Ronaldinho Gaúcho
- Ronaldo de Assis Moreira
Clubes e Federações
Quando | Onde | Atuação |
---|---|---|
1997-2000 | Grêmio | Meio Campo |
2001-2003 | Paris Saint-Germain | Meio Campo |
2002 | Seleção Brasileira Copa do Mundo 2002 | Meio Campo |
2003-2008 | Barcelona | Meio Campo |
2006 | Seleção Brasileira Copa do Mundo 2006 | Meio Campo |
2008-2010 | Milan | Meio Campo |
2011-2012 | Flamengo | Meio Campo |
2012-2014 | Atlético Mineiro | Meio Campo |
2015 | Fluminense | Meio Campo |
Textos
Em sua família, Ronaldo de Assis Moreira já tinha um exemplo dentro do futebol. Seu irmão, Roberto de Assis Moreira, ou Assis, era apontado como a grande revelação do time do Grêmio, no final dos anos 1980. Ainda assim, quando perguntado, o patriarca da família, João Assis, falava: “O bom da família é o mais novo”. E apontava para o menino nascido em Porto Alegre, Rio Grande do Sul, Brasil, em 21 de março de 1980.
Entretanto, a família sofreu um duro golpe, em 25 de janeiro de 1989. Na grande casa onde a família morava, conseguida com o contrato de Assis com o Grêmio, João mergulhou na piscina. Sofreu um infarto e não conseguiu sair dela, afogando-se e morrendo com apenas 42 anos. Àquela altura, Ronaldo já estava na escolinha de futebol do próprio Grêmio, havia três anos. E nela continuou, assim como Assis prosseguiu com a carreira profissional, além de cuidar dos negócios do irmão.
Enquanto ia se formando como jogador no clube, Ronaldo recebeu as primeiras chances nas categorias de base da Seleção Brasileira, a partir de 1995, quando foi chamado para a equipe da categoria sub-15. Em 1997 despontou, subindo para o time profissional do Grêmio. No mesmo ano foi campeão mundial sub-17 com a Seleção Brasileira, sendo eleito o melhor jogador na decisão do torneio, contra Gana.
Mesmo sem ter conseguido grande destaque em 1998, Ronaldo teve sua carreira mudada para sempre no ano seguinte. Não só foi o protagonista na decisão do Campeonato Gaúcho, ao marcar o gol do título na vitória contra o Internacional no jogo de volta, como também se destacou por alguns dribles sobre Dunga durante a partida. De quebra, após o corte de Edílson pela confusão na final do Campeonato Paulista, Ronaldo foi convocado para a Copa América de 1999. Num amistoso antes da competição, contra a Letônia, fez sua primeira partida pela Seleção Brasileira.
Na Copa América, além de acrescentar mais um título para a sua carreira, também se notabilizou por um gol contra a Venezuela, no jogo de estreia, ao aplicar um chapéu sobre um zagueiro e completar para as redes, lance considerado um dos mais bonitos do futebol mundial naquele ano. Durante a transmissão desse jogo pela TV Globo, Ronaldo foi “rebatizado” pelo narrador Galvão Bueno; dali em diante, seria conhecido como Ronaldinho Gaúcho.
Logo após a Copa América, Ronaldinho Gaúcho foi convocado novamente para a Seleção Brasileira, agora para a disputa da Copa das Confederações. Mais uma vez aproveitou a oportunidade: foi o artilheiro do torneio e também ganhou o prêmio de melhor jogador da competição, mesmo com a derrota da Seleção para o México, na final. De volta ao Grêmio, Ronaldinho se credenciara como a grande estrela do time.
E assim continuou em 2000: depois de ser barrado da Seleção Brasileira principal por alguns jogos, em razão de suposto excesso de peso, Ronaldinho voltou, e manteve-se tanto na equipe principal, jogando as eliminatórias da Copa de 2002, quanto na olímpica, pela qual disputou os Jogos Olímpicos de Sydney, quando o selecionado brasileiro foi eliminado, nas quartas de final. No Grêmio foi o destaque do time que alcançou as semifinais da Copa João Havelange/Campeonato Brasileiro. E ganhou a Bola de Prata da revista Placar como um dos melhores jogadores do torneio.
Contudo, a história de Ronaldinho no Grêmio terminou de modo turbulento. Em 26 de março de 2001 entraria em vigor a Lei Pelé, que dá ao jogador brasileiro o direito de escolher o clube para onde quer se transferir após o fim de seu contrato. Com base na nova lei, o Paris Saint-Germain da França assinou o contrato com Ronaldinho. Mas o compromisso então vigente entre o jogador e o Grêmio só se encerraria em 15 de fevereiro, ainda regido pela Lei Zico, já que a Lei Pelé não tinha efeito retroativo. Logo, o clube gaúcho entrou na Justiça contra a negociação e Ronaldinho foi duramente criticado. O jogador ficou por três meses sem atuar, até que a Justiça do Trabalho, em Porto Alegre, decidiu que o Grêmio deveria receber € 12,2 milhões pelo passe de Ronaldinho.
Problema resolvido, Ronaldinho tornou-se titular do Paris Saint-Germain, e retornou à Seleção Brasileira nas partidas contra o Chile e a Bolívia pelas eliminatórias da Copa de 2002. Aos poucos, o jogador conseguiu retornar aos titulares na equipe brasileira, enquanto crescia de produção no Paris Saint-Germain. Resultado: em 2002, Ronaldinho foi convocado para a Copa do Mundo. Ele foi destaque em algumas partidas no Mundial, como nas quartas de final, contra a Inglaterra. Não chegou a ser protagonista no quinto título mundial brasileiro, mas teve boas atuações.
Embora continuasse jogando bem, Ronaldinho teve alguns problemas com o técnico francês Luis Fernández. Então, na metade de 2003, após negociar com vários clubes europeus, acertou sua ida para o Barcelona, da Espanha. Já começou chamando atenção na temporada 2003/04: foi o grande destaque na sequência de 15 jogos sem derrota dentro do Campeonato Espanhol, o que levou o Barcelona ao vice-campeonato. Em 2004 Ronaldinho começou a atingir o ápice, sendo aplaudido pelo público no estádio Santiago Bernabéu ao participar da vitória por 3 a 0 sobre o Real Madrid pelo Campeonato Espanhol. Suas atuações levaram‑no a ser eleito pela FIFA o melhor jogador do mundo naquele ano.
Em 2005 o nome de Ronaldinho manteve-se em alta: o Barcelona conquistou o Campeonato Espanhol 2004/05, após seis anos de jejum, tendo o brasileiro como destaque. No mesmo ano veio a conquista da Supercopa da Espanha. E, com as atuações pela Seleção Brasileira (Ronaldinho foi o capitão da equipe na conquista da Copa das Confederações), a FIFA repetiu a dose, elegendo-o o melhor jogador do ano, da mesma forma que a revista France Football deu a ele a Bola de Ouro como melhor jogador da Europa, e a Federação Internacional das Associações de Jogadores Profissionais (FIFPro) o elegeu o melhor do planeta, repetindo a escolha em 2006 e 2007.
Em 2006, enfim, o Barcelona conquista a Liga dos Campeões e o bicampeonato espanhol. Comparado a Diego Maradona e até a Pelé, Ronaldinho foi considerado o principal destaque para atuar na Copa do Mundo daquele ano. Mas suas apresentações não saíram a contento e o jogador foi um dos mais criticados pela eliminação da Seleção Brasileira. Desde então, mesmo ganhando a Supercopa da Espanha, o desempenho de Ronaldinho no Barcelona caiu de nível. Cada vez mais questionado durante 2007, ainda que seguisse como titular da Seleção Brasileira, o atleta deixou o Barcelona em 2008, indo para o Milan da Itália.
Antes de estrear pelo Milan, Ronaldinho foi convocado pelo técnico Dunga para o torneio olímpico de futebol masculino, nos Jogos Olímpicos de Pequim, fazendo parte da campanha que levou o time à medalha de bronze. Ao aparecer no pódio recebendo sua medalha e falando ao telefone celular, Ronaldinho foi criticado. Em 2009, contra o Peru, nas eliminatórias para a Copa de 2010, foi chamado pela última vez por Dunga para a Seleção Brasileira. A despeito de algumas boas atuações no início do ano seguinte, pelo Milan, Ronaldinho ficou fora do Mundial.
O jogador voltou a ser convocado para a Seleção Brasileira pelo técnico Mano Menezes, para um amistoso contra a Argentina em 17 de novembro de 2010. No início de 2011 Ronaldinho voltou a um clube brasileiro, o Flamengo. Conquistou o Campeonato Carioca daquele ano pelo clube e novamente teve chances na Seleção Brasileira, atuando no amistoso contra Gana, em 5 de setembro.
No início de 2012, após desacertos com a diretoria do Flamengo relativos ao pagamento de salários, Ronaldinho deixou o Flamengo, indo para o Atlético Mineiro. Nessa equipe voltou a ser destaque. Considerado o principal jogador do time na campanha que o levou ao segundo lugar no Campeonato Brasileiro de 2012, Ronaldinho Gaúcho ganhou a Bola de Prata e a Bola de Ouro da revista Placar, sendo considerado o melhor jogador do torneio. E 2013 trouxe um novo ponto alto na carreira de Ronaldinho, com o Atlético Mineiro conquistando a Copa Libertadores da América.
Por ter se destacado muito cedo, Ronaldinho Gaúcho tinha como ídolo Ronaldo, e na Copa de 2002 jogaram juntos para ganhar. Muitíssimo habilidoso com a bola, conseguiu fazer com que o futebol voltasse a ser um espetáculo digno de ser aplaudido.
Ronaldo de Assis Moreira (Porto Alegre, RS, 1980). O mais jovem desta galeria. Revelou-se muito cedo, promessa logo cumprida com sua ascensão rápida à seleção brasileira. É um dos mais técnicos, criativos, e perfeitos controladores de bola do mundo. Pela seleção, sagrou-se penta em 2002. Brilhou também no Paris Saint-Germain e no Barcelona.