Centro de Referência do Futebol Brasileiro

Nascido em Guará, no Interior de São Paulo, Ferreirinha, desde muito cedo, teve de assumir, junto de seus dois irmãos mais velhos, a responsabilidade em cuidar de seus 6 irmãos mais novos. Seu pai havia morrido e eram eles quem, do trabalho na lavoura, retiravam o sustento da casa.

Mas o menino também encontrava tempo para jogar futebol com seus irmãos, seja improvisando uma bola de meia, de pano, borracha, ou mesmo com bexiga de porco. Habilidoso, Ferreirinha logo foi convidado para jogar no time juvenil da cidade e, posteriormente, de Mirandópolis. Certo dia, dois homens foram visitá-lo em casa: eram proprietários da empresa de ônibus Rápido Ribeirão Preto, que tinham-no visto jogar pelas cidades do entorno, e propuseram levá-lo para Ribeirão.

Contratado pelo Comercial em 1965, Ferreirinha passou a jogar na lateral, posição em que se destacou. Recebeu a chuteira de ouro do clássico Come-Fogo já em seu ano de estreia e, passados três anos, foi contratado pelo Vasco da Gama, onde se estabeleceu por mais quatro anos. Teve uma rápida passagem no Santa Cruz, clube pelo qual foi campeão Pernambucano, e voltou para Ribeirão Preto, agora jogando pelo Botafogo. Lá se estabeleceu por dois anos para, então, aposentar-se no comercial em 1976, com 33 anos. A essa altura da vida, Ferreirinha já havia conseguido dinheiro suficiente para sustentar sua família e, cansado do mundo do futebol, optou por prestar concurso público para trabalhar na unidade da FEBEM de Ribeirão Preto. Questionado sobre sua preferência dentre os times da cidade, diz gostar das duas equipes e ser respeitado por torcedores do Botafogo e do Comercial. De fato, Ferreirinha parece conservar somente boas lembranças do mundo da bola, pois, como ele diz: “uma das grandes coisas que o futebol deixou pra mim foi a amizade com todo mundo”.