑campistas da competição.

De volta ao São Paulo, Gérson ainda foi campeão paulista em 1971, e seguiu na Seleção Brasileira até 1972, quando conquistou a Taça do Sesquicentenário da Independência (Minicopa) e, por achar que não teria mais a forma desejável, abandonou o time. Finalmente, após problemas persistentes de adaptação de sua família a São Paulo (por exemplo, problemas respiratórios de sua filha), o jogador retornou ao Rio de Janeiro, para jogar no Fluminense, do qual sempre foi torcedor assumido. Lá, venceu o Campeonato Carioca de 1973, e aposentou‑se, em 1974.

Depois da aposentadoria, Gérson foi convidado para trabalhar na Rádio Tupi, em 1976. Iniciou assim sua carreira como comentarista, tendo trabalhado na TV Globo, entre 1981 e o início de 1982, e na TV Bandeirantes, entre 1991 e 1998. Depois voltou ao rádio, atuando na Rádio Globo até 2011, quando se transferiu para a Rádio Bradesco Esportes. Paralelamente, comanda uma escolinha de futebol, em Niterói, onde tem morado por quase toda a sua vida.

Bibliografia

- Depoimento de Gérson ao Projeto Futebol, memória e patrimônio, mantido pelo Museu do Futebol em parceria com a Fundação Getúlio Vargas.

- CASTRO, Marcos de. MÁXIMO, João. Gigantes do futebol brasileiro. São Paulo, Civilização Brasileira, 2011.

Gérson de Oliveira Nunes nasceu em Nitéroi, Rio de Janeiro, no dia 11 de janeiro de 1941. Iniciou a carreira profissional no Flamengo, em 1959, marcando um total de 86 gols em 153 partidas disputadas pelo clube. Em 1963 se transferiu para o Botafogo, onde permaneceu até 1969, conquistando títulos como o Torneio Roberto Gomes Pedrosa de 1964 e 1966, a Taça Brasil de 1968 e os campeonatos cariocas de 1967 e 1968. Gérson jogou também pelo São Paulo no início da década de 70 antes de encerrar a carreira no Fluminense, em 1974. Na seleção brasileira atuou em 83 partidas oficiais e marcou 23 gols. Participou na conquista da Copa Rocca de 1963 e 1971, além de ter sido titular e peça fundamental do time tricampeão da Copa do Mundo de 1970. Atualmente é comentarista esportivo e coordena uma escolinha de futebol em Niterói, onde reside até hoje. 

Era chamado de "Canhotinha de Ouro" pelo futebol inteligente e habilidoso que praticava. Tinha grande sentido de organização e estratégia, era um técnico dentro de campo; lançamentos perfeitos de perto ou de longe, capaz de colocar a bola no peito do atacante a 40 metros de distância; chutes fortes e precisos; ótimo cobrador de faltas; liderança, não tinha papas na língua quando fosse preciso orientar o time ou até mesmo xingar um companheiro, daí o apelido de "Papagaio".

GÉRSON (Niterói, RJ, 1941). O “canhotinha de ouro” é dos raros jogadores brasileiros que só precisavam do pé esquerdo para impor à bola uma arte requintada. Com uma diferença: ao contrário da maioria,
era um técnico dentro do campo, um meia estratégico, um organizador, um mestre na visão do jogo. Tricampeão pela seleção no México, jogou também pelo Flamengo, Botafogo, São Paulo e Fluminense.
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