Oscar
- José Oscar Bernardi
Clubes e Federações
Quando | Onde | Atuação |
---|---|---|
1972-1979 | Ponte Preta | Zagueiro(a) |
1978 | Seleção Brasileira Copa do Mundo 1978 | Zagueiro(a) |
1979-1980 | New York Cosmos | Zagueiro(a) |
1980-1987 | São Paulo | Zagueiro(a) |
1982 | Seleção Brasileira Copa do Mundo 1982 | Zagueiro(a) |
1986 | Seleção Brasileira Copa do Mundo 1986 | Zagueiro(a) |
1992 | Guarani | Treinador(a) |
1992 | Inter de Limeira | Treinador(a) |
1997 | Cruzeiro | Treinador(a) |
Textos
José Oscar Bernardi nasceu em 20 de junho de 1954, na cidade de Monte Sião, Minas Gerais, Brasil, muito perto da fronteira com a cidade de Águas de Lindoia, São Paulo, Brasil. Sua família tem uma longa tradição na cidade natal: Oscar mora em Monte Sião, a 500 metros de um terreno onde seu avô possuía uma fazenda. Um de seus irmãos foi prefeito da cidade, por três vezes. E, finalmente, a mãe de Oscar foi uma das pioneiras no trabalho de tecelagem e tricô, pelo qual Monte Sião tornou-se célebre.
O irmão de Oscar chegou a ter uma passagem curta pelo futebol, antes de formar-se em Direito e iniciar a carreira política. Mas, embora admirasse o irmão nos campos, Oscar não pensava em se tornar jogador de futebol, ainda que houvesse até estímulo de seu pai para que a carreira fosse seguida. Então, jogava por clubes amadores de Monte Sião ou de cidades próximas, como Jacutinga. Primeiramente, Oscar tinha o desejo de atuar como goleiro, mas foi colocado na lateral. Depois de protestos, trocou de posição, indo para a zaga, onde atuaria por toda a sua carreira.
Quando o técnico Mário Juliato, então na AA Ponte Preta, assistiu a um jogo de Oscar, gostou do estilo dele e decidiu convidá-lo para um teste no clube de Campinas. Ainda relutante, Oscar viajou para lá com o pai, o qual, em segredo, levou uma mala arrumada para seu filho. Ao ser perguntado se poderia permanecer na cidade, o pai confirmou, dizendo que Oscar trouxera a mala. Sem alternativa, o jovem acabou ficando em Campinas, para começar sua carreira profissional na Ponte Preta, embora ainda protestasse, pelas saudades de Monte Sião e pelo desejo de cursar o ensino superior, tendo inclusive abandonado o clube por duas vezes, antes do retorno definitivo. Mesmo assim, em seus primeiros tempos como jogador, Oscar conseguia alternar os treinos com os estudos, sendo liberado pela Ponte Preta e, por fim, formou-se em Fisioterapia pela PUC-Camp (Pontifícia Universidade Católica – Campinas). Além disso, começou a se notabilizar pelo espírito de liderança que demonstrava em campo.
Em 1972 Oscar estreou pela equipe profissional da Ponte, numa partida contra o Santos, vencida por 2 a 1 pela equipe campineira. Já no ano seguinte foi convocado, pela primeira vez, para a Seleção Brasileira de Novos. Em 1974 Oscar era titular absoluto da Ponte Preta – tendo até jogado na última partida de Pelé pelo Santos FC, contra a Ponte, válida pelo Campeonato Paulista daquele ano. Junto de Polozzi formou a zaga que atuou contra o SC Corinthians Paulista na célebre decisão do Campeonato Paulista de 1977. Mesmo com a derrota, o time da Ponte Preta foi elogiado naquele torneio. Antes mesmo daquela campanha, Oscar já recebera a Bola de Prata da revista Placar, como um dos melhores zagueiros do Campeonato Brasileiro.
Oscar, então, ganhou sua primeira oportunidade na Seleção Brasileira, tendo sido convocado pelo técnico Cláudio Coutinho para as eliminatórias da Copa do Mundo de 1978. Mesmo sem ter atuado em nenhum jogo ainda, Oscar aproveitou a lesão de Luis Pereira, então zagueiro titular, para entrar na equipe e disputar sua primeira partida no dia 5 de abril de 1978, num amistoso contra a Alemanha Ocidental, em Stuttgart, terminado com a vitória brasileira por 1 a 0, numa série de jogos que a Seleção fazia pela Europa. Em seguida, foi convocado para a sua primeira Copa do Mundo, na qual atuou como titular em todas as partidas, tendo Amaral como companheiro na zaga brasileira.
Oscar voltou para o Brasil bastante prestigiado pelas boas atuações na Copa. Logo chamou a atenção do New York Cosmos, dos Estados Unidos, que o contratou em 1979. No clube norte-americano, Oscar conquistou a NASL (North American Soccer League), ainda naquele ano. Mas, sofrendo com uma distensão mal curada, as atuações pelo Cosmos foram raras.
Após somente sete meses o jogador recebeu um convite de Jorge Sauma, diretor do São Paulo FC, que passava por Nova York. Oscar aceitou a proposta e foi contratado pelo São Paulo em 1980. Chegando ao clube, recuperou-se e tornou-se titular absoluto da equipe. Junto do zagueiro uruguaio Darío Pereyra formou a zaga que predominou como titular do São Paulo por sete anos, sendo considerada a melhor que já atuou pelo clube. O resultado veio logo nos dois primeiros anos de Oscar no São Paulo, com o bicampeonato paulista (1980/81), além da derrota na final do Campeonato Brasileiro de 1981.
De quebra, após superar a lesão, Oscar voltou a ser presença certa nas convocações da Seleção Brasileira, então já sob o comando de Telê Santana. O jogador esteve no Mundialito de 1981, disputado no Uruguai, além de figurar em todos os jogos da equipe nas eliminatórias para a Copa do Mundo de 1982. Convocado para o Mundial, Oscar teve boas atuações novamente: jogou em todas as partidas no Mundial, marcou um gol contra a Escócia, e ainda foi destaque em um lance: nos minutos finais da partida contra a Itália, que eliminou o Brasil do torneio, Oscar cabeceou uma bola defendida pelo goleiro italiano, Dino Zoff, em cima da linha.
No São Paulo, Oscar consagrou-se como um dos líderes da equipe, principalmente após a saída de jogadores mais antigos, como Valdir Peres e Serginho, e a chegada de atletas vindos das categorias de base, como Muller e Silas. A boa qualidade do time de jovens e talentosos jogadores, lembrado como os “Menudos do Morumbi”, rendeu mais um título paulista ao São Paulo, em 1985.
Porém, em 1986, Oscar teria duas decepções. A primeira delas foi com a Seleção Brasileira: seguindo como titular desde 1984, o zagueiro atuou pela equipe nas eliminatórias da Copa do Mundo e nos amistosos preparatórios, mas acabou barrado por Telê Santana na disputa da Copa, cedendo lugar a Júlio César. Após 67 jogos, Oscar não atuou por nenhum minuto naquele Mundial. Nem jogou mais pela Seleção.
Depois de retornar para o São Paulo, Oscar foi colocado no banco de reservas pelo técnico Pepe, ainda que visse o time conquistando o Campeonato Brasileiro. Em 1987, após rápidas discordâncias com o técnico Cilinho e problemas na renovação de contrato, Oscar deixou o São Paulo, indo para o Nissan Motors FC, do Japão. Atuando num futebol ainda amador, Oscar jogou por mais dois anos, antes de ser convidado para acumular as funções de jogador e treinador. Pouco tempo depois, ainda em 1989, Oscar abandonou os campos e se tornou técnico, em definitivo.
Depois do Nissan, passou pela Arábia Saudita, voltando ao Brasil para treinar a AA Internacional, de Limeira, São Paulo, além do Cruzeiro EC. Deixando de ser treinador, Oscar passou a ser agente de jogadores. Inaugurou o Oscar Inn, hotel em Águas de Lindóia, também usado por equipes de futebol em preparação. Em 1º de janeiro de 2007 o jogador fundou o Brasilis Futebol Clube com o objetivo de revelar jogadores e que ainda hoje é comandado por Oscar, também diretor do Oscar Inn.
Bibliografia
Depoimento de Oscar ao Projeto Futebol, memória e patrimônio, mantido pelo Museu do Futebol em parceria com a Fundação Getúlio Vargas.
DUARTE, Marcelo; MENDES, Mário. Enciclopédia dos craques. São Paulo: Panda Books, 2010.
NAPOLEÃO, Antônio Carlos; ASSAF, Roberto. Seleção Brasileira, 1914-2006. Rio de Janeiro: Mauad, 2006.