Carlos
- Carlos Roberto Gallo
Maior goleiro da história da A.A. Ponte Preta, fez parte da melhor geração da Macaca, entre as décadas de 1970 e 1980, quando inclusive chegou à Seleção Brasileira, sendo reserva nas Copas do Mundo de 1978 e 1982. Foi titular na Copa do Mundo de 1986, quando já estava no S.C. Corinthians Paulista. Tornou-se preparador de goleiros.
Clubes e Federações
Quando | Onde | Atuação |
---|---|---|
1974-1983 | Ponte Preta | Goleiro(a) |
1976 | Seleção Brasileira Olímpica 1976 | Goleiro(a) |
1978 | Seleção Brasileira Copa do Mundo 1978 | Goleiro(a) |
1982 | Seleção Brasileira Copa do Mundo 1982 | Goleiro(a) |
1984-1988 | Corinthians | Goleiro(a) |
1986 | Seleção Brasileira Copa do Mundo 1986 | Goleiro(a) |
1990 | Atlético Mineiro | Goleiro(a) |
1991 | Guarani | Goleiro(a) |
1992 | Palmeiras | Goleiro(a) |
1993 | Portuguesa | Goleiro(a) |
2007-2011 | Ponte Preta | Auxiliar Técnica(o) |
2012-2019 | São Paulo | Auxiliar Técnica(o) |
Textos
Carlos Roberto Gallo nasceu em 4 de março de 1956 na cidade de Vinhedo, São Paulo, Brasil. Não pensava em ser jogador, na infância, embora praticasse muitos esportes na cidade natal, como basquete e salto em altura. E o futebol estava entre essas modalidades: durante a infância, Carlos atuava bastante em campos de várzea, e começou a participar de equipes adultas já na adolescência.
Até que Lourival Ciene, organizador de times amadores em Vinhedo, empolgou-se com as atuações de Carlos e o levou para testes na Ponte Preta. O jovem goleiro foi aprovado pelo treinador Mário Juliato, e começou sua carreira nos juvenis da Ponte Preta em 1971. O jogador ficou cerca de um ano apenas em treinamentos, até que estreou pelos juvenis, e começou a ascender dentro da equipe.
A ascensão não se deu só dentro da Ponte Preta: em 1974 Carlos foi convocado pela primeira vez para as categorias de base da Seleção Brasileira de juniores, sendo titular na equipe campeã do Torneio de Cannes, na França. No mesmo ano o goleiro recebeu sua primeira chance entre os profissionais da Ponte Preta. Em 1975 continuou ganhando importância dentro da Seleção Brasileira: foi titular na conquista do torneio de futebol no Pan-Americano da Cidade do México, pela Seleção Brasileira olímpica.
No ano seguinte sua participação nas seleções de base foi coroada: Carlos participou do título da Seleção Brasileira no Torneio Pré-Olímpico, no Recife, Brasil, e foi titular na participação brasileira dentro do torneio de futebol dos Jogos Olímpicos de 1976, em Montreal, no Canadá, com a equipe terminando na quarta posição. No retorno à Ponte Preta o goleiro ganhou em definitivo a vaga de titular entre os profissionais, com apenas 20 anos de idade.
Em 1977 a carreira de Carlos decolou definitivamente: o goleiro foi um dos destaques na campanha da Ponte Preta no Campeonato Paulista, alcançando o vice-campeonato. Isso rendeu a primeira convocação para a Seleção Brasileira profissional, na fase final das eliminatórias para a Copa de 1978. A boa sequência mantida na Ponte levou Carlos a ser mantido na Seleção, indo para sua primeira Copa do Mundo, em 1978, como reserva imediato de Leão, goleiro titular do Brasil.
Nos anos seguintes, Carlos consolidou sua posição como um dos grandes goleiros brasileiros da sua época: teve mais um vice-campeonato paulista pela Ponte Preta, em 1979, e conquistou a Bola de Prata da revista Placar, em 1980, considerado o melhor goleiro do Campeonato Brasileiro daquele ano. E se tornou titular da Seleção Brasileira, com o técnico Telê Santana.
Chegou ao Mundialito de 1981 com esse status, mas sofreria um duro golpe: na partida de estreia da Seleção na competição, contra a Argentina, Carlos fraturou o cotovelo, e ficou em recuperação por um longo tempo, perdendo a titularidade na equipe nacional para Waldir Peres. Até houve uma compensação, com um novo vice-campeonato paulista pela Ponte Preta em 1981. Mas Carlos perdera terreno na carreira.
Em 1982 viria a reação, pela Ponte Preta: novamente, Carlos conquistou a Bola de Prata, como melhor goleiro do Campeonato Brasileiro. E também foi convocado para a Copa do Mundo, como terceiro goleiro. No entanto, o jogador sentia necessidade de corresponder às apostas em sua capacidade. Após alguns anos de tentativas, finalmente o Corinthians conseguiu acertar com a Ponte Preta e contratou Carlos ao final de 1983.
Carlos tornou-se titular do Corinthians após sua chegada, no início de 1984, disputando posição com o goleiro Solito. Ainda participando de parte do processo conhecido como Democracia Corinthiana, suas atuações voltaram a ser elogiadas, e o goleiro reestreou pela Seleção Brasileira, em 1985, no jogo contra a Bolívia, pelas eliminatórias da Copa de 1986. O Brasil conseguiu a vaga no Mundial e Carlos foi titular no torneio, apesar de uma lesão na mão sofrida dias antes da estreia.
Contudo, apesar do ótimo desempenho (sofreu apenas um gol na campanha brasileira), um lance pitoresco marcou a participação de Carlos naquela Copa. Na disputa de pênaltis contra a França, nas quartas de final, a bola cobrada pelo atacante francês Bruno Bellone bateu na trave, mas também atingiu as costas de Carlos no retorno, voltando para o gol. Embora polêmico, o gol foi validado, o que contribuiu para que o goleiro fosse atingido pela pecha de “pé-frio”, por ter poucos títulos na carreira.
Após a Copa, Carlos retornou ao Corinthians, mas perdeu a posição no time para Waldir Peres em 1987, ainda que tenha sido convocado para a Seleção Brasileira nesse ano. O goleiro ficou na reserva até 1988, quando Valdir deixou o clube. Porém, após seu retorno, Carlos contundiu-se, pouco antes do final do Campeonato Paulista de 1988, e perdeu a posição novamente, agora para Ronaldo. Finalmente, deixou o Corinthians, indo para o Malatyaspor, da Turquia, ainda que tenha saído com o título de campeão paulista, ganho após sua lesão.
Na Turquia, Carlos não foi muito visto e perdeu a chance de estar na Copa de 1990. Nesse mesmo ano retornou ao Brasil, após problemas no Malatyaspor, indo para o Atlético Mineiro, no qual voltou a se destacar como titular da equipe que alcançou as quartas de final do Campeonato Brasileiro. O goleiro jogou mais um Brasileiro pelo Atlético em 1991, e logo depois se transferiu para o Guarani.
Suas atuações no Guarani lhe renderam a volta à Seleção Brasileira, em 1992, para alguns amistosos, além de nova transferência, para o Palmeiras. Nesse clube Carlos foi titular durante a maior parte do ano, mas perdeu a posição para César, e então foi para a Portuguesa, em 1993. Recebeu mais chances na Seleção, como sua ida à Copa América, na qual atuou em uma partida contra o Chile. No entanto, com a perda de espaço para Taffarel e Zetti, Carlos deixou de ser cogitado para defender o time nacional na Copa de 1994, e encerrou a carreira ao final daquele ano.
Após a carreira dentro de campo, Carlos teve experiências como técnico, no Operário, do Mato Grosso, e no Campo Grande, do Rio de Janeiro. No entanto, decidiu cursar Educação Física em uma universidade. Formou-se e, então, voltou ao futebol como treinador de goleiros. Nessa função, Carlos trabalhou no Noroeste, de Bauru, São Paulo, antes de ser contratado pela Ponte Preta em 2007. Todavia, após críticas a seu trabalho, o ex-goleiro foi demitido em 2011.
Em 2012 o São Paulo contratou Carlos para treinar os arqueiros das categorias de base do clube. Além disso, ele prepara um livro, com um projeto desenvolvido dentro da área do treinamento de goleiros, a partir da sua experiência na função.