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Gilmar

  • Gylmar dos Santos Neves
Atuação
Goleiro(a)
Nascimento
22/08/1930
Santos, São Paulo, Brasil
Morte
25/08/2013
São Paulo, São Paulo, Brasil

Clubes e Federações

Quando Onde Atuação
1950 Jabaquara Goleiro(a)
1951-1961 Corinthians Goleiro(a)
1958 Seleção Brasileira Copa do Mundo 1958 Goleiro(a)
1962-1969 Santos Goleiro(a)
1962 Seleção Brasileira Copa do Mundo 1962 Goleiro(a)
1966 Seleção Brasileira Copa do Mundo 1966 Goleiro(a)

Textos

Gylmar dos Santos Neves nasceu em Santos, no litoral do estado de São Paulo, Brasil, em 22 de agosto de 1930. Quando era criança, seus pais desejavam que ele seguisse a profissão de médico. No entanto, o garoto que ficou conhecido como “Gilmar”, com “i”, logo começou a jogar futebol, preferindo atuar no gol, em razão do porte físico esguio.

Ainda na adolescência, Gilmar foi tentar um teste no Santos. Não conseguiu. Decepcionado, ficou treinando no Portuários, clube formado pelos funcionários da Companhia Docas. Isso, até ser aprovado nos testes para o Jabaquara, da cidade de Santos, onde começou a jogar, em 1950. No entanto, não ficou muito tempo no “Jabuca”: em 1951, o Jabaquara negociou o centromédio Ciciá com o Corinthians. Para justificar a grande quantia que estava pagando, o presidente do Corinthians, Alfredo Inácio Trindade, pediu a inclusão de Gilmar no negócio. E Gilmar foi para o Corinthians.

Ele começou jogando como titular, mas tem uma dura lembrança daquele ano de 1951, mesmo com o título paulista: na goleada de 7 a 3 sofrida pelo Corinthians para a Portuguesa, em jogo válido pelo Campeonato Paulista, o goleiro foi acusado de ter se vendido para o adversário. Foi substituído por Cabeção (Luis Moraes), perdeu a confiança da torcida, e quase foi dispensado da equipe. Só conseguiu se recuperar numa excursão do Corinthians à Europa, em 1952, como titular (Cabeção estava no Campeonato Pan-Americano, pela Seleção Brasileira) e teve ótimas atuações. Além disso, participou das conquistas da Taça Cidade de São Paulo e do título estadual.

De quebra, em 1953, Gilmar foi lembrado pela primeira vez para a Seleção, na disputa do Campeonato Sul-Americano, no Peru. No entanto, sofreu uma contusão no ombro e perdeu a titularidade no Corinthians para Cabeção, que também foi à Copa de 1954 como reserva de Castilho.

No Campeonato Paulista de 1954, Cabeção seguiu sendo titular do Corinthians, até um jogo contra a Portuguesa, quando o técnico Oswaldo Brandão decidiu escalar Gilmar. Estava iniciado o domínio do arqueiro no gol corintiano: sem espaço, Cabeção começou a ser emprestado a outros clubes, como a Portuguesa e o Bangu, do Rio de Janeiro. Já Gilmar credenciou-se como um dos grandes goleiros brasileiros de então, destacando-se em partidas importantes, como o clássico contra o Palmeiras que definiu o Campeonato Paulista de 1954 em favor do Corinthians.

Com a conquista, o Corinthians consagrou-se como “Campeão do Quarto Centenário”, e Gilmar foi apelidado de “Supremo Guardião do Quarto Centenário”, nomes referentes aos 400 anos da cidade de São Paulo, completados em 1954. Na Seleção Brasileira, o goleiro também começou a garantir o posto de titular: numa excursão à Europa, em 1956, defendeu dois pênaltis num amistoso contra a Inglaterra, que ainda assim ganhou o jogo, por 4 a 2. Titular da Seleção na Copa de 1958, Gilmar consolidou sua posição, impondo-se com sobriedade e fazendo bem a sua parte na conquista do primeiro título mundial do Brasil.

Todavia, ao voltar para o Brasil, Gilmar começou a ser questionado no Corinthians. Após muito tempo sentindo dores no cotovelo, fez uma operação paga do próprio bolso. Foi acusado de fazer “corpo mole”, num período em que o clube já sofria com um jejum de títulos paulistas. Cansado das críticas da torcida e dos dirigentes corintianos, o goleiro transferiu-se para o Santos, em 1961. Então, novamente, viveu tempos gloriosos: em 1962, não só repetiu a dose na Copa do Mundo, sendo bicampeão com a Seleção Brasileira, como começou a acrescentar títulos e mais títulos com o Peixe.

Cabe citar aqui apenas os mais importantes títulos de Gilmar com o Santos: duas Copas Libertadores da América e dois Mundiais Interclubes (1962/63), cinco Campeonatos Paulistas (1962/64/65/67/68), quatro Taças Brasil/Campeonatos Brasileiros (1962/63/64/65) e três Torneios Rio-São Paulo (1963/64/66). Isso, sem mencionar incontáveis torneios mundo afora. E, mesmo já próximo dos 36 anos, o goleiro ainda foi convocado para a Copa de 1966, na qual jogou duas partidas. Atuou mais duas vezes pela Seleção depois do Mundial e chegou a ser cogitado para ir à Copa de 1970. No entanto, preferiu retirar-se dos campos, no final de 1969.   

Gilmar montou uma concessionária de automóveis, que lhe garantiu uma rotina mais confortável. Além disso, foi coordenador da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), em 1983, e Secretário de Esportes de São Paulo, em 2000. Porém, neste último ano, em 16 de junho, sofreu um derrame cerebral, que lhe tirou os movimentos do lado direito do corpo e prejudicou a fala.

Desde então, Gilmar viveu no Guarujá, litoral do estado de São Paulo, junto com sua esposa. Entretanto, na semana em que completou 83 anos, o ex-goleiro foi internado no Hospital Sírio Libanês, em São Paulo, com uma infecção urinária. Em estado naturalmente debilitado, pelo AVC sofrido, Gilmar também teve uma crise de desidratação. Depois, no dia 23 de agosto de 2013, ele sofreu um infarto, que o deixou inconsciente, com o estado de saúde considerado irreversível. Finalmente, dois dias depois, Gilmar morreu, devido a todas as complicações sofridas após o infarto.

Bibliografia

- UNZELTE, Celso. Os dez mais do Corinthians. Rio de Janeiro, Maquinária, 2008.

http://copadomundo.uol.com.br/noticias/redacao/2013/08/25/campeao-nas-copas-de-58-e-62-ex-goleiro-gylmar-morre-em-sao-paulo.htm

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