Paulo Isidoro
- O Tiziu
- Paulo Izidoro de Jesus
Clubes e Federações
Quando | Onde | Atuação |
---|---|---|
1973 | Atlético Mineiro | Meio Campo |
1974 | Nacional de Manaus | Meio Campo |
1975-1979 | Atlético Mineiro | Meio Campo |
1979-1982 | Grêmio | Meio Campo |
1982 | Seleção Brasileira Copa do Mundo 1982 | Meio Campo |
1983-1985 | Santos | Meio Campo |
1985-1987 | Atlético Mineiro | Meio Campo |
1988 | Guarani | Meio Campo |
1989-1990 | Cruzeiro | Meio Campo |
1990 | Inter de Limeira | Meio Campo |
Textos
Paulo Isidoro de Jesus nasceu em 3 de agosto de 1953 na cidade de Matosinhos, Minas Gerais, Brasil. Como mestre de obras, seu pai foi para uma fazenda, onde comandaria a construção de uma usina de açúcar. Junto da mãe e mais oito irmãos, Paulo Isidoro cresceu na fazenda, onde também começou a jogar futebol, por recreação, logo após fazer suas tarefas diárias.
Em Matosinhos, Paulo Isidoro também começou a atuar no futebol amador, fazendo parte do Cruzeirinho, uma equipe da cidade, dos 8 aos 11 anos de idade. Então, a sua família mudou-se para Belo Horizonte, capital de Minas Gerais, onde seu pai arranjara trabalho. Lá, também não demorou para arranjar espaço no futebol amador da cidade, começando a jogar no Ideal, equipe do bairro da Graça, coordenada pelo jornalista Carlos César Pinguim.
Paulo Isidoro ficou no Ideal por quase oito anos. A partir do início da década de 1970, começou a pensar em seguir a carreira de jogador. Observado pelo roupeiro do Clube Atlético Mineiro, clube para o qual torcia desde a infância, foi convidado para um teste de avaliação comandado pelo técnico Barbatana (João Lacerda Filho), junto de dois colegas de equipe no Ideal, em 1972.
Aprovado, começou sua carreira profissional no Atlético, como meio-campista, em 1973. Entretanto, o técnico dos profissionais, Telê Santana, alegou que o jogador não teria espaço no elenco, naquele momento. Então, em 1974, o Atlético emprestou Paulo Isidoro ao Nacional AC de Manaus, Amazonas, Brasil, junto de outro meio-campista, Ângelo. A equipe jogou o Campeonato Brasileiro daquele ano, e Isidoro começou a ser cobiçado como possível contratação por vários clubes.
Mas o Atlético reintegrou Paulo Isidoro em 1975, incluindo-o diretamente no time profissional. Rapidamente, os títulos começaram a chegar em sua carreira. O primeiro deles veio em 1976, quando o Atlético conquistou o Campeonato Mineiro. De quebra, pela atuação no Campeonato Brasileiro, o jogador conquistou a sua primeira Bola de Prata, prêmio concedido pela revista Placar, como um dos melhores meio-campistas do torneio.
Em 1977 Paulo teve a sua primeira atuação pela Seleção Brasileira, num amistoso não oficial contra um combinado de jogadores do Fluminense FC e do Clube de Regatas do Flamengo, em 30 de janeiro, que terminou empatado em 1 a 1. O primeiro jogo oficial foi contra a seleção da Polônia, em 19 de junho. E, na vitória por 3 a 1, Paulo Isidoro marcou um gol. Mas, ainda naquele ano, o jogador viveu uma das grandes decepções da sua carreira: mesmo com uma campanha invicta no Campeonato Brasileiro, o Atlético foi derrotado pelo São Paulo FC na final.
Contudo, Paulo Isidoro continuou obtendo êxito na sua carreira. Apelidado de Tiziu, pela pele negra, demonstrava uma grande vitalidade dentro de campo, tanto na marcação quanto na criação de jogadas, ajudando em vários lances pelo meio de campo. Finalmente, foi um dos destaques do Atlético na conquista do Campeonato Mineiro de 1978, marco inicial do hexacampeonato estadual que o clube conquistaria.
Paulo Isidoro decidiu, então, deixar o clube mineiro, aceitando uma proposta do Grêmio Foot-Ball Porto Alegrense. Nesse clube, Paulo Isidoro viveu a melhor fase da sua carreira. Conquistou dois Campeonatos Gaúchos (1979 e 1980), sendo titular absoluto da equipe, voltando a ser convocado com frequência para a Seleção Brasileira, sob o comando de Telê Santana.
Em 1981 veio o apogeu. O Grêmio conquistou o Campeonato Brasileiro pela primeira vez, e Paulo Isidoro foi considerado o melhor jogador do torneio, status marcado pela Bola de Ouro que recebeu da revista Placar. Além disso, o jogador foi presença constante nas partidas da Seleção Brasileira, tanto no Mundialito disputado no Uruguai, no começo do ano, como nas eliminatórias para a Copa de 1982.
Paulo Isidoro também continuou vivendo boa fase em 1982: com o Grêmio, novamente chegou à final do Campeonato Brasileiro. Mas, principalmente, foi convocado para a Copa do Mundo de 1982. E, mesmo não sendo titular, entrou constantemente nas partidas, atuando em quatro dos cinco jogos da Seleção Brasileira naquela Copa.
Em 1983 Paulo Isidoro mudou novamente de clube: deixou o Grêmio, sendo contratado pelo Santos FC. Lá viveu outro bom momento, recebendo pela terceira vez a Bola de Prata e sendo fundamental no vice-campeonato brasileiro conseguido pelo clube naquele ano. E ainda fez suas últimas partidas pela Seleção Brasileira, deixando de ser convocado durante a passagem do técnico Carlos Alberto Parreira, após 41 jogos e três gols.
Em 1984 Isidoro continuou titular no Santos, tendo sua passagem coroada com a conquista do Campeonato Paulista. Mas, logo no início de 1985, decidiu aceitar a proposta do Atlético Mineiro, retornando ao clube onde havia iniciado a sua carreira. Na nova passagem pelo Atlético, ganhou mais dois títulos mineiros, em 1985 e 1986.
A carreira de Paulo Isidoro, então, foi continuada no interior do estado de São Paulo. Em 1987 o jogador foi adquirido pelo Guarani EC. Escalado constantemente como titular, o meio‑campista foi um dos destaques da campanha que levou a equipe ao segundo lugar no Campeonato Paulista de 1988.
No ano seguinte, Paulo Isidoro retornou a Minas Gerais, para jogar no Cruzeiro EC, conquistando mais um título mineiro em 1990. Então, ainda no mesmo ano, foi contratado pela AA Internacional, de Limeira, onde passou seis meses. Restaram mais quatro jogos pelo Valeriodoce EC, no final do ano, e o jogador decidiu encerrar a carreira.
Desde então, Paulo Isidoro comanda um centro de formação de atletas em Belo Horizonte.
Bibliografia
Depoimento de Paulo Isidoro ao Projeto Futebol, memória e patrimônio, mantido pelo Museu do Futebol em parceria com a Fundação Getúlio Vargas.
DUARTE, Marcelo; MENDES, Mário. Enciclopédia dos craques. São Paulo: Panda Books, 2010.
NAPOLEÃO, Antônio Carlos. ASSAF, Roberto. Seleção Brasileira, 1914-2006. Rio de Janeiro: Mauad, 2006.