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Vavá

  • Edvaldo Izídio Neto
  • O Leão da Copa
  • O Peito de Aço
Atuação
Atacante
Treinador(a)
Auxiliar Técnica(o)
Nascimento
12/11/1934
Recife, Pernambuco, Brasil
Morte
19/01/2002
Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, Brasil

Clubes e Federações

Quando Onde Atuação
1948 Íbis Atacante
1949-1950 Sport do Recife Atacante
1951-1958 Vasco da Gama Atacante
1952 Seleção Brasileira Olímpica 1952 Atacante
1958 Seleção Brasileira Copa do Mundo 1958 Atacante
1958-1961 Atlético de Madrid
1961-1964 Palmeiras Atacante
1962 Seleção Brasileira Copa do Mundo 1962 Atacante
1967-1968 Neza Atacante
1969 Portuguesa Carioca Atacante
1973 Bangu Treinador(a)
1979 Rio Branco do Espírito Santo Treinador(a)
1980 Remo Treinador(a)
1982 Seleção Brasileira Copa do Mundo 1982 Auxiliar Técnica(o)

Textos

Edvaldo Izídio Neto, apelidado de Vavá, nasceu no Recife, Pernambuco, Brasil, em 12 de novembro de 1934. Começou a jogar futebol ainda criança, em partidas recreativas na cidade onde nasceu. Sua carreira profissional só começou a partir de 1948, quando entrou nas categorias de base do América, do Recife. No mesmo ano, Vavá ainda passou rapidamente pelo Íbis, também pelas categorias de base. Na época, o jogador ainda atuava no meio-campo.

            Em 1949 Vavá chegou ao Sport, iniciando pelo time juvenil. Com apenas 15 anos, não só era titular da equipe que se sagrou campeã estadual da categoria, como já foi integrado ao time profissional. Desde então, lá ficou, até 1951. Naquele ano, um conterrâneo de Vavá, titular absoluto do Vasco da Gama, indicou seu nome à direção do clube: Ademir de Menezes, considerado um dos melhores jogadores do futebol brasileiro na época (fora o goleador da Copa do Mundo de 1950). Bastou isso para que o Vasco se interessasse por Vavá.

Embora houvesse objeção do pai do jogador, Vavá acabou aceitando a proposta do Vasco, chegando ao clube do Rio de Janeiro ainda em 1951, para jogar ainda na equipe juvenil. No mesmo ano, contudo, o técnico dos profissionais, Oto Glória, decidiu testar o jovem no ataque da equipe profissional, devido a uma lesão sofrida por Maneca, titular da posição. O desempenho de Vavá foi satisfatório, mas ele continuou entre os juvenis do Vasco. 

Ainda como jogador de base (logo, considerado amador), Vavá foi convocado para defender a Seleção Brasileira que disputou o torneio de futebol dos Jogos Olímpicos de 1952, disputados em Helsinque, na Finlândia. Atuando em dois jogos na competição, Vavá marcou um gol, na partida contra a Holanda. Mal retornou do torneio, no qual o Brasil foi eliminado ainda na primeira fase, foi efetivado no elenco profissional do Vasco, pelo técnico Gentil Cardoso.

Já naquele ano Vavá teria o primeiro grande sucesso de sua carreira. Disputado em pontos corridos, o Campeonato Carioca de 1952 teve sua última rodada apenas em janeiro de 1953. Nela, o Vasco enfrentou o Bangu e Vavá marcou o gol decisivo da vitória por 2 a 1, que deu ao clube o título estadual daquele ano, o último da fase em que o Vasco teve o time conhecido como “Expresso da Vitória”.

Depois daquela conquista o time do Vasco passou por uma renovação, sob o comando do técnico Flávio Costa. Vários jogadores foram contratados, como Paulinho de Almeida, Bellini e Válter Marciano. E Vavá, enfim, consolidou-se como titular do Vasco, naquela nova fase. Não só cresceu de produção, como conseguiu sua primeira chance na Seleção Brasileira, disputando um dos jogos da Taça Oswaldo Cruz, torneio amistoso contra o Paraguai, em 1955.

A escalada de Vavá rumo à melhor fase de sua carreira começou em 1956, quando o Vasco voltou a ser campeão carioca, com o jogador atuando como titular absoluto e marcando os dois gols na partida que deu o título ao clube, como em 1953, novamente contra o Bangu. Além disso, Vavá foi o vice-artilheiro vascaíno no campeonato: 13 gols, um abaixo de Válter Marciano, seu companheiro de clube.

Com tais precedentes, enfim, Vavá voltou a ser convocado para a Seleção Brasileira principal. Como em 1955, também voltou a jogar por ela numa partida válida pela Taça Oswaldo Cruz, contra o Paraguai. E, desta vez, marcou seu primeiro gol pela Seleção, na goleada por 5 a 1. Bastou tal feito para completar o cenário que o levou a ser convocado para a Copa do Mundo de 1958.

Nesse Mundial, Vavá começou no banco de reservas, com Dida (Edvaldo Alves Santa Rosa) na equipe titular do Brasil. Ainda assim, já entrou na segunda partida da Seleção, contra a Inglaterra, encerrada com um empate sem gols. Começaria a despontar no jogo seguinte, contra a União Soviética, fazendo os dois gols da vitória por 2 a 0 e não deixou mais a equipe titular. Marcou mais um gol na semifinal, contra a França. E, mais importante, fez dois gols na final contra a Suécia, sendo personagem fundamental na conquista do primeiro título mundial da Seleção Brasileira.

De volta ao Brasil, Vavá foi apelidado duas vezes. Sendo um atacante técnico e oportunista, ainda esforçava-se bastante em cada jogada, com espírito de luta. Isso rendeu-lhe os apelidos de “Peito de Aço” e “Leão da Copa” – este dado pelo narrador Geraldo José de Almeida.

Ainda em 1958 o jogador foi um dos protagonistas de um dos títulos mais importantes da história do Vasco: o Campeonato Carioca daquele ano. Disputado em pontos corridos, a disputa terminou com Vasco, Botafogo e Flamengo empatados ao final da última rodada. Foi realizado, então, um turno extra, o “supercampeonato”. Novo empate entre as equipes, após três jogos, e veio novo turno extra, o “supersupercampeonato”. Aí, sim, o Vasco conquistou o título, que somou-se ao do Torneio Rio-São Paulo, num ano o qual Vavá considerou como o melhor de sua carreira.

Logo no início de 1959 o atacante foi contratado pelo Atlético de Madrid da Espanha. No clube espanhol conquistou o bicampeonato da Copa do Generalíssimo, nas temporadas 1959/60 e 1960/61. Porém, deixou de ser convocado para a Seleção Brasileira, desde 1960 (naquela época, era praxe que jogadores atuando fora do país não fossem lembrados nas convocações).

Então, na metade de 1961, Vavá retornou ao Brasil, para jogar no Palmeiras. Participou das campanhas dos vice-campeonatos no Campeonato Paulista em 1961, e do Torneio Rio-São Paulo em 1962. De quebra, voltou a ser chamado para a Seleção Brasileira, reestreando em uma das partidas pela Taça Oswaldo Cruz, quando fez um dos gols na goleada sobre o Paraguai por 6 a 0 em 21 de abril de 1962.

As boas atuações nos amistosos bastaram para que fosse convocado para a Copa do Mundo de 1962. Nela, Vavá novamente brilhou. Com quatro gols, foi um dos jogadores artilheiros do Mundial. E todos eles foram marcados em momentos importantes: um nas quartas de final, contra a Inglaterra. Dois contra o Chile, nas semifinais. E outro na decisão, contra a Tchecoslováquia, tornando-o um dos raros jogadores que marcaram gols em duas finais de Copa, junto do alemão Paul Breitner, de Pelé e do francês Zinedine Zidane.

Depois do Mundial Vavá voltou ao Palmeiras e conquistou o Campeonato Paulista de 1963. Em 1964 deixou o clube, indo para o América, do México. No mesmo ano, fez sua última partida pela Seleção Brasileira, contra a Argentina, pela Taça das Nações.

No América, Vavá passou três anos. Em 1965 foi cedido ao Elche, da Espanha, e no ano seguinte foi emprestado a outro clube mexicano, o Neza. Em 1967 Vavá transferiu-se para o San Diego Toros dos Estados Unidos, onde ficou mais dois anos. Finalmente, retornou ao Brasil para jogar na Portuguesa, do Rio de Janeiro, em 1969. E então, encerrou a carreira de jogador.

Logo depois, Vavá começou a ser treinador, na própria Portuguesa. Depois de passar por alguns clubes, como Bangu e São Cristóvão, foi convidado para voltar à Espanha e ser treinador em clubes de lá. A partir de 1970 comandou o Córdoba por cerca de seis anos (com rápida volta ao Bangu, em 1973), e o Granada, entre 1976 e 1978. Então, voltou ao Brasil, onde comandou o Rio Branco, do Espírito Santo, em 1979, e o Remo em 1980. Mas sua grande passagem numa comissão técnica deu-se em 1982, quando foi auxiliar técnico de Telê Santana, na Copa do Mundo daquele ano.

No final da década de 1990 Vavá começou a passar por alguns problemas de saúde, como artrose. Uma isquemia cerebral, sofrida em 2000, o enfraqueceu ainda mais. E, em 19 de janeiro de 2002, Vavá morreu, vítima de insuficiência respiratória.

Bibliografia

KFOURI, André; COELHO, Paulo Vinícius. Os 100 melhores jogadores brasileiros de todos os tempos. Rio de Janeiro: Ediouro, 2010.

LEITE, Milton. Os 11 maiores centroavantes do futebol brasileiro. São Paulo: Contexto, 2010.

MINI-ENCICLOPÉDIA DO FUTEBOL BRASILEIRO. Rio de Janeiro: Areté, 2004.

NAPOLEÃO, Antônio Carlos; ASSAF, Roberto. Seleção Brasileira, 1914-2006. Rio de Janeiro: Mauad, 2006.

SÍMON, Luís Augusto; COSTA, Rubens Leme da. Os donos do mundo. Belo Horizonte: Editora Leitura, 2010.

TAVES, Rodrigo; NOGUEIRA, Cláudio. Os dez mais do Vasco da Gama. Rio de Janeiro: Maquinária, 2011.

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