Paysandu
- Paysandu Sport Club
O Paysandu Sport Club, de Belém (PA), foi fundado por antigos integrantes do time Nort Club. Possui como sede o estádio Lêonidas Sondré de Castro, popularmente conhecido como Curuzu, e suas cores representativas são: azul e branco. Tem como mascote um lobo, o bicho papão, em referência à performance da equipe do ano de 1948.
Jogadores e dirigentes
Quando | Quem | Atuação |
---|---|---|
1974-1975 | Luiz Carlos Boaventura | |
Solange Bibas | Zagueiro(a) | |
1953 | Canhoteiro | Atacante |
1965 | Castilho | Goleiro(a) |
1967-1969 | Castilho | Treinador(a) |
1972 | Ely | Treinador(a) |
1974 | Edson Cimento | Goleiro(a) |
1975 | Ivair | Atacante |
1979 | Dadá Maravilha | Atacante |
1979 | Paulo Emílio | Treinador(a) |
1982 | Ari Grecco | Treinador(a) |
1985 | Rondinelli | Zagueiro(a) |
1987 | Luizinho das Arábias | Atacante |
1988 | Luizinho das Arábias | Atacante |
1992-1993 | Édson | Zagueiro(a) |
1992 | Paulinho de Almeida | Treinador(a) |
1995 | Carlos Moura | Meio Campo |
1995 | Hergos Couto | Meio Campo |
2003 | Darío Pereyra | Treinador(a) |
2004 | Adílson Batista | Treinador(a) |
2005 | Carlos Alberto Torres | Treinador(a) |
2006 | Marinho Peres | Treinador(a) |
2010 | Marcelo Ramos | Atacante |
2017-2018 | André Mazzuco | Dirigente |
2023-? | Paulão | Zagueiro(a) |
Textos
HISTÓRICO DOS CLUBES
PAYSANDU SPORT CLUB
Em 1913 dirigentes do Norte Club, de Belém, Pará, Brasil, desentenderam-se com a Liga Paraense de Football e fecharam o clube, mas não ficaram distantes do futebol por muito tempo. Já no dia 7 de dezembro de 1913, o jornal O Estado do Pará noticiava, em sua seção de esportes, que “esparsos do antigo Norte Club” fundariam o "PAYSANDU-CLUB, que iniciará logo suas seções de remo e futebol". Segundo algumas fontes, a intenção era fundar um clube que desafiasse o Clube do Remo – favorecido pela Liga Paraense de Football, de acordo com os egressos do Norte Club.
Dali a alguns meses, precisamente em 2 de fevereiro de 1914, O Estado do Pará voltava a comentar o assunto: “Estão convidados todos os interessados na fundação de novo clube de foot-ball a comparecer hoje, às 8 horas da noite, na rua Pariquins, 22. Sabemos que reina discussão entusiasmada entre os sportmen que pretendem fundar esse nucleo sportivo, pugnando muitos para que tome o nome de Team Negra, continuando assim, as tradições desse invencível e bastante sympathizado team”.
E 42 interessados compareceram ao encontro na casa de Abelardo Leão Conduru. Embora houvesse egressos de outras agremiações, como o Internacional Sport Club ou a Recreativa, a maioria era natural do Norte Club – o Team Negra da reportagem d’O Estado do Pará, que fora apelidado assim em razão do seu uniforme ser todo preto. Por causa disso, muitos dos presentes até desejavam que o nome do novo clube fosse Team Negra. Mas Hugo Manoel de Abreu Leão sugeriu o nome Paysandu, em razão da tomada da cidade de Paysandú, no Uruguai, por tropas brasileiras em 1865 (incidente que nada teve a ver com a Guerra do Paraguai). E este foi o nome adotado: Paysandu Foot-Ball Club.
Na segunda reunião, em 10 de fevereiro, além de receber mais associados, o clube teve definido o seu uniforme. Novamente Hugo Leão fez a sugestão de camisa em listras azuis e brancas verticais, com o escudo trazendo a sigla PFC, e calção branco. Outro presente, Genaro Bayma de Moraes, apresentou outro caminho: um uniforme totalmente branco. Isso só se resolveria na terceira reunião, em 19 de fevereiro, quando o próprio Genaro retirou sua sugestão, permanecendo a de Hugo Leão.
Na mesma reunião ficou decidida a mudança de nome, para Paysandu Sport Club. Também se decidiu sobre o escudo do time, desenhado por Genaro Bayma de Moraes. A forma seria alada, tendo inclusive, além da sigla PSC, uma águia dentro dele, com a seguinte ideia: “O objetivo da velocidade do ‘team’ jamais seria igualada ou superada pelos seus adversários, pois chegaria aos limites do vôo”.
Em 14 de junho de 1914 ocorreu o primeiro jogo da história da equipe. Justamente contra o time que ela queria sobrepujar desde o início, o Clube do Remo, naquele que seria consagrado pela história como o grande clássico do futebol do Pará, o “Re-Pa”. Aquela partida, o Remo venceu, por 2 a 1.
Em 1918 o clube conseguiu sua primeira prova de grandeza, inaugurando o estádio Leônidas de Castro, no bairro da Curuzu, em Belém, no final de julho. O Paysandu se credenciou realmente como o grande rival do Remo a partir de 1920, quando interrompeu o heptacampeonato deste, conquistando o primeiro Campeonato Paraense da sua história. Mais do que isso: o título iniciaria o tetracampeonato do Paysandu, que teria como protagonista Antonio Barros Filho, o Suisso (1914-1922), nascido em 1899 e morto em 2 de julho de 1922. Desde aquela época (hoje, com frequência muito menor), o Paysandu passou a ser chamado de “Clube de Suisso”.
Em 1939 o Paysandu teve o seu primeiro grande time, que conquistou o Campeonato Paraense com várias goleadas sobre os rivais e foi apelidado de “Esquadrão de Aço”. Anos mais tarde, em 1948, o clube ganhou sua mascote por causa desse apelido: o jornalista Everardo Guilhon baseou-se no “Esquadrão de Aço” e criou o “Bicho-Papão”. Devido ao estádio localizado no bairro da Curuzu, ficou definido outro apelido do clube: “Papão da Curuzu”. Pouco depois, inaugurou sua carreira no clube o atacante Waldir Cardoso Lebrêgo, o Quarentinha (1950-1953), que posteriormente faria sucesso no Botafogo do Rio de Janeiro.
Outro momento importante da história do time foi em 1965. Em excursão pelo Brasil, o CA Peñarol, do Uruguai, com uma equipe considerada a base da seleção daquele país, foi derrotado pelo Paysandu por 3 a 0. Tal feito ficou marcado no hino popular, mais cantado pela torcida do que o hino oficial, composto em 1920, pelo poeta José Simões, com música de Manuel Luis de Paiva: “Uma listra branca, outra listra azul/Essas são as cores do Papão da Curuzu/O nosso time joga pra valer/Até o Peñarol veio aqui pra padecer”. Naquela época o goleiro Castilho (1964-1965) atuava no clube, consagrando-se como um dos ídolos de sua história.
O Paysandu voltou a se notabilizar em 2002, ao conquistar a Copa dos Campeões, que lhe deu direito de disputar a Copa Libertadores da América, no ano seguinte. Tendo avançado às oitavas de final, a equipe enfrentou o CA Boca Juniors, da Argentina. E, no jogo de ida, executou uma grande façanha, vencendo por 1 a 0 no estádio La Bombonera, sendo eliminada na volta, ao perder por 4 a 2. Então, os grandes ídolos do clube eram os atacantes Iarley (2002-03), Vandick (2002-2003) e Róbson, o Robgol (2003, 2005-2007).
Depois de passar alguns anos na Série C do Campeonato Brasileiro, entre 2007 e 2012, o Paysandu se recuperou, conseguindo o acesso à Série B neste último ano, contando com o ídolo Vandick como presidente do clube.
REFERÊNCIAS
MINI-ENCICLOPÉDIA DO FUTEBOL BRASILEIRO. Rio de Janeiro: Areté, 2004.
WIKIPÉDIA. Verbete Paysandu Sport Club. <http://pt.wikipedia.org/wiki/Paysandu_Sport_Club#Hino>. Consultado em 15 de abril de 2013.
SITE OFICIAL DO PAYSANDU. Página Símbolos. <http://www.paysandu.com.br/paysandu/simbolos/>. Consultado em 15 de abril de 2013.
SITE OFICIAL DO PAYSANDU. Página Paysandu. <http://www.paysandu.com.br/paysandu/>. Consultado em 15 de abril de 2013.
HISTÓRICO DOS TIMES
PAYSANDU SPORT CLUB
Veio de uma cidade uruguaia a inspiração para o nome de um dos times de futebol mais populares do Pará. Localizada sobre a margem leste do Rio Uruguai, a 368 quilômetros de distância da capital Montevidéu, a cidade de Paysandu foi, em 2 de janeiro de 1865, palco de uma batalha que ficou conhecida como “A Tomada de Paysandu”. Algumas fontes vinculam esta batalha à Guerra do Paraguai, enquanto outras garantem que se tratava de mais um conflito entre os partidos Blanco e Colorado.
Fato foi que, no dia 07 de dezembro de 1913, o jornal “O Estado do Pará” apresentou em sua terceira página, na coluna “Chronica Sportiva”, uma nota que afirmava que “elementos esportivos de valores da elite belemense”, assim como alguns “esparsos do antigo Nort Club” e outros “retraídos no momento”, se reuniriam sob o propósito de fundar um novo clube. Hugo Leão, um dos vários egressos do Nort Club que se tornariam membros da primeira diretoria eleita, teria dito em visita ao Clube do Remo que reuniria esforços para criar um time que fizesse frente ao “Grupo do Remo”.
A fundação efetiva do Paysandu Foot-ball Club foi realizada no ano seguinte, em 02 de fevereiro de 1914, em um imóvel localizado na Rua Pariquis, número 22, de propriedade de Abelardo Conduru (outro que também integrou as primeiras diretorias do time). Em outra reunião, em 19 de fevereiro de 1914, foi aceita a proposta de Hugo Falcão de quais seriam as cores do uniforme: camisa azul e branco em listras verticais e calção branco. Nesta reunião, também foi deliberado que o nome oficial do time passaria a ser Paysandu Sport Club, nome oficial que se mantém até os dias atuais. Já Mario Bayma de Moraes foi quem fez as sugestões para o escudo: as iniciais “PSC” divididas em três colunas azuis, separadas por listras brancas, com um pé alado em branco abaixo das iniciais.
A primeira partida que a equipe disputou foi justamente contra seu antagonista: vitória do rival por 2 a 1. Desde este primeiro confronto até a semifinal do Segundo Turno do Campeonato Paraense de 2013, Paysandu e Remo disputaram 718, sendo 225 vitórias para o Paysandu e 238 empates. O derby protagonizado pelas duas equipes recebe o nome Re-Pa. O primeiro título do Campeonato Paraense foi conquistado em 1920. Considerando o título de 1920 até o de 2013, foram 45 as vezes que o Paysandu sagrou-se campeão do estado.
No grupo de jogadores que se destacaram com suas atuações estão o goleiro João Moraes (1915-1925), o atacante Mimi Sodré (1918-1920), os centroavantes Quarenta (1927-1933 e 1934-1945) e Quarentinha I (1951-1953), o meia-armador Quarentinha II (1956-1973), o goleiro Castilho (1965 e 1966), o meia Carlinhos Maracanã (1976-1981), os centroavantes Chico Spina (1980-1981), Dario (1979) e Cabinho (1982-1987), o meia-atacante Jóbson (1997-2000 e 2002-2004), o centroavante Vandick (2001-2003), o meia Welber (2002-2004), o meia-ataante Iarley (2003) e o centroavante José Robsondo Nascimento, o Robgol (2003 e 2006-2007). O centroavante Bené (1966-1974) foi o maior artilheiro de todos os tempos, com 249 gols marcados.
O hino oficial foi composto em 1916, com letra de autoria do poeta José Simões e música do professor Manuel Luis de Paiva. Sobre sua mascote, foi o jornalista Everardo Guilhon, que escrevia no jornal “A Vanguarda”, o responsável por associar o termo “Papão” ao Paysandu. Fez isso em uma reportagem do jornal em que escrevia, cuja manchete era: “Hoje treina o bicho-papão”. Na maioria de suas representações, é simbolizado por um lobo que segura uma bola de futebol. A denominação “Papão da Curuzu” é uma famosa alcunha do time, que faz alusão à mascote e ao estádio onde o Paysandu manda seus jogos, a Curuzu. Com nome oficial Leônidas de Castro, o estádio foi adquirido em julho de 1918. Atualmente, possui capacidade para 12.000 torcedores.
REFERÊNCIAS:
MINI-ENCICLOPÉDIA DO FUTEBOL BRASILEIRO. Rio de Janeiro: Areté, 2004.
SITE OFICIAL DO PAYSANDU. <www.paysandu.com.br>. Último acesso em 26/06/2013.