Comercial de Ribeirão Preto
- Comercial Futebol Clube
Jogadores e dirigentes
Quando | Quem | Atuação |
---|---|---|
1965-1967 | Ferreirinha | Lateral |
1930-1932 | Batatais | Goleiro(a) |
1943-1944 | Romeu | Atacante |
1952-1953 | Dino Sani | Meio Campo |
1956 | Renganeschi | Treinador(a) |
1962 | Martim Francisco | Treinador(a) |
1974-1975 | Marcos Falopa | Treinador(a) |
1976 | Ferreirinha | Lateral |
1980 | Paulinho de Almeida | Treinador(a) |
1986 | Paulinho de Almeida | Treinador(a) |
1994 | Hergos Couto | Meio Campo |
1999 | Ayupe | Lateral |
1999 | Sorato | Atacante |
2001 | Ayupe | Lateral |
2003 | Palhinha | Atacante |
2006 | Roberto Rojas |
Textos
HISTÓRICO DOS TIMES
COMERCIAL FUTEBOL CLUBE
Uma loja de armarinhos localizada em local próximo de onde é hoje a Fonte Luminosa da Praça da Matriz, atualmente Praça XV de Novembro, em Ribeirão Preto (cidade do interior do estado de São Paulo distante cerca de 300 quilômetros da capital), serviu de sede para uma reunião, em 10 de outubro de 1911, que culminou com a fundação do Commercial Football Club. Veio de Argemiro de Oliveira, um dos presentes, a sugestão do nome. A reunião começou em um dia de semana, após o horário comercial, adentrou a madrugada, e terminou no dia seguinte, dia 11 de outubro. A data registrada em ata, no entanto, foi a de 10 de outubro.
A primeira partida do Commercial Football Club foi disputada contra o Gymnasial, uma derrota por 3 a 1. Loyolla foi quem fez o único gol do Commercial. Há registros de que a segunda partida tenha sido contra o mesmo adversário do primeiro jogo; no entanto, não existem dados sobre o placar. Já a primeira vitória comercialina foi sobre o Americano, com um gol de Deodoro e o outro de Maciel. O encerramento das atividades do Gymnasial e do Ribeirão, os dois clubes expoentes do futebol na cidade, alçou o Comercial Futebol Clube ao posto de principal clube de Ribeirão Preto.
O apelido “Leão do Norte” veio após uma excursão feita ao Nordeste em 1920. Não era comum naqueles tempos que empreitadas como estas acontecessem, um time de futebol viajando longas distâncias para a disputa de partidas. Pois o Comercial Futebol Clube não só se apresentou para este desafio como voltou com um excelente saldo: dos oito jogos, venceu sete e empatou um. Como na época a designação Norte se estendia ao Nordeste, o apelido “Leão do Norte” ficou.
A quebra da bolsa de Nova York em 1929, somada aos debates entre amadorismo e profissionalismo no futebol, repercutiram em Ribeirão Preto, cidade que desde a década de 1870 destacava-se na produção de café. Os Estados Unidos eram os maiores compradores do café brasileiro, mas, com a quebra da bolsa, a situação mudou bastante. Os cafeicultores de Ribeirão Preto que financiavam o time retiraram seus investimentos, por acreditarem que o futebol deveria ser praticado por amor à camisa. A contratação de dois jogadores uruguaios, os irmãos Bertoni, gerou um grande dispêndio às finanças do clube, e criou um racha no time, pois os demais jogadores queriam que seus salários fossem equiparados aos dos estrangeiros. Tudo isso contribuiu para que o Departamento de Futebol fosse fechado em 1935. Em 1937, o time foi anexado à Sociedade Recreativa, situação que durou quase duas décadas.
Em 1954, um grupo de sócios remanescentes reuniu esforços para fazer com que o Leão do Norte ressurgisse. Este grupo era composto, dentre outros, por Francisco de Palma Travassos, doador do terreno sobre o qual foi construído um novo estádio, que por sinal recebeu seu nome. O dia 8 de abril de 1954 é a data que ficou marcada como a de ressurgimento do Comercial Futebol Clube. A fusão com o Paineiras Futebol Clube – clube que já era filiado à Federação Paulista de Futebol – em 7 de outubro do mesmo ano sacramentou o retorno dos comercialinos. Não demorou para que um título de expressão viesse: campeão do Campeonato Paulista da Segunda Divisão, em 1958.
Outros títulos conquistados pelo Comercial foram o Troféu Deputado João Mendonça Falcão (1962), a Copa Ribeirão Preto (1965 e 1967), o Torneio José Ermírio de Moraes (1973), o Quadrangular Interestadual do Norte (1976), o Torneio de Classificação do Campeonato Paulista (1981), o Torneio José Ermírio de Moraes Filho (1981) e o Torneio Dr. Alberto Simioni (1982). A geração que conquistou o Campeonato Paulista do Interior (1966) ficou consagrada como “O Rolo Compressor”.
Seu principal rival é o Botafogo Futebol Clube e o clássico que ambos protagonizam é conhecido como “Come-Fogo”.
Dentre os jogadores que passaram pelo Comercial Futebol Clube e podem ser considerados como ídolos de todos os tempos estão o goleiro Alvino (década de 1950), o meia‑esquerda Quinin (década de 1950), o meia-esquerda Carlos César (1956-1962, 1964 e 1973), o centroavante Paulo Bin (1964-1966) e o ponta-direita Mauricinho (1981-1983). O atacante Belmácio (1917-1920), além de integrar este grupo de jogadores com passagens de destaque, também foi o autor da música do hino do clube, composta sobre letra de Daniel Amaral de Abreu.
Em relação ao escudo oficial do time, foram cinco as mudanças significativas. O primeiro modelo apresentava as iniciais “CFC” sobrepostas ao nome abreviado da cidade (Rib. Preto), com três listras pretas e duas brancas intercaladas. No final dos anos 1920 outro escudo surgiu, com as iniciais “CFC” separadas e inseridas em um círculo oval. Depois de desfeita a associação com a Sociedade Recreativa, nos anos 1950, foi lançado um escudo, cujo modelo lembra o primeiro, com a diferença de que o nome da cidade não está abreviado e a quantidade de listras brancas e pretas é maior.
REFERÊNCIAS:
MAZZONI, T. História do futebol no Brasil. São Paulo: [s.n.], 2007.
MINI-ENCICLOPÉDIA DO FUTEBOL BRASILEIRO. Rio de Janeiro: Areté, 2004.
RAMOS, Igor Fernando. Comercial: uma paixão centenária. Ribeirão Preto, SP: I. Ramos, 2011.
RIBEIRO, Rubens. Caminho da bola: 100 anos de história da FPF. São Paulo: CNB, 2000, v. I: 1902‑1952.
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O Comercial Futebol Clube foi fundado em 1911 por comerciantes do Centro de Ribeirão Preto. Já em 1913 fundiu-se com o clube Athletico Gymnasial, também localizado no Centro, e frequentado pela elite da cidade. Até seu fechamento, em 1936, a equipe foi a principal agremiação futebolística de Ribeirão, tendo vencido campeonatos regionais, recebido visitas ilustres – como a do Rei da Bélgica, em 1920 –, e participado de amistosos contra equipes respeitáveis do interior e da capital. Foi em 1920, aliás, que o Comercial F.C. realizou sua famosa e vitoriosa campanha pelo Nordeste do país, sendo reconhecido, desde então, como o “Leão do Norte”. Por ter tido tal importância em suas primeiras décadas, o Comercial é a equipe de futebol que conta com o maior número de informações nestes anos. A maior parte do material fotográfico referente ao clube o retrata em seu primeiro estádio, localizado na Rua Tibiriçá, na parte mais alta da cidade, fundado em 1917. As atividades esportivas do Comercial F.C foram encerradas em 1936 por conta da grande crise econômica dos anos de 1930, que afetou diretamente os rendimentos da elite que sustentava o clube – formada, principalmente, por grandes fazendeiros e comerciantes. Foi somente em 1954 que a equipe futebolística ressurgiu, já em regime profissional e tendo como principal rival o Botafogo de Ribeirão Preto.
O clube conta, em 2016, com um grande estádio, que também abriga sua sede administrativa, chamado Francisco Palma Travassos. Este foi o maior símbolo de seu ressurgimento para o futebol, tendo sido inaugurado menos de dez anos após o Comercial voltar à ativa, em 1964. Foi nesta década, aliás, que a equipe viveu suas maiores glórias, enfrentando, de igual para igual, grandes agremiações nacionais, como Palmeiras, Santos, Corinthians e Fluminense; assumindo destaque em importantes campeonatos regionais (como o vice-campeonato da Taça São Paulo, 1962); e adquirindo, por conta das ótimas campanhas realizadas, o apelido de “Rolo Compressor”. Até a virada do milênio, o Comercial F.C. continuou se apresentando como um respeitável time do interior paulista, oscilando entre a principal divisão do campeonato estadual e as divisões inferiores. Em 2010, após anos de crise, o time caiu para a série A-3 do torneio paulista, reerguendo-se após parceria com um investidor e retornando para a série A-1 já em 2012. No entanto, tal parceria acabou por ser mal sucedida e, com a retirada de investimentos em 2014, o Comercial voltou a cair para a terceira divisão onde permanecia até 2016.
A sede administrativa do clube guarda, atualmente, somente alguns troféus e algumas imagens posteriores aos anos 50. Alguns grandes jogadores da segunda metade do século XX ainda estão vivos. Um deles, o zagueiro Piter, assumiu status de ídolo após ter sido reconhecido por Pelé como tendo sido um de seus maiores marcadores. O Estádio do Comercial encontra-se, em 2016, em má situação de conservação, o que parece refletir a situação do clube no cenário do futebol paulistano, mas guarda uma relíquia enquadrada na sala de reuniões: uma camisa da equipe dos anos de 1930.