Centro de Referência do Futebol Brasileiro

HISTÓRICO DOS TIMES

CRUZEIRO ESPORTE CLUBE

A demanda por um time que representasse a colônia de italianos e seus descendentes moradores de Belo Horizonte foi que fez surgir o Cruzeiro Esporte Cruzeiro.  Quando da visita de um cônsul italiano à capital mineira, em 1920, alguns integrantes da colônia aproveitaram a ocasião para marcar um encontro com a autoridade no dia 25 de dezembro, na Casa d´Itália, então embaixada da Itália na cidade. O parâmetro dos belorizontinos era o recém-criado Palestra Italia. No dia 2 de janeiro de 1921 foi fundada a Società Sportiva Palestra Italia. As cores do primeiro uniforme eram as mesmas da bandeira italiana. O uniforme apresentava as camisas verdes, os calções brancos e as meias vermelhas com detalhes em branco e verde.

A família Fantoni teve estreitos laços com o time e o clube em seus primeiros anos. Na década de 1920, dois primos desta família foram alçados ao posto de grandes craques do time.  João Fantoni, mais conhecido como Ninão (1923-1931 e 1933-1938), marcou 163 gols pelo time, enquanto que Leonídio Fantoni, apelidado de Niginho (1926-1930, 1936, 1937, 1939 e 1947), anotou 207 pelo mesmo time. O primeiro título de um campeonato estadual veio em 1928, após a contratação de jogadores que atuavam na cidade de São Paulo, numa época em que o profissionalismo ainda não se estabelecera oficialmente. Jogadores paulistas como Morganti, Arnaldo, Gutiérrez e Osto estiveram nessa primeira conquista, que se repetiu pelos dois anos seguintes. Ao longo da história foram 35 títulos conquistados no Campeonato Mineiro.

Com a entrada do Brasil na Segunda Guerra em apoio aos Aliados, uma determinação do Ministério da Justiça passou a proibir que entidades esportivas tivessem nome ou qualquer referência a outros países. Em 29 de setembro de 1942, o então presidente do Palestra, Enes Poni, decidiu que o novo nome do time seria Ypiranga. Com a nova denominação, o time disputou apenas um jogo, uma derrota para o Clube Atlético Mineiro por 2 a 0. No dia 7 de outubro do mesmo ano, uma reunião de conselheiros revogou a decisão do presidente do clube e instituiu o nome que ficaria por definitivo, Cruzeiro Esporte Clube.

O azul foi escolhido como a nova cor da agremiação, compondo seu escudo, mais as cinco estrelas do Cruzeiro do Sul, situado à altura do peito na camisa. Assim como ocorreu com seu principal rival, o Clube Atlético Mineiro, bem como com outro adversário local, o América Mineiro, a criação da mascote do Cruzeiro Esporte Clube, a Raposa, foi de autoria do chargista Fernando Pierucetti, em campanha do jornal Folha de Minas realizada em 1943. A inspiração teria vindo da alusão a um ex-presidente do clube, Mário Grosso, cuja habilidade política era associada ao que o senso comum estabeleceu como próprio das raposas: esperteza e discrição acima da média. A composição do hino data de 1965 e tem Jadir Ambrósio como autor tanto da letra quando da música.

O Estádio Governador Magalhães Pinto, mais conhecido por Mineirão, serve de palco para o Cruzeiro Esporte Clube quando é anfitrião dos jogos. Já a atual sede, que se chama Toca da Raposa, foi inaugurada em 1973, tendo sido um dos primeiros centros de treinamento de times de futebol profissional a apresentar infraestrutura para comportar e desenvolver todas as especialidades técnicas e científicas possíveis de serem exploradas nos treinos e nos jogos desse esporte, com médicos, massagistas, preparadores físicos, fisioterapeutas, nutricionistas, psicólogos etc.

O volante Wilson da Silva Piazza (1963-1978), campeão da Copa do Mundo pela seleção brasileira em 1970, está no grupo de jogadores mais relevantes do Cruzeiro Esporte Clube de todos os tempos. Outros jogadores que também se destacaram em suas atuações foram o meia-atacante Palhinha (1969-1977 e 1983-1985), o lateral-direito Nelinho (1972-1982), o atacante Ronaldo (1993 e 1994), o goleiro Dida (1994-1998) e o meia Alex (2001-2004). O maior artilheiro de todos os tempos é o meia-atacante Tostão (1963-1972), que além das atuações pela seleção brasileira – como na Copa do Mundo de 1970, anotou 242 gols pelo time da camisa azul-celeste. Na galeria de principais títulos do clube estão as duas conquistas da Taça Libertadores da América (1976 e 1997), o bicampeonato da Supercopa Libertadores (1992-1993) e o Campeonato Brasileiro (2003).

REFERÊNCIAS

MAZZONI T. História do futebol no Brasil. São Paulo: [s.n.], 2007.

MINI-ENCICLOPÉDIA DO FUTEBOL BRASILEIRO. Rio de Janeiro: Areté, 2004.

SITE OFICIAL DO CRUZEIRO. . Último acesso em 28/01/2013.

TÚLIO, M.; BARBOSA, G. Meu pequeno cruzeirense. Caxias do Sul: Belas-Letras, 2010.