América Mineiro
- América Futebol Clube
Clube de futebol profissional de Belo Horizonte (MG), nasceu originalmente alviverde, mas um ano depois da fundação adotou também a cor preta. Por isso seu uniforme principal tem listras verticais verdes e pretas, calções e meias pretas, enquanto o reserva é todo branco. Seu mascote é o coelho, criação do cartunista Mangabeira (Fernando Pierucetti,1910-2004) do jornal Folha de Minas. Nas palavras do desenhista: “O América era um clube aceso, sempre pronto para o que desse e viesse. Ao mesmo tempo, era um clube delicado, de torcida fina. Um coelho, não é?”. O clube é proprietário do Estádio Independência, também conhecido como Estádio do Horto, mas cujo nome oficial é Raimundo Sampaio, ex-presidente e benemérito do Sete de Setembro F.C., clube proprietário original do estádio, e que foi incorporado pelo América em 1997. Tem capacidade para 32.500 pessoas.
Jogadores e dirigentes
Quando | Quem | Atuação |
---|---|---|
Osvaldo Rocha Torres | Dirigente | |
1935 | Benevenuto | Meio Campo |
1937 | Amilcar | Treinador(a) |
1955 | Jair | Atacante |
1956 | Ayrton Moreira | Treinador(a) |
1962-1963 | Tostão | Atacante |
1969 | Martim Francisco | Treinador(a) |
1970-1971 | Nelinho | Lateral |
1973-1977 | Hélio Gomes de Paula | Atacante |
1976-1977 | Edinho | Atacante |
1984 | Dadá Maravilha | Atacante |
1985 | Palhinha | Atacante |
1985 | Palhinha | Treinador(a) |
1987-1991 | Palhinha | Atacante |
1988 | Jairo | Goleiro(a) |
1991-1992 | Pinheiro | Treinador(a) |
1995-2000 | Gilberto Silva | Meio Campo |
1996 | Ricardo Drubscky | Treinador(a) |
1996 | Toninho Cerezo | Meio Campo |
1997 | Pinheiro | Treinador(a) |
1997 | Pintado | Meio Campo |
2000 | Palhinha | Atacante |
2000 | Pintado | Meio Campo |
2001 | Silas | Meio Campo |
2002-2004 | Fred | Atacante |
2002 | Ivan Ricardo | Atacante |
2002 | Palhinha | Atacante |
2004-2005 | Pintado | Treinador(a) |
2005-2011 | Alexandre Mattos | Dirigente |
2006-2017 | Flávia Costa Oliveira Magalhães | Outras(os) |
2007-2008 | Carlão | Meio Campo |
2007-2009 | Danilo | Lateral |
2008 | Alemão | Treinador(a) |
2009-? | Celso Furtado de Azevedo Filho | Outras(os) |
2011 | Antônio Lopes | Treinador(a) |
2012 | Ewerthon | Atacante |
2012 | Gilberto | Lateral |
2013-2014 | Silas | Treinador(a) |
2014-2015 | Richarlison | Atacante |
2016-2018 | Ricardo Drubscky | Dirigente |
2018-? | Flávia Costa Oliveira Magalhães | Outras(os) |
2018-2019 | Paulão | Zagueiro(a) |
Textos
HISTÓRICO DOS TIMES
AMERICA FUTEBOL CLUBE
O America Futebol Clube é mais um exemplo de clube de futebol brasileiro de estreitos vínculos com a cultura inglesa. Em Belo Horizonte, jovens estudantes do Colégio Anglo-Mineiro – no qual as aulas eram ministradas em inglês, por professores que em sua maioria eram norte-americanos – reuniram-se em abril de 1911 com o intuito de formarem um time de futebol. Tratava-se de jovens oriundos das classes abastadas de Belo Horizonte; tanto que dois dos fundadores do time eram filhos do então presidente do estado (cargo que na época equivalia ao que hoje são os governadores dos estados). Além da própria casa desses garotos, foram sede dos encontros destes garotos o Palácio da Liberdade, o Parque Municipal e as árvores entre as ruas “da Bahia” e “dos Timbiras”.
A temporada intensa de estudos fez o time ser extinto cerca de seis meses após sua fundação. Em nova reunião, em vez de time, foi fundado um clube de futebol, em 30 de abril de 1912 – portanto, um ano após a fundação do time. Um sorteio realizado no porão da casa de Adhemar Meira, pai de dois dos garotos envolvidos com a criação do novo clube de Belo Horizonte, definiu seu nome. Os registros que narram esse episódio dão conta que a escolha do nome sustentou-se tanto pela admiração dos jovens fundadores do clube pelos Estados Unidos da América quanto pela admiração ao já existente America Football Club, do Rio de Janeiro. As cores do novo time (verde e branco) também foram instituídas após sorteio.
O Minas Geraes, clube fundado no mesmo ano que o America, faliu em 1913. Olinto Deodato dos Reis Meireles, então prefeito de Belo Horizonte – que por sinal também era presidente de honra dos dois clubes – usou de seus poderes para ceder o patrimônio do Minas Geraes ao America, que consistia em um campo de futebol com traves. Até então, o America era um time de garotos entre 13 e 14 anos que disputavam partidas contra times compostos por jogadores de idade equivalente. Até que algo novo aconteceu: a dissociação de alguns integrantes do Clube Atlético Mineiro, seguida do interesse destes em filiarem-se ao America. Esse fato novo gerou algumas transformações no então clube de garotos. Indispostos a receberem os novos integrantes (talvez temerosos pela perda de espaço, o que acabou acontecendo), alguns dos fundadores do America retiraram-se do clube, que passou a ter integrantes adultos em sua formação. Aos mais jovens restou o segundo time. Foi também neste momento que o America tornou-se tricolor e passou a jogar com calções pretos.
Ainda em 1913, no mês de outubro, disputou a primeira partida com seu time formado principalmente por adultos. Foi contra o Yale Atlético Clube, time oriundo da colônia italiana de Belo Horizonte, e o resultado foi uma vitória de goleada por 4 a 2. No mês seguinte, em novembro, a disputa foi contra o Clube Atlético Mineiro, time do qual uma leva de jogadores adultos havia saído, meses antes, em debandada para o America. O resultado do jogo foi um empate em 1 a 1. A primeira vitória contra o Atlético viria no ano seguinte, por 1 a 0, com gol de Júlio Cunha.
O America fez parte do grupo que, em janeiro de 1915, fundou a Liga Mineira de Sports Athléticos, pioneira na organização do futebol em Minas Gerais. No mesmo ano, foi realizado o 1º Campeonato Mineiro, no qual o America ficou na segunda colocação. O aumento do apelo do time junto às classes populares tem como fator decisivo uma vitória obtida neste campeonato, em 1º de novembro, contra o Morro Velho Foot-ball Club, considerado à época um time imbatível, pelo placar de 3 a 1. No ano seguinte, na segunda edição do Campeonato Mineiro, após uma estreia com derrota por 1 a 0 para o Yale Atlético Clube, os jogos subsequentes foram apenas vitórias. Veio o primeiro título de uma série que se estenderia até 1925 e que é tida por torcedores como a maior glória da história do America: o decacampeonato do Campeonato Mineiro. Após estas dez conquistas, o America ainda foi campeão mineiro nos anos de 1948, 1957, 1971, 1993 e 2001, e conquistou os títulos da Série B do Campeonato Brasileiro em 1997, da Série C em 2009 e da Copa Sul Minas em 2000.
O grupo de jogadores cuja atuação pelo America Mineiro os faz serem lembrados por torcedores de diversas gerações é formado por personagens como o goleiro Affonso (1912-1928), o ponta-de-lança Valsechi (1947-1949), o centroavante Petrônio (1948-1954), o goleiro Edgar (1953-1957), o ponta-de-lança Tostão (1963), o atacante Jair Bala (1964-1965 e 1970-1973), o volante Pedro Omar (1968-1974), o meia Palhinha (1987-1991, 2000 e 2002), o meia Tupãzinho (1997-1998) e o atacante Euller (1988-1994 e 2007-2008). O título de maior artilheiro de todos os tempos é ocupado por Satyro Taboada (1923-1934), com 167 gols.
O hino do America Mineiro foi composto por Vicente Motta. Em relação às mascotes, a primeira escolha foi pelo Pato Donald, que não ganhou adesão. Em 1944, veio a substituição por um coelho, criado pelo cartunista Fernando Pieruccetti, referência até os dias de hoje.
REFERÊNCIAS:
MINI-ENCICLOPÉDIA DO FUTEBOL BRASILEIRO. Rio de Janeiro: Areté, 2004.
PAIVA, Carlos. Minha paixão América Futebol Clube, BH O América Mineiro
SITE OFICIAL DO AMÉRICA MINEIRO. <www.americamineiro.com.br>. Último acesso em 24/06/2013.