Silva
- O Batuta
- Walter Machado da Silva
Clubes e Federações
Quando | Onde | Atuação |
---|---|---|
1955-1957 | São Paulo | Atacante |
1958-1959 | Batatais | Atacante |
1960-1961 | Botafogo | Atacante |
1962-1964 | Corinthians | Atacante |
1965-1966 | Flamengo | Atacante |
1966 | Seleção Brasileira Copa do Mundo 1966 | Atacante |
1967 | Santos | Atacante |
1968 | Flamengo | Atacante |
1970-1971 | Vasco da Gama | Atacante |
1971 | Botafogo | Atacante |
1972-1974 | Vasco da Gama | Atacante |
1973 | Rio Negro | Atacante |
Textos
Ao contrário do que várias fontes dizem, Walter Machado da Silva não nasceu em Ribeirão Preto, mas em São Paulo, a capital do estado, em 2 de janeiro de 1940, no bairro do Brás. Ele começou a jogar futebol no Parque Dom Pedro, ainda durante a infância. Depois, no bairro da Liberdade, jogando em um campo, foi observado pelo ex-goleiro Caxambu e levado para o São Paulo FC.
Em 1957 chegou ao time profissional do São Paulo e conquistou o primeiro título da carreira: o Campeonato Paulista. No entanto, por ser novo demais, Silva foi emprestado ao Batatais FC em 1958. Mas não ficaria por muito tempo no clube: devido ao interesse do São Paulo por um jogador do Botafogo FC, o jogador foi trocado e transferido para o clube de Ribeirão Preto, em 1959.
Na cidade do interior de São Paulo, Silva atuou pelo Botafogo até 1961, quando voltou a São Paulo, para defender o SC Corinthians Paulista. O atacante tornou-se um dos destaques corintianos da época, formando dupla de ataque com Nei de Oliveira e, depois, com Flávio. Contudo, a ausência de títulos estaduais trazia pressão ao Corinthians na década de 1960. Em 1965, após desentender-se com o técnico Oswaldo Brandão, Silva deixaria o Corinthians.
Depois de conversar com o presidente do Corinthians na época, Wadih Helu, Silva foi negociado com o Clube de Regatas do Flamengo, ainda em 1965, após passar algum tempo inativo profissionalmente. E voltou a ter destaque: atuando com Almir Pernambuquinho, rendendo uma dupla de ataque elogiada por seus desempenhos, Silva foi um dos destaques na conquista do Campeonato Carioca de 1965 pelo Flamengo. E ganhou lá o apelido que o seguiu na carreira: Batuta, por sua liderança em campo, semelhante à de um maestro que comanda uma orquestra.
Não bastasse isso foi, enfim, relacionado na lista de jogadores que participaram da preparação da Seleção Brasileira para a Copa do Mundo de 1966. No dia 1º de maio daquele ano fez seu primeiro jogo pela Seleção, num amistoso não oficial contra a Seleção Gaúcha. A primeira partida oficial foi em 8 de maio, um amistoso contra o País de Gales. E, na vitória por 3 a 1, o atacante fez um dos gols brasileiros.
Após uma preparação conturbada, Silva terminou sendo um dos 22 convocados em definitivo para a Copa do Mundo. Todavia, jogou apenas uma partida na competição, contra a seleção de Portugal, jogo que decidiu a eliminação brasileira, ainda na primeira fase. E Silva terminou sua participação na Seleção Brasileira em 1966, após oito jogos e cinco gols – três deles marcados em outro jogo não oficial, contra o Atvidabergs FF da Suécia, que o Brasil venceu por 8 a 2.
Retornando da Copa, Silva foi para o Barcelona CF da Espanha, após desacertos entre Flamengo e Corinthians para a compra do seu passe. Porém, sem espaço no time, pela limitação de jogadores estrangeiros prevista na legislação desportiva espanhola, Silva voltou ao Brasil, já em 1967, sendo emprestado ao Santos FC. Ali conquistou o Campeonato Paulista de 1967, mas no ano seguinte retornou ao Flamengo, após o clube carioca comprar seu passe junto ao Barcelona.
Tendo voltado a atuar bem pelo Flamengo, Silva foi contratado pelo Racing Club da Argentina em 1969, sendo artilheiro do Campeonato Argentino naquele ano. Mas o atacante retornou ao Rio de Janeiro, para o CR Vasco da Gama. E, no clube carioca, já se fez notar, sendo um dos principais responsáveis pelo título do Campeonato Carioca de 1970, quebrando um tabu de 12 anos sem conquistas estaduais.
No ano seguinte, Silva foi emprestado novamente, desta vez ao Botafogo, retornando ao Vasco somente em 1973. Porém, com o sucesso de Roberto Dinamite, então surgindo, o jogador decidiu sair do clube. Em 1974 atuou pelo Atlético Junior (Corporación Deportiva Popular Junior) de Barranquilla, Colômbia e, em 1975, jogou pelo Tiquire Flores da Venezuela, encerrando a carreira após essa passagem.
Silva voltou ao Brasil e desde então ficou vinculado ao Flamengo. Primeiramente, tornou-se supervisor da categoria juvenil de futebol do clube, e atualmente trabalha no setor de eventos do Flamengo, na parte de agendamento.
Bibliografia
Depoimento de Silva ao Projeto Futebol, memória e patrimônio, mantido pelo Museu do Futebol em parceria com a Fundação Getúlio Vargas.
DUARTE, Marcelo; MENDES, Mário. Enciclopédia dos craques. São Paulo: Panda Books, 2010.
NAPOLEÃO, Antônio Carlos; ASSAF, Roberto. Seleção Brasileira, 1914-2006. Rio de Janeiro: Mauad, 2006.