Jairo
- Jairo do Nascimento
- Pantera Negra
Goleiro, revelado pelo Caxias F.C., de Joinville (SC), tornou-se ídolo do Coritiba F.B.C., pelo qual foi pentacampeão paranaense (1972-1976) e campeão do Torneio do Povo (1973) e Brasileiro (1985). Jogou pelo Coxa-Branca 410 vezes, sendo o jogador que mais vezes vestiu a camisa do clube. Faleceu aos 72 anos, vítima de câncer nos rins. Está enterrado no Cemitério vertical, de Curitiba (PR).
Clubes e Federações
Quando | Onde | Atuação |
---|---|---|
1969-1971 | Fluminense | Goleiro(a) |
1972-1976 | Coritiba | Goleiro(a) |
1977-1980 | Corinthians | Goleiro(a) |
1981-1982 | Náutico | Goleiro(a) |
1982-1987 | Náutico | Goleiro(a) |
1988 | América Mineiro | Goleiro(a) |
Textos
Desde criança adorava jogar bola, mas era ruim na linha, então era sempre deixado de lado. Aos 10 anos ganhou uma bola numa rifa escolar, ecomo dono da bola é sempre o titular, entrou para o time da rua. Mas no gol. Adaptou-se tão bem que aos 14 anos ingressou no Caxias F.C., de sua cidade natal, Joinville (SC), estreando como profissional aos 18 anos.
Alto, tinha 1,94cm de altura, logo chamou a atenção do preparador físico Almir de Almeida, que o levou para o Fluminense F.C. em 1969, para ser o terceiro goleiro. Disciplinado e sempre disposto a aprender, caiu nas graças do titular Félix e em pouco tempo passou a ser o reserva imediato e fazendo parte do elenco campeão carioca (1969) e Brasileiro (Taça de Prata, 1970). Mas com a chegada do técnico Zagallo às Laranjeiras, em 1971, acabou perdendo espaço e voltou a ser a terceira opção para o gol. Insatisfeito pela forma como foi preterido, aceitou proposta do Coritiba F.B.C. (PR). Ironicamente, sua altura foi motivo de desconfiança, sendo chamado de "jogador de basquete" e teria problemas com as bolas rasteiras. De qualquer maneira, Jairo conseguiu se firmar no gol, foi campeão paranaense em 1972, e de quebra ainda marcou época jogando com a camisa número 46, não gostava de vestir a camisa 1. Já tinha ganho o estadual como reserva no ano anterior e alcançaria a marca de hexacampeão estadual com o Coxa-Branca em 1976. Além disso, em 1973, foi campeão do Torneio do Povo, superando Internacional, Corinthians, Flamengo, Atlético Mineiro e Bahia. As grandes atuações chamaram a atenção até de Pelé: "Prestem atenção naquele negrão que é goleiro do Coritiba. Ele é muito bom goleiro". E ágil. Tanto que acabou ganhando o apelido de Pantera Negra. E chegou a ser incluído na pré-lista de 40 jogadores da Seleção Brasileira para a Copa do Mundo de 1974, mas Zagallo, de novo, foi a pedra no caminho do goleiro O técnico preferiu levar Leão (S.E. Palmeiras), Renato (C.R. do Flamengo) e Wendell (Botafogo F.R.). Aliás, este último foi cortado por contusão e, curiosamente, o técnico tricampeão do mundo preferiu convocar Waldir Perez (São paulo F.C.), que sequer estava na pré-lista...
Mas o camisa 46 tinha chamado a atenção de outro técnico, Oswaldo Brandão, que assumiu a Seleção Brasileira em 1975 e a partir de 1976 passou a convocar o goleiro do Coritiba. Aliás, foi o segundo jogador na história do clube a ser chamado para vestir a camisa do Brasil, e o primeiro goleiro negro desde Manga em 1966. Sob o comando de Brandão foi apenas um jogo como titular, na vitória por 2X1 sobre o Uruguai, no Maracanã, pela Taça do Atlântico/Copa Rio Branco e ficou marcado pelo grande quebra-pau ao final do jogo. De qualquer maneira o resutado garantiu a posse da Copa Rio Branco. Como reserva na seleção o goleiro ainda comemorou, a conquista da Copa Roca (contra a Argentina) e a Taça Oswaldo Cruz (contra o Paraguai). Todos esse jogos também eram válidos pela Taça do Atlântico, que também fico com o Brasil. Outra conquista relevante foi a do Torneio do Bicentenário dos Estados Unidos, contra um combinado local, Inglaterra e Itália. No começo de 1977, Jairo foi reserva nos dois primeiros jogos (contra a Colômbia) pelas eliminatórias para a Copa do Mundo. Infelizmente, após a saída do técnico Brandão - substituído por Cláudio Coutinho - o goleiro nunca mais mais convocadao.
Mas não foi o fim da parceria com o técnico, já em que em janeiro daquele ano o catarinense foi contratado pelo S.C. Corinthians Paulista, de Brandão, pelo qual foi campeão paulista em 1977 (como reserva), quebrando o longo jejum de 22 anos sem títulos, e 1979 (titular). Em 1981 foi para o Náutico e em 1983 voltou ao Coritiba, onde foi campeão brasileiro em 1985. Encerrou a carreira em MInas Gerais, jogando por Amérca Mineiro (1987-1989), Atlético de Três Corações (1990), Villa Nova, de Nova Lima (1990) e Trespontano (1991).
Faleceu aos 72 anos, vítima de câncer nos rins. Foi enterrado no Cemitério Vertical, em Curitiba.