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Zé Maria

  • José Maria Rodrigues Alves
  • O Super Zé
Atuação
Lateral

Clubes e Federações

Quando Onde Atuação
1967-1969 Portuguesa Lateral
1970-1983 Corinthians Lateral
1970 Seleção Brasileira Copa do Mundo 1970 Lateral
1974 Seleção Brasileira Copa do Mundo 1974 Lateral

Textos

Filho de Durvalino Rodrigues Alves, funcionário da Estação Experimental do Café, e de Maura dos Santos Alves, José Maria Rodrigues Alves nasceu em Botucatu, São Paulo, Brasil, no dia 18 de maio de 1949. Em sua infância, ao mesmo tempo em que estudava, ajudava a família na colheita de café, dentro da Fazenda Lajeado, onde foi criado. Nos momentos de lazer jogava futebol junto dos seus irmãos, que também foram jogadores profissionais – incluindo Gil (Gilberto Geraldo Rodrigues Alves) e Tuta (João Margarido Rodrigues Alves).

            Zé Maria começou a jogar futebol ao fazer parte da equipe da Fazenda Lajeado na categoria infantil, na disputa de um torneio de futebol de salão organizado pela prefeitura de Botucatu. Nele, suas atuações interessaram à Associação Atlética Ferroviária, clube da cidade. Estudando na Escola Industrial, onde conseguiria um diploma de torneiro mecânico amador, Zé Maria era buscado por Edson, o Tissão, um dos treinadores da Ferroviária, após as aulas, que o convenceu a ir para o clube, iniciando sua carreira como jogador em 1964.

            Chegando aos infantis do clube de Botucatu junto do irmão Tuta – Gil já atuava pela equipe juvenil da Ferroviária, Zé Maria desejava ser atacante, a princípio. Mas foi escalado na lateral direita num treino, pela ausência de outro jogador. Pelo bom desempenho, ficou na posição em que jogaria por toda a carreira. E isso ajudou em sua ascensão: já em 1965, Zé Maria foi promovido ao time de juvenis da Ferroviária. Finalmente, em 1966, o jogador chegou aos profissionais e atuou em alguns jogos da segunda divisão do Campeonato Paulista, naquela época conhecida como Primeira Divisão.

            Ao final do ano, junto do atacante Nardinho, Zé Maria foi emprestado à Associação Portuguesa de Desportos, para um período de experiência no clube, com a duração de três meses. Pouco depois do encerramento do empréstimo e da volta a Botucatu, o técnico da Portuguesa, João Avelino, procurou-o e acertou sua contratação em caráter definitivo. Junto dos irmãos Gil e Tuta, também contratados pela Portuguesa, o jogador mudou-se para São Paulo, na mesma época em que outros atletas chegavam ao clube, como Marinho Peres e Leivinha.

            Pouco depois a família de Zé Maria também se mudou para São Paulo, algo possibilitado pelo salário que o jogador ganhava, já suficiente para ajudar no sustento. Além disso, o pai Durvalino, acompanhante de futebol e torcedor fanático do SC Corinthians Paulista, começaria a ajudar Zé nas questões relativas a negociações e contratos, algo que sempre fez pelo filho, enquanto esteve vivo. Em 1968, já na Portuguesa, Zé Maria recebeu sua primeira convocação para a Seleção Brasileira, para uma excursão à Europa, com o técnico Aymoré Moreira, que também o relacionaria para um amistoso contra o Uruguai, jogo que marcou a despedida de Djalma Santos da Seleção.

            Ainda em 1968 Zé Maria teve passagem rápida pelo CR Vasco da Gama, atuando em três jogos pela Taça Guanabara substituindo um jogador contundido, antes de retornar à Portuguesa. Na Seleção Brasileira, mesmo com a chegada de João Saldanha para o cargo de técnico, Zé Maria manteve-se frequente na lista de convocados, participando das Eliminatórias da Copa de 1970, na reserva de Carlos Alberto Torres. Zé Maria foi convocado para a Copa, conquistando o título mundial para o Brasil, mesmo sem atuar em nenhum jogo, nem ficar no banco de reservas.

            De volta ao Brasil, Zé viu seu pai se envolver numa negociação difícil com a Portuguesa, para fazer com que o filho fosse jogar no Corinthians, clube de seu coração. Enquanto Durvalino apregoou que o pupilo deixaria o futebol e seria torneiro mecânico caso não pudesse jogar pelo Corinthians, Zé Maria voltou para Botucatu, onde ficou treinando por três meses, mantendo a forma. Até que, no final de 1970, enfim, Durvalino e a Portuguesa entraram em acordo, e o jogador transferiu-se para o Corinthians.

            A partir de então, Zé Maria tornou-se titular absoluto, tanto no Corinthians como na Seleção Brasileira. Por esta, conquistou a Copa Roca em 1971 e o Torneio do Sesquicentenário da Independência (Minicopa) em 1972. E, no Corinthians, embora o jejum de títulos paulistas perturbasse a situação, Zé Maria era respeitado pela torcida, que o apelidou de Super Zé, pelo grande vigor físico que apresentava em suas atuações. A Bola de Prata da revista Placar, ganha em 1973, só aumentou o respeito que Zé Maria tinha.

            Em 1974 foi convocado para a Copa do Mundo, mas ficou de fora dos três jogos da Seleção Brasileira na primeira fase do Mundial, por causa de uma contusão. Com a recuperação, Zé Maria retomou sua posição de titular, tendo jogado em todas as partidas restantes da equipe. Encerrada a campanha com o quarto lugar, o jogador ainda teve a decepção da derrota do Corinthians para a SE Palmeiras na final do Campeonato Paulista.

            Ao longo da década Zé Maria ainda teria algumas oportunidades na Seleção Brasileira. Mesmo sendo deixado de fora do Torneio do Bicentenário dos Estados Unidos pelo técnico Oswaldo Brandão, foi novamente convocado, agora para as eliminatórias da Copa de 1978. No entanto, após uma distensão muscular numa excursão à Europa, já em 1978, Zé Maria foi cortado da delegação. E não atuou mais pelo Brasil.

            No Corinthians Zé Maria consolidou seu respeito entre a torcida ao participar da campanha que levou o time ao vice-campeonato brasileiro em 1976, e, principalmente, ao título paulista de 1977, quebrando um jejum de 22 anos sem a conquista do campeonato estadual. Embora tenha sofrido lesões nos meniscos, Zé Maria continuou jogando pelo Corinthians. Mesmo sem ser titular absoluto, conquistou mais três Campeonatos Paulistas, em 1979, 1982 e 1983 – neste último ano, ainda foi treinador interino da equipe durante o Campeonato Brasileiro. Em 1984 atuou pela AA Internacional de Limeira, São Paulo, num torneio amistoso, cumprindo uma promessa feita a seu pai, natural da cidade. Só então parou de jogar.

            Ainda antes de encerrar a carreira, Zé Maria elegeu-se vereador pela cidade de São Paulo em 1982, pelo PMDB (Partido do Movimento Democrático Brasileiro). Ao final dos seis anos de mandato começou a ser treinador em escolas de futebol para crianças. Em 1996 treinou o Independente de Limeira, em passagem rápida. Até que, em 2002, iniciou o projeto com a Fundação Casa, no estado de São Paulo, visando inserir no futebol os jovens detidos na entidade. E continua nesse projeto até os dias de hoje.

            Bibliografia

Depoimento de Zé Maria ao Projeto Futebol, memória e patrimônio, mantido pelo Museu do Futebol em parceria com a Fundação Getúlio Vargas.

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