Carlos Alberto Torres
Um dos maiores laterais da história, ele foi o capitão da Brasil que ganhou a Copa do Mndo de 1970, no México, ficando conhecido como o Capitão do Tri. Jogou pelo Fluminense, Botafogo, Flamengo, Santos e New York Cosmos (EUA).
Clubes e Federações
Quando | Onde | Atuação |
---|---|---|
1963-1965 | Fluminense | Lateral |
1965-1970 | Santos | Lateral |
1970 | Seleção Brasileira Copa do Mundo 1970 | Lateral |
1971 | Botafogo | Lateral |
1972-1975 | Santos | Zagueiro(a) |
1975-1976 | Fluminense | Zagueiro(a) |
1977 | Flamengo | Zagueiro(a) |
1977-1981 | New York Cosmos | Zagueiro(a) |
1981 | California Surf | Zagueiro(a) |
1982 | New York Cosmos | Zagueiro(a) |
1983-1984 | Flamengo | Treinador(a) |
1984-1986 | Fluminense | Treinador(a) |
1985 | Corinthians | Treinador(a) |
1987-1988 | Náutico | Treinador(a) |
1988 | Corinthians | Treinador(a) |
1989-1990 | Once Caldas | Treinador(a) |
1991-1992 | Monterrey | Treinador(a) |
1993-1994 | Botafogo | Treinador(a) |
1994-1995 | Fluminense | Treinador(a) |
1998-1999 | Atlético Mineiro | Treinador(a) |
1999 | Botafogo | Treinador(a) |
2002-2003 | Botafogo | Treinador(a) |
2005 | Paysandu | Treinador(a) |
Textos
Desde a infância, Carlos Alberto sofria com a oposição do pai ao seu desejo de seguir carreira no futebol. Quando já era adolescente, começou a treinar nos juvenis do Fluminense, deixando o estudo de lado. O pai descobriu e deu uma surra no filho. Mas depois, em conversa, Carlos Alberto esclareceu seu desejo. Segundo as fontes, há duas versões para o que ele disse: “Não adianta o senhor me bater. Quero ser jogador de futebol”. Ou, então: “Vocês não querem me deixar ser jogador por causa dos estudos. Então eu prometo, diante de todos vocês, que não vou abandonar os estudos para ser jogador”.
Depois da conversa a situação se normalizou, e Carlos Alberto continuou evoluindo dentro do Fluminense, até chegar aos profissionais do clube, em 1963. Na equipe principal o lateral direito ascendeu rapidamente, e já era considerado um dos melhores do país na posição, em 1964 – quando também teve sua primeira chance na Seleção Brasileira, substituindo Djalma Santos, na Taça das Nações, enfrentando a Argentina.
Entretanto, em 1965, Carlos Alberto sofreu um revés na trajetória precocemente ascendente: primeiramente, sofreu uma lesão no joelho e, nos preparativos para a cirurgia, também foi descoberto um problema nas amídalas. Mas o que poderia ser um sério revés trouxe uma notícia boa: ainda convalescendo no hospital, de ambas as cirurgias, o jogador recebeu dirigentes do Santos e do Fluminense, com uma proposta para se transferir ao clube paulista.
Proposta aceita, Carlos Alberto fez sua primeira partida pelo Santos num amistoso não oficial em Belém, Pará, Brasil, contra o Clube do Remo (vencida pelo Santos por 9 a 4). Já em 1965, ganhou seus primeiros títulos: uma Taça Brasil/Campeonato Brasileiro e um Campeonato Paulista. Era tido como o substituto natural de Djalma Santos, titular certo da Seleção Brasileira na Copa de 1966. Surpreendentemente, porém, o lateral não foi convocado para o Mundial.
No entanto, com a aposentadoria de Djalma Santos, Carlos Alberto alcançou a titularidade na Seleção. Enquanto isso, conquistava mais títulos no Santos: três Campeonatos Paulistas (1967/68/69) e uma Taça de Prata (Torneio Roberto Gomes Pedrosa)/Campeonato Brasileiro (1968). Neste ano, ainda haveria as conquistas da Recopa Sul-Americana e da Recopa Mundial.
Mas o grande momento de Carlos Alberto Torres foi a Copa de 1970. Titular absoluto e capitão da Seleção Brasileira durante todo o Mundial, o lateral teve a maior glória de sua carreira no último gol da vitória da equipe na final daquela Copa, por 4 a 1, sobre a Itália: após jogada coletiva, Pelé recebeu a bola na entrada da área e foi avisado por Tostão de que Carlos Alberto corria livre pela direita. Chegando à área, Pelé tocou. O lateral bateu forte e rasteiro, no canto do goleiro italiano Enrico Albertosi, para fazer o quarto gol.
Com o tricampeonato garantido, a cena de Carlos Alberto erguendo a Taça Jules Rimet representa um dos momentos mais lembrados da história do futebol brasileiro. Depois daquilo, para sempre Carlos Alberto teve associados a seu nome os apelidos “Capita” ou “Capitão do Tri”. Em tamanho gigante, a foto do momento adorna a sala de sua casa.
No retorno ao Santos, porém, o jogador passou a ter certos problemas. Em novembro de 1970, num jogo contra o América, do Rio de Janeiro, pelo Torneio Roberto Gomes Pedrosa, Carlos Alberto lesionou o joelho. Após a recuperação, pediu dispensa de uma excursão na qual o Santos faria uma série de amistosos. O general Osman Ribeiro de Moura, diretor santista, negou a liberação. E o jogador entrou em conflito com a diretoria, sendo, enfim, emprestado ao Botafogo, do Rio de Janeiro, ainda em 1971.
No clube carioca, Carlos Alberto auxiliou na campanha que levou o time ao vice‑campeonato estadual. Entretanto, apesar da insistência botafoguense, o Santos o reintegrou em 1972. Ainda convalescendo da lesão no joelho, o jogador deixou a lateral esquerda e passou a jogar como quarto-zagueiro. Escalado assim, conquistou mais um título pelo clube, o Campeonato Paulista de 1973.
Finalmente, em 1975, Carlos Alberto deixou o Santos e foi contratado pelo Fluminense, onde iniciara a carreira. Fazendo parte do time conhecido como “Máquina Tricolor” o jogador sagrou-se bicampeão estadual, em 1975 e 1976. Em meio ao período conhecido como “troca‑troca”, durante o qual os quatro grandes clubes do estado do Rio de Janeiro faziam compras de jogadores entre si, o jogador ainda foi contratado pelo Flamengo, em 1977.
Mesmo tendo disputado algumas partidas pela Seleção Brasileira nas eliminatórias para a Copa de 1978, Carlos Alberto não foi convocado para aquele Mundial. E preferiu a transferência para o New York Cosmos, dos Estados Unidos, ainda em 1977. No clube norte‑americano participou da despedida de Pelé e atuou por quatro anos até a aposentadoria, em 1982, com uma rápida passagem pelo California Surf, em 1981, retornando ao Cosmos depois dela.
Ao voltar para o Brasil, Carlos Alberto tornou-se treinador. Já em sua primeira experiência, conquistou o Campeonato Brasileiro, em 1983, comandando o Flamengo. E, como técnico, Carlos Alberto comandou o Corinthians, por duas vezes (1985 e 1988); o Náutico, entre 1987 e 1988; o Atlético Mineiro, em 1998; o Botafogo, por três vezes (1993, 1999 e 2002) e ainda o Paysandu, do Pará. Treinou também clubes do exterior, como o Miami Sharks, dos Estados Unidos, e o Once Caldas, da Colômbia. Sua última passagem como treinador foi pela seleção do Azerbaijão, em 2005.
Faleceu aos 72 anos, vítima de um infarto fulminante. Foi enterrado no Cemitério de Irajá, no Rio de Janeiro.
Bibliografia
- ARANTES, Thiago. Os dez mais do Santos. Rio de Janeiro, Maquinária, 2012.
- DUARTE, Marcelo. MENDES, Mário. Enciclopédia dos craques. São Paulo, Panda Books, 2010.