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Júnior

  • Leovegildo Lins da Gama Júnior
Atuação
Lateral
Meio Campo
Treinador(a)
Outras(os)

Clubes e Federações

Quando Onde Atuação
1972-1984 Flamengo Lateral
1976 Seleção Brasileira Olímpica 1976 Meio Campo
1976 Seleção Brasileira Olímpica 1976 Meio Campo
1982 Seleção Brasileira Copa do Mundo 1982 Lateral
1986 Seleção Brasileira Copa do Mundo 1986 Lateral
1989-1990 Flamengo Meio Campo
1991-1993 Flamengo Meio Campo
1993-1994 Flamengo Treinador(a)
1994 Seleção Brasileira Copa do Mundo 1994 Outras(os)
1997 Flamengo Treinador(a)
2003 Corinthians Treinador(a)

Textos

Leovegildo Lins da Gama Júnior nasceu em João Pessoa, Paraíba, Brasil, no dia 29 de junho de 1954. Júnior chegou ao Rio de Janeiro em 1960, junto de seus pais, para morar em uma casa onde já estavam seu irmão, sua avó materna, seu tio-avô e um tio paterno. Quando tinha cerca de nove anos, Júnior foi convidado para atuar na equipe infantil do Juventus, clube de futebol de areia localizado na rua Figueiredo Magalhães, no bairro de Copacabana, Rio de Janeiro, onde Lino, seu irmão mais velho, futuro jogador profissional de vôlei, já atuava nos times maiores.

Foi no Juventus que Júnior deu seus primeiros passos dentro do futebol, até os 13 anos de idade. Desde então, Júnior não só seguiu no Juventus, mas também começou a jogar futebol de salão, pelo time do Clube Sírio-Libanês, no bairro de Botafogo. Até que aos 15 anos, em 1969, Júnior foi convidado para treinar na equipe de futsal do Clube de Regatas do Flamengo. Aqui, cabe uma informação: sendo fã de futebol desde pequeno, ele era levado ao estádio Maracanã (Mário Filho) por seu tio-avô, Aluízio, torcedor do Fluminense FC, para assistir a vários jogos. Porém, embora fosse incentivado a torcer pelo mesmo time do tio-avô, já se identificava mais com o Flamengo. E se assumiu publicamente como torcedor do Flamengo em 1971, aos 17 anos, após um jogo contra o Clube Atlético Mineiro.

Retomando a história da sua carreira, Júnior foi convidado a transferir-se para a equipe juvenil de futebol de campo do Flamengo, também em 1971. Fez o teste e, enquanto esperava o resultado, voltou a jogar futebol de areia, reativando o Juventus, mas entrando simultaneamente para o Maravilha, outra equipe da modalidade. Pouco depois, foi convidado a voltar para o futebol de salão, jogando pela equipe do CIB (Centro Israelita Brasileiro).

Em 1973 Júnior decidiu tentar novamente a sorte no futebol de campo. Primeiramente, com um colega do Juventus, fez um teste no América FC. Não foi aprovado e pensou em desistir definitivamente da carreira profissional. Um amigo do seu tio-avô, porém, recomendou‑o para um novo teste no time juvenil do Flamengo. Mais uma vez Júnior foi testado no clube para o qual torcia. E foi aprovado, iniciando definitivamente a carreira, em 1974.

Inicialmente escalado como meio-campo do time juvenil, Júnior passou a atuar na lateral direita, após lesão do jogador Garrido. Foi integrado ao time profissional quase imediatamente, em julho de 1974, após excursão do Flamengo ao Nordeste brasileiro. No mesmo ano Júnior conquistou seu primeiro título como profissional, o Campeonato Carioca. E em 1975 foi convocado para a Seleção Brasileira que se preparava para disputar o torneio de futebol dos Jogos Olímpicos de Montreal, Canadá, em 1976.

Júnior disputou o torneio olímpico, no qual o Brasil terminou na quarta colocação. Ao voltar do torneio, foi definitivamente escalado na lateral esquerda pelo técnico Carlos Froner, com a contratação de Toninho Baiano (Antônio Dias dos Santos) para a lateral direita. Após um período de alternância com outro jogador, Vanderlei Luxemburgo, Júnior tornou-se titular absoluto do Flamengo.

Mesmo sem ser convocado para a Copa do Mundo de 1978, o jogador passou a fazer parte da fase de maior sucesso da história do Flamengo. Ela começou com o tricampeonato estadual do time, iniciado em 1978 e completado com os dois Campeonatos Cariocas disputados em 1979. Ainda em 1979 Júnior jogou sua primeira partida pela Seleção Brasileira, contra o Paraguai, pela Copa América. Não demorou muito para também se tornar presença constante na equipe.

Ao mesmo tempo, Júnior continuou tendo sucesso no Flamengo: em 1980 conquistou o Campeonato Brasileiro com o clube, além de receber a Bola de Prata da revista Placar, como melhor lateral esquerdo do torneio. Em 1981 não só disputou o Mundialito e as eliminatórias da Copa do Mundo de 1982 com a Seleção Brasileira, como ainda conquistou mais um Campeonato Carioca, a Copa Libertadores da América e, enfim, o Mundial Interclubes.

Em 1982 mais um título com o Flamengo, o Campeonato Brasileiro. E Júnior disputou sua primeira Copa do Mundo. Além de atuar em todos os jogos e fazer um gol na partida contra a Argentina, Júnior ficou celebrizado durante aquele Mundial por cantar Povo feliz (Voa canarinho), parceria de Memeco e Nonô, canção lançada num compacto, que fez muito sucesso e tornou-se um símbolo da Seleção Brasileira que jogou aquela Copa. Júnior ainda teve o terceiro título brasileiro de sua carreira com o Flamengo, em 1983.

Em junho de 1984, após receber proposta, Júnior foi contratado pelo Torino FC, da Itália. Atuando no meio de campo a partir de então, também obteve sucesso na nova equipe, sendo eleito o melhor jogador do Campeonato Italiano na temporada 1984/85. Mais adaptado à função de meio-campista, foi nela que Júnior disputou a segunda Copa do Mundo de sua carreira, em 1986, também estando em todas as partidas da Seleção Brasileira. Em 1987 continuava na Itália mas mudou de clube, indo do Torino para o Pescara Calcio (Delfino Pescara 1936). Mesmo sem títulos conquistados, também foi bastante elogiado por suas atuações na equipe, como já o fora enquanto atuava pelo Torino.

Embora adaptado à Itália, Júnior decidiu voltar para o Flamengo em 1989. Novamente no clube carioca, Júnior ganhou mais títulos, a Copa do Brasil em 1990 e o Campeonato Carioca em 1991. Enfim, em 1992, Júnior viveu seu novo apogeu: considerado o personagem principal na conquista do Campeonato Brasileiro pelo Flamengo, foi premiado com a Bola de Ouro da revista Placar, como o melhor jogador do campeonato. De quebra, depois de seis anos sem convocações, ainda retornou à Seleção Brasileira, atuando até dezembro de 1992, quando deixou de ser convocado, após 74 jogos e seis gols.

Júnior encerrou a carreira na metade de 1993, aos 39 anos, como o jogador que mais vezes atuou pelo Flamengo, com 874 partidas pelo clube. Imediatamente, tornou-se treinador da equipe, por alguns meses. Pouco depois, em 1994, passou a jogar pela Seleção Brasileira de beach soccer, onde esteve até 2001. Além disso, tornou-se comentarista de televisão, no canal SporTV, a partir de 1996. Júnior ficou na emissora até 2002, trabalhando em duas Copas do Mundo.  

Em 2003 teve uma passagem rápida como técnico do SC Corinthians Paulista, ficando no clube por apenas dois jogos, antes de voltar ao Flamengo, em 2004, como gerente de futebol. No final daquele ano, deixou o cargo. Em 2006 voltou a trabalhar na tevê, sendo um dos participantes do programa Apito Final, mesa-redonda da TV Bandeirantes.

Em 2007, Júnior retornou ao SporTV e à função de comentarista. E finalmente, em 2009, foi contratado pela TV Globo, onde comentou a Copa do Mundo de 2010 e tornou-se o principal comentarista dos jogos das equipes do Rio de Janeiro, função que continua exercendo atualmente.

Bibliografia

Depoimento de Júnior ao Projeto Futebol, memória e patrimônio, mantido pelo Museu do Futebol em parceria com a Fundação Getúlio Vargas.

GAMA JÚNIOR, Leovegildo Lins da. Minha paixão pelo futebol. Rio de Janeiro: Rocco Jovens Leitores, 2010.

KFOURI, André; COELHO, Paulo Vinícius. Os 100 melhores jogadores brasileiros de todos os tempos. Rio de Janeiro: Ediouro, 2010.

NAPOLEÃO, Antônio Carlos; ASSAF, Roberto. Seleção Brasileira, 1914-2006. Rio de Janeiro: Mauad, 2006.

SANDER, Roberto. Os dez mais do Flamengo (3ª ed.). Rio de Janeiro: Maquinária, 2011.

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