Bangu
- Bangu Atlético Clube
Clube de futebol profissional da cidade do Rio de Janeiro (RJ), fundado pelos funcionários da Fábrica Bangu, que já praticavam o futebol desde fins do século XIX sob orientação do escocês Thomas Donohoe. Também foi pioneiro na presença de negros e operários no futebol e na formação de times de futebol feminino, após o fim da proibição da modalidade em 1979. Suas cores são a branca e vermelha, presentes no uniforme principal formado por camisa de listras verticais alvirrubras, calções e meias brancas. O uniforme reserva tem camisa branca, calção e meias vermelhas. Seu mascote é o castor, alusão ao bicheiro Castor de Andrade (1996-1997), presidente de honra do clube a partir da década de 1960. Manda seus jogos no Estádio Moça Bonita, cujo nome oficial é Proletário Guilherme da Silveira Filho, homenagem ao presidente do clube entre 1937-1949. Tem capacidade para 15.000 pessoas.
Jogadores e dirigentes
Quando | Quem | Atuação |
---|---|---|
2010-2011 | Thais | Goleiro(a) |
2011-? | Thais | Goleiro(a) |
1923-1924 | Brilhante | Zagueiro(a) |
1924-1925 | Itália | Zagueiro(a) |
1926-1928 | Fausto | Meio Campo |
1929-1932 | Domingos da Guia | Zagueiro(a) |
1929 | Nelson | Goleiro(a) |
1933-1934 | Luiz Vinhaes | Treinador(a) |
1934-1935 | Brilhante | Zagueiro(a) |
1935 | Ademar Pimenta | Treinador(a) |
1937 | Walter | Goleiro(a) |
1937 | Walter | Goleiro(a) |
1947-1949 | Domingos da Guia | Zagueiro(a) |
1948-1949 | Ayrton Moreira | Treinador(a) |
1950 | Aymoré Moreyra | Treinador(a) |
1951-1953 | Índio | Atacante |
1951-1957 | Zizinho | Meio Campo |
1951-1965 | Zózimo | Zagueiro(a) |
1952 | Ivson | Atacante |
1952 | Rui | Meio Campo |
1954 | Cabeção | Goleiro(a) |
1956 | Maneca | Atacante |
1956-1958 | Nadinho | Goleiro(a) |
1957-1958 | Ernani | Goleiro(a) |
1960-1961 | Ademir da Guia | Meio Campo |
1960 | Zizinho | Treinador(a) |
1962-1967 | Paulo Borges | Atacante |
1963-1968 | Fidélis | Zagueiro(a) |
1964 | Martim Francisco | Treinador(a) |
1965-1966 | Zizinho | Treinador(a) |
1967 | Martim Francisco | Treinador(a) |
1970 | Flávio Costa | Treinador(a) |
1971-1972 | Coutinho | Atacante |
1971 | Evaristo de Macedo | Treinador(a) |
1971-1973 | Jorge Mendonça | Atacante |
1971 | Paulinho de Almeida | Treinador(a) |
1973 | Vavá | Treinador(a) |
1976-1977 | Fred | Zagueiro(a) |
1979 | Pedro Rocha | Meio Campo |
1980-1981 | Luizinho das Arábias | Atacante |
1980 | Zizinho | Treinador(a) |
1981-1983 | Marco Antônio | Zagueiro(a) |
1981-1982 | Toninho Baiano | Lateral |
1984 | Luizinho das Arábias | Atacante |
1984-1985 | Marinho Chagas | Lateral |
1984 | Paulinho Criciúma | Meio Campo |
1984 | Polozzi | Zagueiro(a) |
1986-1987 | Mauro Galvão | Zagueiro(a) |
1986 | Neto | Meio Campo |
1986-1987 | Paulo César Carpegiani | Treinador(a) |
1986-1987 | Zagallo | Treinador(a) |
1987-1988 | Edevaldo | Lateral |
1987 | Paulinho Criciúma | Meio Campo |
1987-1988 | Pedrinho | Lateral |
1989-1990 | Didi | Treinador(a) |
1989 | Dirceu | Atacante |
1989 | Pinheiro | Treinador(a) |
1991 | Josimar | Lateral |
1996 | Sorato | Atacante |
1999 | Andrade | Meio Campo |
1999 | Renato Gaúcho | Atacante |
2000 | Márcio Santos | Zagueiro(a) |
2011 | Ketlen | Atacante |
2012-2013 | Roseane | Zagueiro(a) |
Textos
HISTÓRICO DOS TIMES
BANGU ATLÉTICO CLUBE
Nas primeiras décadas de sua prática no Brasil, o futebol esteve circunscrito aos clubes abastados e foi atividade excludente de pobres, negros e demais que não compartilhassem daquilo que era considerado adequado ao esporte por este grupo de privilegiados. Hoje, com a inegável contribuição dos negros ao futebol brasileiro, é motivo de orgulho para alguns clubes poder ostentar pioneirismo na aceitação de negros em seus quadros de jogadores e dirigentes. É o caso do Bangu Atlético Clube, time oriundo da Fábrica Bangu, fundado em 17 de abril de 1904. O futebol foi apresentado aos brasileiros pelos trabalhadores britânicos desta fábrica, especialmente por Thomas Donohoe. E a versão alimentada por Carlos Molinari no livro “Nós é que somos banguenses” aponta que mesmo antes de Charles Miller retornar da Europa para São Paulo, o futebol já era praticado em Bangu, bem como outras atividades esportivas.
Na ata de fundação do Bangu Atlético Clube consta a presença de John Starck, Fred Jacques, Clarence Hibbs, Thomas Hellowell, José Soares, William Procter, William Hellowell, William French, Segundo Maffeu e Andrew Procter. Também ficou estabelecido em ata quais esportes receberiam mais atenção (futebol, críquete e tênis) e os valores que seriam exigidos para a entrada de novos sócios – 2$000 (dois mil réis) – e para a mensalidade – 1$000 (um mil réis), que deveria ser paga no 1º dia de cada mês. Para efeito de comparação, o valor da mensalidade cobrada no mesmo período pelo Fluminense Football Club era de 5$000 (cinco mil réis); logo, os sócios do Bangu Atlético Clube eram principalmente pessoas oriundas de camadas populares.
São duas as versões que justificam as cores vermelha e branca adotadas pelo clube: uma garante que trata-se de uma homenagem a São Jorge, padroeiro da Inglaterra, feita pelos ingleses que trabalhavam na Fábrica Bangu; a outra versão é de que as cores são alusivas ao Southampton Football Club, time inglês que em seu brasão ostenta três rosas.
A primeira partida oficial foi realizada no dia 24 de julho de 1904, contra o Rio Cricket & Athletic Association, de Niterói, com vitória deste por 5 a 0. No segundo jogo, contra o Andaraí, o capitão do time Frederich Jacques fez o primeiro gol do clube. Outro jogador, John Stark, deu neste jogo indícios do motivo por que seria consagrado como um dos maiores artilheiros de toda a história do clube: marcou quatro gols e contribuiu para que a primeira vitória da história do Bangu viesse de goleada: 6 a 0.
O pioneirismo creditado ao Bangu a respeito da presença de jogadores negros em seus quadros tem como protagonista Francisco Carregal, que disputou sua primeira partida pelo Bangu em 14 de maio de 1905. Em 1907, com a proibição imposta pela Liga Metropolitana à presença de jogadores negros, o Bangu decide retirar-se da Liga.
Outros que marcaram seus nomes entre os destaques da história do time foram o zagueiro Luiz Antônio (1908-1929), o zagueiro Domingos da Guia (1929-1932 e 1948-1949), o meio-campista Zizinho (1950-1957), o meia-esquerda Ademir da Guia (1960-1961), o goleiro Ubirajara (1956-1969), o ponta-direita Paulo Borges (1964-1967), o ponta-esquerda Aladim (1966-1970) e o zagueiro Mauro Galvão (1986-1987). O atacante Ladislau (1926-1935 e 1939-1940) é quem ostenta o título de maior artilheiro de todos os tempos, com 223 gols. Na galeria de títulos do Bangu destacam-se dois do Campeonato Carioca (1933 e 1966) e um da Taça Rio (1987).
Assim como ocorreu com outros clubes do Rio de Janeiro, foi Lamartine Babo quem compôs o hino do Bangu, em 1949. Em relação às rivalidades, o America Football Club é considerado seu maior oponente. As iniciais do clube aparecem entrelaçadas no centro do distintivo criado em 1904 por José Villas Boas; foram estilizadas para que correspondessem a algumas alusões: o “B” tem formato próximo ao de um pincenê, modelo de óculos sem hastes, comum no início do século XX; o formato do “A” lembra o de um suporte para pintura de telas, enquanto que o “C” foi desenhado como se fosse uma ferradura, símbolo de sorte. O Castor foi adotado como mascote nos anos 1980.
REFERÊNCIAS:
FILHO, Mario. O Negro no Futebol Brasileiro. Rio de Janeiro: FAPERJ/MAUAD, 2003.
MAZZONI T. História do futebol no Brasil. São Paulo: [s.n.], 2007.
MINI-ENCICLOPÉDIA DO FUTEBOL BRASILEIRO. Rio de Janeiro: Areté, 2004.
MOLINARI, Carlos. Nós é que somos banguenses. Brasília: ed. do autor, s/d.
SITE OFICIAL DO BANGU. . Último acesso em 25/06/2013.