Centro de Referência do Futebol Brasileiro

Esse joseense que começou jogando futebol no Corínthians do Jardim Paulista, equipe amadora de São José dos Campos, depois, já jogando pela Johnson foi levado para treinar no Bangu do Rio de Janeiro e logo agradou, ganhando lugar no time carioca. Era o começo de uma trajetória tão vitoriosa que o levou para uma Copa do Mundo com camisa da Seleção Brasileira, em 1966. Na época que foi mostrar o seu valor no Rio de Janeiro, o Esporte Clube São José ainda era considerado “pequeno” para ele e o clube estava apenas planejando sua entrada no profissionalismo pela Terceira Divisão. Fidélis tinha futebol para jogar num grande clube do futebol brasileiro. E o Bangu era respeitado no campeonato carioca.

Fidélis formou na mais famosa equipe do Bangu, campeão carioca de 1966 em cima do Flamengo, no Maracanã: Ubirajara; Fidélis, Mário Tito, Luís Alberto e Ari Clemente; Jaime e Ocimar; Paulo Borges, Ladeira, Cabralzinho e Aladim. O técnico era Alfredo Gonzalez. O jogo terminou 3 a 0. Aliás, foi encerrado antes do seu tempo normal por causa de uma confusão generalizada provocada pelo polêmico Almir, atacante do Flamengo. O famoso locutor Valdir Amaral deu a Fidélis o apelido de “Touro Sentado” por seu porte físico e cara de índio. Quando veio encerrar a carreira no São José, por suas belas atuações e experiência, ajudando os companheiros dentro de campo, o locutor Alberto Simões o aclamava assim: “O Touro ainda está de pé”. Antes disso, ele jogou pela Seleção Brasileira.

Foram oito partidas pela Seleção e marcou 1 gol num amistoso contra o Peru, no Maracanã. Vitória por 3 a 1, sendo os outros gols assinalados por Tostão e Edu. O técnico era Vicente Feola e o Brasil entrou em campo com: Ubirajara; Fidélis, Brito, Fontana e Oldair; Roberto Dias e Denílson; Paulo Borges, Alcindo, Tostão e Edu. Foi no dia 8 de Junho de 1966, como preparativo para a Copa do Mundo da Inglaterra.

Fidélis chegou para jogar no São José já em fim de carreira, em 1979, integrando a equipe que disputou e perdeu o título da Segundona para oTaubaté. O São José manteve a base do time e o acesso veio no ano seguinte. Ele estava no grupo que subiu após golear o Grêmio Catanduvense, pelo placar de 4 a 0, em jogo realizado no Pacaembu, em 29 de outubro de 1980. Em seguida, assumiu o comando técnico do São José no campeonato paulista e levou o clube à Taça de Ouro de 1982. Sob seu comando, a equipe joseense fez um ótimo Paulistão e mandou equipes tradicionais como Palmeiras e Corinthians para a Taça de Prata.

Como jogador da Águia foram 94 jogos e marcou um gol contra o Rio Branco de Americana. São José 5 x 0 Rio Branco - Segunda Divisão/Semifinal - Estádio Martins Pereira. Gols – Tião Marino 18, Darcy 30 (1ºT); Fidélis 3, Ademir Melo 24 e Nelsinho 31 (2ºT). Árbitro – Ulisses Tavares da Silva Filho. São José – Sérgio; Fidélis, Darcy, Ademir Gonçalves (Walter Passarinho) e Nelsinho; Ademir Melo, Niltinho e Baitaca (Toquinho); Tata, Tião Marino e Nenê. Técnico – Filpo Nunez.

Como técnico da Águia foram 84 jogos em três temporadas: 1981, 1982 e 1984, tendo conquistado 31 vitórias, 29 empates e apenas 24 derrotas. Sob o seu comando o São José marcou 75 gols e sofreu 69 gols. José Maria Fidelis faleceu no dia 28/11/2012.

JOGOS DE FIDÉLIS NA SELEÇÃO BRASILEIRA

Brasil 4 x 1 Polônia (06/06/66)

Brasil 3 x 1 Peru (08/06/66)

Brasil 2 x 1 Tchecoslováquia (12/06/66)

Brasil 2 x 2 Tchecoslováquia (15/06/66)

Brasil 5 x 3 Atlético Madrid (21/06/66)

Brasil 1 x 1 Escócia (25/06/66)

Brasil 3 x 2 Suécia (30/06/66)

Brasil 1 x 3 Portugal (19/07/66)